terça-feira, 16 de junho de 2009

Peru – Arequipa – Tour Cañon del Colca

De volta a Arequipa, tínhamos como objectivo visitar o segundo desfiladeiro mais profundo do mundo o Cañon del Colca com 3450 metros de profundidade e 100km de extensão. Note-se que o mais profundo o Cañon Cotawasy com mais 150m é vizinho deste não ficando muito longe, apenas a 7 horas de carro por estradas muito más. Dos 32 diferentes climas identificados no mundo, o Peru tem 28, 10 dois quais no Cañon del Colca.

Chegámos a Arequipa já depois das 23:00 e ainda tínhamos de arranjar onde pernoitar e, se possível marcar um tour para o dia seguinte partir logo de manhã. Depois do táxi nos deixar na Plaza de Armas pedimos ajuda a um polícia para nos levar a um Hostel Barato. Já mais descansados e com lugar para passar a noite perguntámos ao recepcionista se faziam Tours de 2 dias ao Cañon del Colca (nem era preciso perguntar, não deve haver ninguém que não trate disse no peru). Combinámos logo tudo (24 dólares p/ pessoa + S/. 35.00 do boleto turístico + refeições), seria preciso acordar bem cedo no dia seguinte para comprar mantimentos antes de avançar no tour.

PDF_006_1 Boleto Turístico

No dia seguinte juntámo-nos ao guia Wilson, condutor Augusto e aos restantes visitantes inscritos com quem iríamos conviver durante 2 dias. Haviam espanhóis, italianos, franceses, peruanos, americanos e portugueses. Partimos rumo ao ponto mais alto da terra por nós pisado até então, Patapampa com 4910 metros. Pelo caminho parámos várias vezes para nos habituarmos à altitude, tomando matte de coca em Vizcachani, e para observarmos alguns pontos de interesse como a Reserva Pampas Cañahuas, onde vimos vicuñas (Vicugna Vicugna) em estado selvagem, nas restantes pampas para observarmos Patos de Bico Azul (Anas Puna), Galinholas Gigantes (Fulica Gigantea). No miradouro de Patapampa tínhamos vista privilegiada para os imponentes vulcões que guardam Arequipa: Chachani (6075m), El Misti (5825m), Hualca Hualca (6025m), Ampato (6288m) onde foi encontrada a famosa múmia Juanita), Sabancayo (5976m) e El Mismi (5597m), nascente do rio Amazonas. No miradouro viam-se muitos conjuntos de pedras empilhas fazendo colunas verticais, denominadas de Apachetas, normalmente colocadas nos lugares elevados, locais mercantis, mas também com conotação espiritual. Tivemos a agradável surpresa de encontrar uma fugidia e tímida vizcacha (Lagidium Peruanum), parente próxima das chinchilas, a apanhar sol nas rochas.

[10.002]_Reserva_Pampas_Cañahuas_El_Misti_e_Vicuñas [10.022]_Patapampa_Misti_5825m_e_Chachani_6075m [10.025]_Patapampa_Ampato_6288m,_Sabancayo_5976m_e_Hualca_Hualca_6025m
           Reserva Pampas Cañahuas                     Patapampa: Misti e Chachani     Patapampa: Ampato, Sabancayo e Hualca Hualca

Descemos até à cidade de Chivay onde iríamos pernoitar, para deixar as malas e almoçar para depois fazer um pequeno trilho. Neste percurso pudemos observar de uma ponte as colcas (que dão nome ao desfiladeiro) que são pequenos armazéns construídos em barro nas encostas do desfiladeiro para conservação da comida.

[10.043]_Cañon_del_Colca_Andeneria_de_Oqolle
Cañon del Colca

No dia seguinte partimos cedo para chegar ao ponto mais emocionante do tour: o miradouro Cruz del Condor onde observaríamos de perto o voo deste imponente animal com aproximadamente 3 metros de envergadura e 15kg de peso. Os condores (Vultur Gryphus) podem viver até aos 65 anos em liberdade

A caminho do miradouro passámos por litomaquetas que os pré-Incas faziam na rocha antes de iniciar a transformação das montanhas, e pela indicação de um geiser que embora tivéssemos pedido para lá ir disseram que era impossível pois ficava a mais de 4 horas apesar de estar a apenas 9km.

No miradouro todos se amontoavam para conseguir o melhor spot para ver os condores no desfiladeiro. Viam-se muitos lá no fundo, mas pareciam reticentes a subir. Apesar dos avisos para não se fazer barulho um grupo de jovens irritante não se calava. Finalmente um “pequeno” condor foi subindo até que atreveu a passar por nós a menos de 2 metros. Infelizmente tratava-se apenas de um jovem castanho sem coloração negra dos adultos.

[10.071]_El_Condor_(Vultur_Gryphus) [10.083]_El_Condor_(Vultur_Gryphus)
El Condor: Adulto (esq.) Juvenil (dir.)

Tivemos de regressar aproveitando para fazer um pequeno passeio a pé passando por outro miradouro até ao bus. Pelo caminho fomos atacados por uns insectos enormes com um espigão de 2 ou 3 cm. Vimos também periquitos e colibris. No miradouro podia-se ver que nessa altura estavam perto de 10 condores na Cruz del Condor.

No regresso a Arequipa parámos ainda no miradouro Wayra Punku (porta do vento), em Maca para visitar a igreja local e tirar umas fotos com uma águia andina e em Chivay onde almoçámos. Em Arequipa demos uma pequena volta e fomos para o “terrapuerto” comprar bilhete para Nasca.

  [10.103]_Moscardo_Tabanidae(1) [10.111]_Cañon_del_Colca [10.115]_Maca_Aguia_Andina_(Buteo_Melanoleucus)
                       A mosca assassina                                                    Cañon del Colca                                     Águia Andina

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