No nosso último dia no Peru e regressados de Chiclayo decidimos aproveitar ao máximos as horas que nos restavam antes de ir para o aeroporto. Ainda no terraporto da programámos então visitar o Museu Larco Herrero, pois não o tínhamos conseguido fazer na passagem anterior por Lima e, se desse tempo pois ficava a caminho do aeroporto, o Jardim Zoológico.
O museu Larco Herrero é um dos maiores museus de cerâmica antiga do mundo. Corresponde a uma colecção particular de mais de 50000 peças de todas as culturas peruanas pré e pós colombianas.
Com o plano traçado fomos mentalizámo-nos para mais uma jornada de táxi, recusámos alguns porque sim e lá aceitámos outro pela mesma razão. Já dentro do pequeno Daewoo Tico confirmámos o nosso destino e o taxista arrancou. O Nuno para confirmar o valor do Lonely Planet perguntou quanto custaria a entrada, ao que o taxista respondeu que a entrada era livre. Tudo o que perguntávamos perecia ter uma resposta sem nexo mas como tínhamos visto no mapa a direcção e estávamos a segui-la não ficámos muito preocupados. Isto até passarmos a rua certa e continuarmos em frente mais uns bons minutos. No fundo da rua voltámos tudo para trás por outra rua paralela, o que nos aliviou um pouco mas entretanto parámos… em frente ao Hospital Psiquiátrico Larco Herrero. Ah!!! daí não pagarmos para entrar.
Depois de clarificada a situação e com o mapa à frente levámos o taxista à entrada do museu (ele não conhecia nem sabia que existia lá um museu). Como só tínhamos 50 soles para pagar o táxi e o condutor não tinha troco ainda tivemos de esperar que ele fosse trocar o dinheiro. Este deu-nos como garantia de que não ficaria com o dinheiro o próprio carro, o qual ficámos a guardar. Para nosso espanto, depois de tantas voltas e após já termos preparado um discurso a mostrar a incompetência do taxista, não pagámos mais do que o combinado pela viagem (se calhar devíamos ter regateado por um valor muito mais baixo), guardando assim o discurso para outra altura.
Pagámos S/. 15.00 cada pela entrada.
O museu apresenta-se dividido em 3 secções distintas:
A zona histórica com um artefacto de cada tipo, por ordem cronológica e com explicação detalhada, onde se podia ver a evolução em termos de técnicas de olaria, temas e utilização, gerada não só pela passagem do tempo mas principalmente pela subjugação de certas culturas perante o domínio de outras. Por exemplo estavam expostas peças de comunidades antigas como os Chimu e os Incas, mas também peças Chimu influenciadas pela cultura Inca após sua conquista e ainda peças de Incas influenciadas pela cultura espanhola. Pôde-se observar o que já nos tinha sido mostrado: os Incas quando conquistavam uma terra, subjugavam os seus habitantes mas procuravam conhecer e utilizar para seu proveito as suas técnicas, ao contrário dos espanhóis que impunham a sua cultura proibindo qualquer tipo de manifestação nativa. Além das peças de cerâmica existiam mais algumas peças metálicas, em madeira, de pedra e em tapeçaria, inclusivamente dois pedaços de tecido reconhecidos pelo guiness como as obras de tecelagem mais finas do mundo, com a maior quantidade de fios por cm2 e ainda o que denominam de Los Quipos, um emaranhado de fios e nós com o objectivo de controlar as colheitas.
Peça em Cerâmica Guardião de Madeira Colar de Prata
Após algumas horas finalmente nos dirigimos à secção do armazém onde se amontoam milhares de peças catalogadas de acordo com os mais variados temas como animais, profissões, doenças, etc… temas estes que ainda se dividem em subtemas por armário como, no caso das profissões, medicina, agricultura, artesanato etc…Por vezes viam-se prateleiras completas de figuras todas iguais.
A terceira secção recai sobre o acto sexual, é denominada de secção erótica. Tinha tantas e tão variadas peças que se tivéssemos levado um Kamasutra (só espero que com estas palavras o blog não seja retirado dos sites próprios para crianças e seja aplicado o filtro parental) na mão para fazer um check nas posições, provavelmente não faltaria nenhuma, nem entre pessoas do mesmo sexo, nem com algo mais “hard” como animais, objectos ou cadáveres. Infelizmente não tirámos nenhuma fotografia pois tivemos o azar de sermos apanhados na visita por um grupo enorme de adolescentes com as hormonas aos saltos que, mais ou menos envergonhadamente, se colava aos mostruários, quase não nos deixando ver. Como tínhamos alguma pressa não pudemos esperar que eles se acalmassem ou fossem embora.
Saídos do museu dirigimo-nos ao jardim zoológico, a pé, mas como ficava a alguns quilómetros demorámos bastante. Quando lá chegámos ainda perguntámos o preço mas viemos embora. Parámos só num pequeno restaurante onde provámos novo prato (como entrada) “papas à la Huancayna” (batatas recheadas com algo) e num supermercado para gastar os nossos últimos trocos nuns chocolates e bolachas para a viagem.
Sem comentários:
Enviar um comentário