quarta-feira, 27 de junho de 2012

AS - 6/13 - Equador VI - Quito Centro II

800px-Flag_of_Ecuador.svg_thumb2_thu[1]

2012/06/16

Fomos ao centro de Quito em busca de valores para as passagens às Galápagos e depois, se houvesse tempo, visitar algo mais...

Infelizmente, mesmo procurando diretamente nas companhias aéreas os preços estavam bem acima do que tínhamos previsto e do que já tínhamos encontrado na internet, aparentemente por justamente ter começado a época alta, por isso não reservámos nada.

Como tínhamos almoço marcado, para festejar o aniversário da Cecília, não tivemos muito mais tempo pelo centro apenas visitando um mercado de artesanato que estava a caminho.

Em casa estava à nossa espera uma brasa com diferentes carnes... algo que já não comíamos há bastante tempo.

À tarde começámos a explorar o painel solar que o Francesco começou a desenvolver com latas e garrafas de refrigerantes, o qual pretendíamos ajudar a construir, após regressarmos dos dias de trabalho na obra ou em substituição destes.

2012/06/17

Voltámos ao centro com o intuito principal de visitar a enorme basílica de Quito também não nos restando muito mais tempo pois tínhamos encontro marcado para as 14:00, com posterior jogo da Mónica às 16:00.

Aproveitando o facto de ser Domingo, antes da Basílica entrámos em mais algumas igrejas no centro e destas até à primeira passar por ruas diferentes.

IMG_8297IMG_8302IMG_8304
09:14 Catedral (esq.), 09:27 Ruas (centro) e 09:30 Iglesia de la Compañía (dir.)

IMG_8309IMG_8318IMG_8320
09:39 Teatro (esq.), 09:42 Ruas (centro) e 09:46 Ruas (dir.)

Na Basílica pode-se visitar quase tudo incluindo subir ao topo das várias torres (não aconselhado a quem tem vertigens): do exterior pode-se apreciar um edifício de desenho muito bonito; do topo excelentes vistas de toda a cidade de Quito e no interior até lojas tem.

Esta apresenta 3 denominações: Basílica del Voto Nacional, Basílica de la Consagración de Jesús e Basílica de San Juan.

O projeto foi solicitado ao Arquiteto francês Emilio Tarlier tendo este se inspirado na famosa catedral de Notre Dame. A nave central tem 140 metros de comprimento por 35 de largura e 30 de altura, subindo para 74 metros no cruzamento das laterais. As imponentes torres frontais tem 155 metros de altura. Para informação detalhada ver http://es.wikipedia.org/wiki/Bas%C3%ADlica_del_Voto_Nacional.

IMG_8327IMG_8330IMG_8341
Basílica del Voto Nacional... vista exterior!

IMG_8361IMG_8385IMG_8389
Basílica del Voto Nacional... nave principal e vitrais!

IMG_8407IMG_8420IMG_8451
Basílica del Voto Nacional... vistas sobre Quito!

IMG_8473IMG_8479IMG_8484
Basílica del Voto Nacional... quotidiano ao seu redor!

IMG_8395IMG_8445IMG_8457IMG_8468IMG_8509
Basílica del Voto Nacional... o topo!

Tivemos quase 3 horas subindo e descendo escadas de tal modo que daqui saímos em direção ao campo de futebol. No caminho até ao autocarro passámos por um parque onde fomos almoçando enquanto caminhávamos. Primeiro uma salada de frutas, depois umas espetadas.

IMG_8551
12:10 Los pinchos... uno de pollo y otro de salchicha!

Não foi uma viajem nada fácil: de Quito apanhámos um autocarro até Yaruqui que deveria demorar aproximadamente 1 hora mas, devido ao transito demorou mais de duas horas; aqui, embora tivéssemos pedido para nos indicarem para sair em Chumbollin, onde apanharíamos novo autocarro, estes esqueceram-se (mas não nos disseram que o tinham feito) e mandaram-nos sair mais à frente; procurámos a paragem e esperámos onde as primeiras pessoas que perguntámos nos indicaram... não passando nenhum autocarro perguntámos novamente e disseram-nos que estávamos no lugar errado e teríamos de caminhar um pouco; lá fomos e encontrámos o autocarro... entrámos e esperámos que saísse; Pedimos para sair no estádio (mal sabíamos nós que este passaria por 2 estádios) e saímos no primeiro; entrámos e nada do David mas informaram-nos que tínhamos saído no estádio de San Vicente, portanto o errado; Começou a chover a potes e não sabíamos se caminhávamos até ao outro ou se esperávamos por novo autocarro pois já passava das 15:00; depois de mais meia hora apanhámos novo autocarro e chegámos ao estádio de Oton de Velez quase às 16:00 hora do jogo... ou não... como já referimos Domingo é dia de apanhar a bebedeira e quando lá chegámos já estavam todos em mau estado... o jogo afinal tinha sido às 11:30 (ou seja, nunca chegaríamos a tempo do mesmo) ; ficámos algum tempo, sendo observados por todos os locais, comemos qualquer coisa (frango com batatas fritas e salada) e voltámos para Tumbaco. Curiosidade sobre Oton de Velez tem a ver com o facto do povoado ter sido deslocado do local da sua implantação devido à construção do novo aeroporto de Quito, cuja pista se podia ver do campo prevendo-se a abertura no próximo ano e que dá atualmente emprego à generalidade dos habitantes.

IMG_8562IMG_8563IMG_8568
16:53 La Cancha (esq.), 16:54 Rucu Pichincha (centro) e 17:02 Capela de Oton de Velez (dir.)

Chegados a casa insistimos na busca de voos às Galápagos... e comprámos os bilhetes bem mais baratos do que nos tinham solicitado nas agências.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

AS - 6/13 - Equador V - A trabalhar por Tumbaco II

800px-Flag_of_Ecuador.svg_thumb2_thu_thumb

2012/06/11

Fim de semana bem passado por isso acordámos fresquíssimos para trabalhar... bem, algo terá corrido mal e ainda estávamos pior que antes de ir de fim de semana.

Para juntar à festa só teríamos boleia até meio do percurso, fazendo todo o restante a pé.

Chegados obra, não éramos os únicos em mau estado, o fim de semana e talvez a festa da vitória do Equador frente à Colômbia tinha deixado 4 baixas nos obreiros estando o grupo reduzido a metade (viemos a saber que é normal apanhar-se a bebedeira no Domingo e depois... não se trabalha segunda). As pernas, os braços e as costas doíam, as pás, mesmo vazias, pesavam e durante toda a manhã, não fizemos mais que tornar maleável uma dose de cob já feita, que tinha secado durante o fim de semana antes de ser colocado. Nem a dose de proteína contida num ovo cozido que nos foi oferecido a meio da manhã, nos valeu.

Já não tendo a companhia dos franceses para almoçar decidimos comer com os restantes trabalhadores.

Por sorte não tínhamos de cozinhar pois a Cecilia fez-nos uma deliciosa massa com legumes e com o verdadeiro queijo parmesão, vindo de Itália.

 2012/06/12

Pela manhã fomos acompanhar o Rumi á escolinha, parando no caminho para comprar peixe fresco... 1kg de corvina.

Continuávamos doridos mas sempre conseguimos trabalhar um pouco mais, infelizmente mais do mesmo. Chegou-se a uma fase em que todo o dia é ocupado com o fazer e colocar do cob.

IMG_8269IMG_8272IMG_8273
Pormenores da obra: Cob e mais cob

Visão geral da obra

Tentando reduzir um pouco o esforço, mas principalmente o tempo e distância percorrida até casa, na noite anterior tínhamos procurado no Google Earth uma alternativa ao nosso percurso habitual (uma redução de apenas 300 metros mas melhor que nada). Assim sendo pusemo-lo em prática... ou não, pois nos enganámos entrando num caminho sem saída.

Ao fim do dia fomos às compras para a semana e aproveitando o dia de peixe fizemos corvina assada com batatas e arroz (para 4 refeições, portanto até ao almoço de quinta) e um bolo de chocolate para oferecer à Cecilia que tinha feito anos no Domingo 10 de Junho, dia de Portugal.

2012/06/13

Voltámos a ter boleia completa assim como forças para trabalhar mas todo o dia foi dedicado mais uma vez à morosa tarefa de fazer e colocar cob. Ao fim do dia e depois de muito trabalho parece não se ver grande evolução... embora ela exista...

Tentámos novamente a alternativa ao percurso, agora com sucesso. O novo traçado é sempre a descer por isso conseguimos poupar, pelo menos as pernas.

Em casa o Francesco começava as suas experiências com argila para dar a coloração final e natural à casa. Argila esta que tem recolhido pelos vários locais por onde passa.

À noite chegaram o Maxime e a Sophie de Otavalo e do cume do monte Cotopaxi. Estes tinham saído Sábado e para alguma preocupação nossa não tinham voltado a casa entre os dois destinos (como seria seu objetivo inicial).

2012/06/14

No trabalho mais do mesmo e de volta a casa novas experiências para a coloração da casa.

Como era a despedida dos franceses, agora a sério, fizemos leite creme e o jantar, feito por estes foi uma mistura entre omelete e tortilla.

IMG_8248IMG_8263
Despedida da Sophie e do Maxime: Jantar de Quinta com o nosso leite creme (esq.) e Partida na Sexta com o Francesco e a Cecilia (dir.)

2012/06/15

No trabalho fomos convidados para jogar Equavolei, uma espécie de vólei com equipas de 3 e com uma rede muito estreita. Como tal ficámos a trabalhar até ao fim do dia para ir com os restantes trabalhadores... chegados ao campo estes foram informados que o mestre de obras não viria e como tal não teria sido feita reserva do campo logo, jogo cancelado.

 IMG_8280IMG_8284IMG_8287
Construção em bareke - Estrutura de madeira com laterais de guadua e enchimento de mistura similar ao cob - na qual ainda não tivemos oportunidade de participar (esq. e centro) e Também aqui já espalhámos o vício do monopólio... (dir.)

Combinámos também encontrar-nos no Domingo para um jogo de futebol feminino em que a Mónica iria participar.

Nesta semana também provámos cana de açúcar, guaba (parecem espigas de feijão mas come-se apenas a polpa branca entre os “feijões” e a casca) e limões (sim cá come-se limões como se fosse laranja mas, para reduzir a acidez põe-se o habitual açúcar...NÃO... SAL), tudo coisas que crescem nos terrenos adjacentes à obra.

Para concluir, se na semana passada tinham sido devorados 2,5kg de aveia por 4 pessoas, esta semana a mesma quantidade desapareceu apenas à nossa custa...

IMG_7890IMG_8247IMG_8279
Evolução da obra: Início da Semana - 2012-06-11 (igual ao fim da semana anterior) (esq.), 2012-06-13 (centro) e fim da semana - 2012-06-15 (dir.)

terça-feira, 19 de junho de 2012

AS - 6/13 - Equador IV - Mitad del Mundo

800px-Flag_of_Ecuador.svg_thumb2_thu

2012/06/10

Acordámos ainda mais cansados que nos dias anteriores, mas não trocámos os nossos planos.

Apanhámos o autocarro de Tumbaco ao Terminal Rio Coca, daqui outro até Agua Clara, andámos 5 minutos até ao terminal La Ofelia e novo autocarro até Mitad del Mundo. Neste último o condutor lembrou-se de arrancar com os passageiros ainda a entrar... mas lá conseguimos entrar.

Mitad del Mundo é um grande complexo turístico, todo em torno da linha do Equador. No seu interior visitámos uma maquete da cidade de Quito, depois um pavilhão de Espanha sem grande interesse para nós, um pavilhão de França muito interessante sobre mapeamento e topografia, onde mostram os vários estudos efectuados da busca pela linha do Equador por triangulação, assim como outras informações interessantes como o facto do topo do vulcão Chimborazo com 6310, devido ao achatamento da Terra nos polos, ser o ponto mais afastado do centro da terra (e não o topo do Evereste), um insectário e o lugar de latitude 0°0’0”, atração principal.

IMG_8108
11:11 Maquete de Quito

Para comprovar a veracidade levámos o nosso GPS e, de facto, as medições feitas pelo francês Charles-Marie de la Condamine 1736 não tinham a mesma precisão do nosso aparelho. A nossa leitura dava 0,130 minutos (7,80 segundos) a Sul pelo que, não satisfeitos com o valor, fomos em busca da verdadeira linha do Equador. Muitos dos turistas que por lá tiravam a foto da praxe olhavam para nós e perguntavam se era ali ou não... Andámos até aos limites do complexo e continuávamos a Sul.

Na nossa busca passámos por um local que vendia tours de uma hora à cratera de um vulcão que queríamos visitar. Dado o acessível valor de 3 dólares, reservámos para as duas da tarde e fomos comer algo antes... papi carne para o Nuno (que acabou por ser papi pollo), a uma módica quantia de 2 dólares, e papa completa para a Mónica, com um custo de 2,5 dólares. 

Saímos no tour em direção à cratera do vulcão Pululahua, onde existe uma população vivendo no interior de um vulcão ativo. A cratera tem aproximadamente 4km de diâmetro estando dividida em duas partes distintas: metade está habitada e cultivada e a outra metade é parque natural. O fundo da cratera é extremamente fértil e de condições climatéricas quase constantes pelo que a zona habitada está quase toda cultivada. No entanto apenas existem 2 acessos à base: um de 15 quilómetros para veículos pelas escarpas da borda e outro preferencial de 1,5km que se faz a pé e com a ajuda de animais de carga.

IMG_8157IMG_8173IMG_8174
Cratera: 14:21 (esq.) e 14:33 (centro) e 14:51 Transporte do Tour (dir.)
IMG_8167IMG_8169
Fundo da cratera: 14:25 (esq.) e 14:26 (dir.)

Voltando a Mitad del Mundo fomos visitar o Museu Solar Inti Nan, mesmo ao lado do complexo anterior, lugar onde novamente se aclama passar a verdadeira linha do equador, esta calculada por GPS militar de alta precisão.

Aqui faz-se uma visita guiada bastante interessante onde são apresentados várias tribos equatorianas e seus costumes, nomeadamente como é feito o famoso encolhimento de cabeças humanas [designado de TZANTA efetuado apenas a importantes inimigos e que consiste em cortar a cabeça, retirar todo o interior da pele, cozer a pele para que se conserve, coser a boca (pois acreditavam que o seu espírito poderia sair por aí em busca de vingança), colocar pedras quentes no interior para queimar os restos de gordura, colocar ao sol para esta encolher e depois colocavam-na ao peito em sinal de poder],como são construídas as casas e o mais interessante algumas experiências relacionadas com a linha do equador e a aceleração de Coriolis... tivemos a oportunidade de ver como na linha o escoamento da água de uma pia não tem vórtice, a sul (dois metros ao lado) escoa no sentido dos ponteiros do relógio e a norte (outros 2 metros ao lado da linha) ocorre no sentido contrário... também presenciamos o facto de aparentemente sem mais fácil segurar um ovo cru na cabeça de um prego... o que deu á Mónica o direito a um certificado.

IMG_8175IMG_8176IMG_8186
15:24 Cabeça Encolhida (esq.), 15:24 Processo de encolhimento de cabeças (centro) e 15:35 Museu Inti Nan

IMG_8193IMG_8236
15:38 Relógio Solar (esq.) e 16:36 Pássaro (dir.)

Para onde escoa a água?

Mónica a pôr um ovo :)

Voltando ao nosso GPS, voltámos a não conseguir o zero (0,065 minutos ou 3,96 segundos a sul)mas assumimos, pelos resultados das experiências e pelo facto do GPS militar ter maior precisão, que ali estaria a linha. Em todo o caso gostaríamos de ver o nosso GPS a zeros e lá andámos mais um pouco para Norte até o conseguirmos... deu ao lado da estrada, junto à saída do museu. Desenhámos a nossa linha para registar o momento...

Regressámos a Tumbaco, pensando no frango que tínhamos comprado no dia anterior mas não tínhamos tido paciência para assar. Como cá não faz muito calor não o colocámos no frigorífico (que não está na nossa casa mas sim na dos nossos anfitriões ao lado) mas disto resultou que quando abrimos o saco o cheiro não era muito agradável. Não quisemos arriscar e portanto tivemos de mudar o menu... pelo meio ainda queimámos o arroz da primeira vez por isso a solução de recurso foi uma omolete com nova dose de arroz e batata assada e mais algumas experiencias: arepas de alho e tomate, bolinhas de alho e banana frita.

AS LINHAS DO EQUADOR LATITUDE 0°0’0”

IMG_8130IMG_8246IMG_8223
Take 1 - Complexo turístico Cuidad Mitad del Mundo: no nosso GPS latitude 0°0,130’ (esq.)
Take 2 - Museo Inti Nan, pela comunidade científica a verdadeira: no nosso GPS latitude 0°0,065’ (centro)
Take 3 - A nossa linha do equador: no nosso GPS latitude 0°0’0” (dir.)