Huanchaco… será o lugar mais bonito do Peru? … de certeza que não. Será o lugar mais interessante? … também não. Será o lugar com maior “taxa de bazófia” (para quem não sabe o que é aconselhamos a ver Gato Fedorento – Série Barbosa)? é muito provável que SIM. Só surfistas… só putos, ou melhor, Sr. Professores de surf a “oferecerem” aulas e convidarem para raves num castinglês muito mau.
Agora a sério…
Huanchaco é uma pequena cidade costeira a norte de Trujillo dominada pela praia de areia ao longo de toda a sua extensão e pelas actividades piscatória e o surf. Não estava nos nosso planeamento passar por lá mas como ficava no seguimento das Huacas de Trujillo, tínhamos algum tempo disponível e precisávamos de passar uma noite algures, antes de ir para Chiclayo, optámos por conhecer Huanchaco, aproveitando para tocar pela primeira vez nas águas do Oceano Pacífico.
Trazidos pelo senhor Rolando e vindos de Chan Chan chegámos a Huanchaco. Ao terceiro Hostal (Hotel Plaza) escolhido pelo nosso motorista, encontrámos lugar e a um preço acessível. Enquanto esperávamos pela limpeza do nosso quarto não foi preciso muito para sermos abordados por um jovem de roupa larga e de calções largos às flores coloridas todo confiante das suas capacidades como professor de surf. Depois de recusarmos várias vezes e deste ter insistido quer em castelhano quer em inglês quer em algo que se parecia com uma mistura de ambas, finalmente pudemos ir para o quarto descansar um pouco, assentar ideias e actualizar o nosso Diário.
Fomos então dar uma pequena volta e procurar um restaurante barato onde comer ceviche ou algo típico da zona costeira que ainda não tivéssemos provado. Comprámos fruta num vendedor ambulante o qual nos deu a provar um fruto denominado “Mamei”, e esperámos pelo pôr-de-sol antes de voltar ao Hostal. Na praia viam-se muitos buraquinhos redondos dos quais saiam e entravam pequenos caranguejos da cor da areia e, junto à muralha de protecção, posavam pequenas jangadas de totora (junco) nas quais os locais saiam para pescar. Vimos ainda um ganso patola peruano (Sula Variegata).
Surf no Pacífico ao Pôr-do-Sol Totora ao Pôr-do-Sol Ganso Patola Peruano
No dia seguinte acordámos cedo e, depois de preparar tudo para nova viagem fomo-nos informar de como chegar a Chiclayo. Infelizmente teríamos de voltar a Trujillo numa caixa de fósforos, vulgo combi (S/.1,50) para apanhar o autocarro (S/.13.00), mais uma vez de uma empresa diferente, agora da EMTRAFESAC. A numeração do combi era tão estranha como o próprio veículo, podíamos ter de apanhar o 204 ou o 86 mas este era o “H♥”.
Demos nova volta, desta vez mesmo pela praia, tentámos apanhar alguns dos rapidíssimos e quase imperceptíveis caranguejos que corriam à frente dos nossos pés, fomos surpreendidos por uma onda um pouco mais forte que nos molhou os sapatos, almoçámos e seguimos para Trujillo acompanhando o esquema manhoso desenhado pela recepcionista do Hostal até ao terminal da EMTRAFESAC onde comprámos os bilhetes partimos logo para Chiclayo.
Sem comentários:
Enviar um comentário