terça-feira, 31 de julho de 2012

AS - 6/13 - Equador X - Mitad del Mundo, Painel Solar

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2012/07/08

Chegámos a Quito pelas 5h00, como ainda era de noite esperámos no terminal atualizando a escrita do blog até cerca das 8h00.

Depois de 3 autocarros saímos no mercado de Tumbaco onde esperávamos encontrar a Cecília e o Rumi... mas não estavam... seguimos então para o hipermercado para comprar alguma comida. Além de necessitarmos de buscar as nossas mochilas grandes, seria um prazer passar mais um dia na sua companhia, por isso pedimos para lá passar a noite... pedido aceite!

Como nos tínhamos desencontrado no mercado seguimos para a casa mas, sem chave tivemos de esperar que alguém chegasse. Por sorte não esperámos muito pois chegou um dos novos voluntários, um arquiteto espanhol de nome Daniel, que nos deixou entrar.

Queríamos aproveitar a tarde para escrever mais algumas linhas no blog, mas... o transformador do portátil morreu... entretanto chegaram a Cecília e o Rumi, que correu a abraçar a Mónica e a cumprimentar o Nuno... que se encontrava na oficina a tentar perceber qual o problema do equipamento.

Fomos novamente até ao hipermercado tentar saber se tinham transformadores ou onde poderíamos encontrar algum, indicaram-nos uma loja que nos indicou outra longe e que estaria fechada aos domingos... voltamos a casa, mais uma vez sem chave e mais uma vez tivemos sorte em aparecer o Daniel... o Nuno acabou por descarnar os fios e compor o transformador.

Enquanto a Cecília foi ás compras com o Daniel, cozinhámos um estufado de legumes que iriamos acompanhar com arroz... depois de regressados, o Daniel disse para aproveitarmos o muito arroz que tinham cozinhado no dia anterior e a Cecília foi buscar quinoa para fazermos uma espécie de pic-nic... entretanto chegaram os dois voluntários americanos (Colin e Jake) que já tinham jantado mas aproveitaram para provar as especialidades.

2012/07/09

Acordámos cedo para compartir com os voluntários o pequeno almoço à base de aveia, antes de estes seguirem para a obra...

Pelas 10h00 chegaram o Andrés e seu cunhado Victor para nos levar a Mitad del Mundo onde iríamos passar uma semana a construir um painel solar com garrafas... aproveitaram para ver o painel solar do Francesco, bem como obra da sua nova casa... nós aproveitamos para rever o pessoal e marcar um jogo de ecuavolei para o aniversário da Mónica.

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Obra: 10:47 Paredes de Cob concluídas (esq.), 10:50 Paredes de Bareke (centro) e 11:03 Cisterna concluída (dir.)

Fomos depois para casa do Andrés onde encontrámos a sua esposa Juanita e filhos Emily e Matthew... com quem fomos almoçar num restaurante próximo.

Pela tarde estivemos a planear tarefas e a ver que materiais recicláveis conseguiríamos encontrar e que outros necessitaríamos de comprar para a construção do painel.

Jantámos sopa de queijo na companhia de toda a família e pela noite dentro ajudámos a Juanita a preparar granola, uma mistura de muitos cereais tostados, frutos secos e panela, para os pequenos almoços do mês seguinte.

2012/07/10

Começámos o dia com um enorme pequeno almoço: leite, aveia, granola com iogurte, salada de fruta, café, pão...

Saímos com o Andrés para obtenção dos materiais. Primeiro fomos a um centro de reciclagem onde depois de muito vasculhar no lixo trouxemos todas as garrafas necessárias, embora não todas iguais e ainda latas de refrigerante.

O passo seguinte foi a compra das tubagens e conexões que nos tomou muito tempo na loja, pois consoante a oferta tinham de ser tomadas muitas decisões e avaliadas in situ todas as vantagens e desvantagens de cada.

Voltámos a casa para almoçar sopa de legumes, frango estufado com arroz e uma salada com rabanetes.

De tarde começámos o trabalho com a escolha das garrafas, corte dos fundos das mesmas e lavagem. Também tivemos a preparar todas as latas de refrigerante e cortar os tubos.

Para o jantar fizemos leite creme como sobremesa, sendo o prato principal ovos ou frango com arroz.

Antes de ir dormir tivemos a tentar concretizar algumas das ideias da Juanita para a sua futura casa, fazendo alguns esquissos da mesma.

2012/07/11

Pequeno almoço tão grande como o anterior para dar forças para um dia de trabalho (aqui no Equador parece ser a refeição mais forte do dia, como recomendam os médicos em Portugal, sendo que inclusivamente nos restaurantes esta refeição, composta por arroz, carnes, ovos etc, chegando a ser mais cara que o almoço).

A Mónica foi para a serralharia do Victor e com a ajuda deste e do seu filho Cristian começaram a cortar os tubos nos troços maiores, entretanto e dado que a peça para fazer roscas tinha sido emprestada, a Mónica foi procurar ajuda numa oficina de mecânica, que poderia emprestar a peça em falta pelas 13h... o Nuno tinha entretanto saído com o Andrés a um centro de reciclagem  de madeira para buscar o elemento de suporte do painel, regressando pelas 11h... o Andrés voltou a sair para comprar a peça de fazer roscas, nós estivemos a cortar o painel nas dimensões pretendidas... depois o Nuno inicio a sua pintura de branco enquanto a Mónica foi fazer roscas... estivemos tão entretidos a trabalhar que nos esquecemos da hora e, quando saímos para almoçar, o restaurante com o qual o Andrés tinha falado para lá irmos já não servia almoços... fomos á mercearia e supermercado comprar pão e fruta.

Pela tarde terminámos de fazer as roscas e começámos a assemblagem dos tubos e posterior pintura de negro.

À noite fomos ver um amigo do Andrés que trabalha em chapa de alumínio e aço, que lhe facultou algumas inutilizadas para o seu trabalho (portanto também seriam recicladas), para utilização em substituição das latas. Fizemos os moldes para o corte e marcámo-los nas chapas.

Pelo jantar o Andrés levou-nos a um restaurante a comer pinchos (espetadas), com a Emily e o Mattew.

2012/07/12

Pequeno almoço forte seguido de saída... o Nuno foi com o  Andrés cortar as chapas de alumínio e a Mónica para a oficina dar a 2a demão de preto na tubagem... chegados a casa, efetuámos os rasgos nas chapas para introdução na tubagem e pintámos de negro.

De almoço tivemos peixe agulha frito acompanhado de arroz e menestra (lentilhas guisadas) e pela tarde estivemos a ligar os pequenos tubos aos “T’s”, cortar a mangueira em pedaços pequenos e a fechar todo o sistema de garrafas, latas e tubagem, com posterior teste de fugas ao fim do dia.

Á noite ainda estivemos a fazer um bolo de chocolate para o dia seguinte, aniversário da Mónica, antes do jantar igual ao almoço.

2012/07/13

Pela manhã quando chegámos para o pequeno almoço a Juanita estava a fazer arroz com frango para levarem para a Assembleia, deixando para o nosso almoço. O pequeno almoço foi novamente enorme desta vez acompanhado de bolo de chocolate.

Estivemos a testar novamente o painel, desta vez à luz do dia, registando todas as fugas... como não íamos estar muito mais tempo por casa e nos faltavam alguns materiais acabámos por não trabalhar muito mais no painel.

Almoçamos estivemos a falar na net com a Xana e o Chico e saímos à pressa para apanhar vários autocarros até Tumbaco... mesmo à pressa, tanto que a meio da viagem até Quito reparamos que a Mónica tinha deixado as chaves na fechadura as quais tinha tido dificuldades em retirar e pedido ajuda ao Nuno que estava a arrumar as latas, não a tendo ouvido... situação que nos obrigou a sair a meio da viagem, apanhando um autocarro no sentido inverso... em casa tivemos sorte de um vizinho abrir a porta da garagem... retirámos as chaves e saímos para apanhar novo autocarro que ao contrário do esperado em vez de nos deixar no terminal La Ofélia terminou a sua viagem algures no centro de Quito. Sem saber onde estávamos pedimos direções e entrámos no autocarro que nos deixou perto do parque Ejido, onde apanhámos um trole até ao terminal Rio Coca, onde apanhámos outro autocarro até Tumbaco, mais concretamente La Morita onde nos aguardava uma longa caminhada até á obra onde nos esperavam para ir jogar ecuavolei. Já atrasadissimos com todas as peripécias saímos em passo de corrida, tendo pelo meio passado uma carrinha repleta com os trabalhadores na qual entrámos voltando a La Morita. Aqui disseram-nos não saber se sempre haveria jogo, dependendo do pagamento semanal. Fomos então para Tumbaco onde estava o maestro... pago o ordenado voltámos (3a vez) a La Morita para jogar. Já era muito tarde por isso deu apenas tempo para um jogo, jogando apenas 5 trabalhadores e a Mónica. Foi um pouco difícil pois todas as regras que aprendemos muitos anos na escola sobre volei, são lixo... o que é falta em volei no ecuavolei não é e vice versa.

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Ecuavolei: 17:57 O árbitro (esq.)  e 18:15 Os jogadores em ação (centro e dir.)

Ecuavolei

Já de noite (por volta das 19:00) tivemos de nos despedir do pessoal pois ainda íamos jantar com a Cecília, Francesco e Rumi estando este a nosso cargo.

IMG_179819:03 Nós e os companheiros de obra

À nossa chegada o Rumi ofereceu à Mónica um sabonete caseiro feito por uma amiga da Cecília. Pensámos em fazer um bolo, o que já era impossível, por isso decidimo-nos pelos crepes pois dariam para entrada, primeiro e sobremesa. A Mónica foi comprar os ingredientes com o Daniel que ia juntar-se a nós no jantar. Ao mesmo tempo o Nuno ficou com o Francesco a passar as fotos da casa e a iniciar a preparação do jantar.

Foi um jantar muito bom, com muita conversa em grande companhia. Depois começamos a jogar monopoly... todos se foram deitar excepto nós e o Francesco que ficámos a jogar até à uma da manhã.

2012/07/14

Pela manhã de sábado fomos a um mercado orgânico onde comemos uns deliciosos pães de chocolate. Este espaço encontra-se nas instalações de uma escola onde aproveitámos para jogar um pouco e futebol e iniciar o Daniel no monopólio. O resto da manhã passámos em casa a jogar monopólio com o Daniel e o Francesco.

Saímos então em direção a Mitad del Mundo, não sem antes receber um pão caseiro feito pelo Francesco, acabando por almoçar, já pelas 15:00, no mesmo restaurante de segunda feira.

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13:16 Nós, Francesco, Cecília, Rumi, Daniel e Catherina (cadela)

Não tivemos tempos para avançar nada no painel a não ser planear um pouco o reservatório e a lista de materiais em falta.

O jantar foi estufado de chancho (porco) com arroz, depois ajudámos a Juanita a fazer um bolo de ananás e enquanto esperávamos que ficasse pronto para não adormecermos estivemos a jogar monopólio, do qual a Juanita também ficou fã.

2012/07/15

O pequeno  almoço foi o do costume adicionando bolo de Ananás.

Toda a família saíu para a Assembleia, não sem antes o Andrés nos deixar os materiais necessários.

Desmontámos então todo o painel e colocámos teflon para vedar as fugas, depois novo teste, iterativamente até não sair água.

O tempo passou rápido e já um pouco tarde fomos almoçar, aproveitando o arroz que havia acrescendo uns ovos estrelados, algo rápido pois tínhamos ainda muito a fazer no painel...

Fixámos o mesmo à estrutura de madeira e começámos a colar e selar as garrafas com silicone e a pintar um pouco mais o sistema de tubagem nos topos onde, com os trabalhos de selagem, tinha saído a tinta.

Para jantar o Andrés levou-nos a um restaurante, onde pensávamos comer juntos mas deixou-nos sós para comer camarões panados com arroz e menestra.

2012/07/16

Começámos a testar o painel solar ligado a um reservatório provisório no jardim do Andrés, que quis aproveitar para o fazer no lugar com maior incidência solar e como tal, subimos tudo até ao tecto da casa. No meio das movimentações o reservatório, à base de cartão rompeu-se por isso o Andrés teve de ir comprar já o definitivo.

Depois do almoço chegou uma jornalista do diário de Quito “Últimas Notícias”, por sinal de nome Mónica, para nos entrevistar (embora com algumas incongruências face ao exposto, podem ver a noticia aqui).

Como tínhamos falado muito bem dos crepes pediram-nos para fazê-los para o jantar. Uns gostaram dos de alho, principalmente a mãe da Juanita que tinha chegado de Riobamba durante a tarde, outros dos salgados, outros dos de chocolate e outros de todos.

Como no dia seguinte iríamos sair todos juntos, pois nos iam levar a conhecer Mindo, ensinámos os pequenos a fazer brigadeiros aproveitando para os levar para o pic-nic.

2012/07/17

Neste dia fomos de passeio familiar a Mindo...

Ver publicação respectiva em:

AS - 6/13 - Equador XI - Mindo

2012/07/18

No nosso último dia em Mitad del Mundo passámos quase todo o tempo arrumar as mochilas e a cozinhar legumes com natas acompanhados de salada de courgete e beringela grelhadas com oregãos. À exceção das crianças todos adoraram repetindo. Como sobremesa os restantes brigadeiros. Ainda fizemos mais alguns ajustes no sistema do painel.

Antes da saída, a custosa despedida acompanhada da oferta de três colares em Tágua.

Não bastando a generosidade a Juanita e o seu sobrinho levaram-nos ao Terminal de Carcelen, de onde seguimos para o terminal de Quitumbe, para apanhar o autocarro pela noite até Puyo, para 5 dias na selva.

Aqui fica o vídeo sobre a construção do painel solar que ajudámos a construir juntamente com o Andrés, Victor e respetivas famílias...

Painel Solar com garrafas PET

AS - 6/13 - Equador XI - Mindo

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2012/07/17

Acordámos bem cedo para preparar o pequeno (grande) almoço e todas as coisas para levarmos na saída familiar a Mindo.

Saímos 7 num carro, dos 7 aos 79 anos, primeiro parando para por gasolina e depois, o Andrés que tinha lido o nosso post anterior sobre Mitad del Mundo quis satisfazer a sua curiosidade, levando-nos a Calacali, ao local onde inicialmente foi colocado o primeiro monumento indicativo da linha latitude zero, para vermos com o nosso GPS qual seria o desvio. Ligámos o GPS e reparámos que o desvio era bastante inferior ao do complexo turístico onde grande parte vai ao engano para tirar uma foto com cada um dos pés no seu hemisfério. Dada a proximidade, o passo seguinte foi voltar a encontrar o zero... entrámos no carro e fomos andando muito devagarinho até que nós dissemos STOP... saímos do carro e, para nosso espanto, onde o nosso GPS indicava, estava marcada no meio da rua uma linha perpendicular a esta. Batemos à porta da casa mais próxima e a moradora referiu que essa era a linha equinocial, que passava mesmo a meio de sua casa e que se prolongava até outra praça no mesmo povoado... lá fomos para comprovar e mais uma vez os valores batiam certo.

Assim sendo impõe-se as seguintes duvidas: já sabíamos que o enorme complexo turístico não estava situado no lugar correto mas, será que se passa o mesmo com o museu Intinan? O nosso GPS com recepção máxima de sinal apresenta um erro máximo de 3 metros e a linha que estes referem como sendo a verdadeira, pois aparentemente terá sido marcada com auxilio de um GPS militar de alta precisão, ficava a aproximadamente 50 metros do lugar indicado no nosso. E as experiencias? Aparentemente funcionaram!!!

Finalmente encontrada uma linha traçada por alguém compatível com o nosso equipamento, seguimos em direção a Mindo, não sem antes uma pequena paragem para comprar uns mini gelados.

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9:06 No primeiro monumento da linha equinocial (esq.), 09:08 O desvio (centro) e 9:15 Na verdadeira linha (dir.)

Já em Mindo saímos do carro e começámos a caminhar (ver traçado do percurso) sendo que, poucos metros depois tivemos de cruzar um rio numa espécie de teleférico movido a força de braços, seguindo-se uma considerável subida, nada que importunasse a avozita de 79 anos que, inclusivamente, ao passarmos por uma parede quase vertical onde existia uma corda, não quis seguir pelo trilho mas sim escalar como tinham feito antes os miúdos (devemos dizer que o fez numa ligeireza impressionante, com menos dificuldade que muita gente teria).

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11:15 teleférico manual (esq.), 11:57 Floresta nublada de Mindo (centro) e 12:08 A escalada (dir.)

No topo andámos um pouco até à entrada de um trilho que leva a uma cascata, onde teríamos de pagar. Como o Andrés se apresentou como guia, havia uma idosa e ainda duas crianças, tivemos um desconto significativo.

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Natureza: 12:49 (esq.), 12:50 (centro) e 12:53 (dir.)

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Natureza: 12:54 (esq.), 13:01 (centro) e 13:12 (dir.)

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Natureza: 13:18 (esq.), 13:30 (centro) e 13:33 (dir.)

Descemos até ao rio passando por um local onde é possível fazer slide, como em quase todo o lado por Mindo onde se pode praticar todo o tipo de atividades radicais envolvendo cordas e coisas suspensas, nem sempre com a segurança necessária. Como envolvia custos adicionais não o fizemos chegando junto da cascata onde é possível banhar no rio, em duas piscinas construídas pelo homem ou fazer algo mais radical como descer num escorrega de cimento com queda livre para o rio e fazer mergulhos de uma altura de 12 metros. A Mónica experimentou tudo, fazendo pelo menos um fã, o senhor que estava a tomar conta do espaço, que lhe disse: “se não fosses casada dava-te um beijo”.

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14:15 A ponte (esq.), 14:17 A cascata (centro esq.), 14:36 As escadas (centro dir.) e 14:56 O escorrega (dir.)

Mónica a escorregar... em queda livre de 12 m... Uma e duas vezes... e a baloiçar!!!

Almoçámos já pelas 16:00, arroz com carnes fumadas estufadas, e regressámos até à entrada do percurso à cascata.

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16:00 Percevejo (esq.), 16:15 O Matthew na liana (centro) e 17:08 Floresta de Mindo (dir.)

O Andrés foi buscar o carro enquanto jogámos uma partida de monopólio e depois, para não arrefecer seguimos caminhando ao seu encontro pela estrada.

No caminho de volta a Mitad del Mundo parámos em Nanegalito para jantar bolones de chicharon ou queijo (bolas de massa frita recheadas com queijo ou courato) acompanhados de café ou morocho (uma bebida quente e doce feita com leite e milho).

quinta-feira, 26 de julho de 2012

AS - 6,5/13 - Galápagos X - Isla Santa Cruz - Tuneles e Garrapatero

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2012/07/06

Último dia útil nas Galápagos e ainda tanto por conhecer... por isso tivemos de escolher.

Antes de sair fizemos uma última tentativa de comprar leite para comer com a muita aveia que tínhamos.

Apanhámos uma ranchera de Puerto Ayora até Belavista e aqui seguimos um senhor simpático que nos acompanhou até à entrada do túnel de lava, na qual não sabíamos que se pagava (3,5 dólares por pessoa).

Embora tenha já sofrido alguma intervenção humana as dimensões dos túneis e galerias são impressionantes...

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Los Tuneles: 09:00 Percurso até à entrada (esq.), 09:07 (centro) e 09:12 (dir.)

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Los Tuneles: 09:27 (esq.), 09:33 (centro) e 09:37 Saída (dir.)

Saindo deste apanhámos táxi até ao início do trilho até à praia El Garrapaterro (ver traçado do percurso), combinando o regresso 3 horas depois.

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El Garrapatero: 10:10 Placard indicativo do percurso (esq.) e praia: 10:23 (centro) e 10:33 (dir.)

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El Garrapetero: Caranguejo Eremita, 11:18 (esq.0 e 11:19 (centro) e 12:17 Gaivota Lava - Larus fuliginosus (dir.)

Na praia, um grupo de estudantes tentava procurar alguma vida animal na linha costeira.

Quando fomos almoçar, abrimos o pacote de leite e, para nosso espanto já tinha virado soro novamente.

Voltámos a Puerto Ayora para passar ainda na Laguna de Las Ninfas, mas estava fechada para manutenção por isso acabámos por não fazer mais nada, ficando ainda bastantes coisas por ver, não só nas ilhas não visitadas como nas que acabámos por passar.

Pelo terceiro dia consecutivo voltámos à rua e restaurante do costume para jantar.

2012/07/07

Acordámos bem cedo para caminhar 2km até ao terminal onde entraríamos no autocarro até ao canal de Itabaca mas, fomos apanhados pelo mesmo a meio caminho, dando-nos boleia.

Atravessado o canal, voltámos a ter alguns problemas a entrar no autocarro até ao aeroporto... mas depois de muito empurrão lá conseguimos.

Já neste, encontrámos o Daniel que tinha chegado de Isabela para se encontrar com um grupo que ia guiar. Enquanto não embarcámos e estes não chegavam falámos do seu projeto.

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08:27 Ferry no Canal de Itabaca (esq.), Iguana marinha - amblyrhynchus cristatus em Baltra (centro) e 12:09 Airbus A320 HC-CLE no aeroporto de Baltra (dir.)

De volta ao continente a primeira tarefa foi recuperar o bastão... nada fácil pois só depois de pedir o mesmo de volta a 5 pessoas a Mónica o conseguiu, mesmo tendo neste marcados os seus dados pessoais.

Pela noite apanhámos autocarro de volta a Quito.

AS - 6,5/13 - Galápagos IX - Isla Santa Cruz - El Chato, Primicias, Tuneles e Gemelos

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2012/07/05

Pelas 7h50, saímos com o objetivo de chegar a El Chato/Los Tuneles/Gemelos sem estar integrados num tour, o qual nos foi proposto por cerca de 40 dólares. Este incluiria a ida a um rancho privado perto de El Chato, a visita ao túnel de lava e apenas uma das duas crateras de colapso denominadas los Gemelos, tudo em apenas 3 horas. Referiram também o facto de não ser possível de fazer sem um guia, nem sequer nos deixarem sós no primeiro ponto. Tudo isto sempre acompanhado da referência a um chileno que se tinha perdido por vários dias na ilha uns dias antes...

Como achámos que isto era apenas conversa para ganhar dinheiro decidimos comprovar a veracidade, tentando fazer tudo o que estava incluído no tour, mas com mais calma, mais pelo menos o outro Gemelo e alguma caminhada, se fosse possível.

Seguimos a pé até ao mercado perto do qual existia uma parada (paragem) onde nos tinham dito pararem os carros até Santa Rosa. Depois de mais de 20 minutos de espera perguntámos novamente ao que a resposta foi a inversa... desta forma seguimos até ao terminal terrestre, a 2 km do centro, onde tínhamos a certeza de encontrar transporte... no entanto, por 10 minutos perdemos o último carro do dia (horários de saída 7h00, 7h30 e 8h30).

No exterior um táxi anunciava que nos poderia levar por 4 dólares, mais caro do que o bus mas preço ainda em conta para uma viagem de mais de 20km. Chegámos a Santa Rosa pelas 9h20 e seguimos a pé 4 Km em direcção a El Chato... aqui encontrámos um placard informativo com mapa e algumas marcas (paus de madeira brancos e pretos espetados no piso) que seguimos por 200m, até que desapareceram mas, por outro lado, vimos a primeira tartaruga... e depois outra... Demos algumas voltas, de tartaruga em tartaruga, aparentemente pelo interior do que já era o rancho privado Primicias, onde teríamos de pagar entrada (não o fizemos pois não entrámos pela bilheteira). No limite do rancho existem muitos sinais de stop mas, atendendo ao que constava do placard do percurso teríamos de desrespeita-los. Seguimos assim por um trilho com a ajuda do GPS e de uma foto do placard até que voltámos a encontrar marcas (aparentemente os stop são para os visitantes do rancho não se aventurarem).

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10:01 A caminho de El Chato (esq.) e 10:05 Placard indicativo do percurso (dir.)

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Tartarugas terrestres de Santa Cruz - chelonoidis nigra porteri: 10:20 (esq.) e 10:29 (dir.)

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Tartarugas terrestres de Santa Cruz - chelonoidis nigra porteri: 10:31 (esq.) 10:32 (dir.)

Embora o percurso esteja com muitas marcas estas não são fáceis de encontrar, pois podem ser facilmente cobertas pela vegetação ou arrancadas pelas tartarugas à sua passagem. Existem também cruzamentos e bifurcações a cada 50 metros, alguns criados por humanos mas também muitos criadas por tartarugas... Daí considerarmos que este trilho deverá ser feito com guia ou, pelo menos com GPS.

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Tartarugas terrestres de Santa Cruz - chelonoidis nigra porteri: 11:11 Pegada (esq.), 11:15 (centro) e 11:20 (dir.)

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Tartarugas terrestres de Santa Cruz - chelonoidis nigra porteri: 11:56 (esq.), 12:04 (centro) e 12:13 (dir.)

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Tartarugas terrestres de Santa Cruz - chelonoidis nigra porteri: 12:21 (esq.), 12:30 (centro) e 12:37 (dir.)

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12:06 Vegetação local (esq.) e 12:58 Aranha (dir.)

Chegando perto da lagoa vimos o nosso caminho impedido por um largo charco, tentamos dar a volta por um caminho paralelo marcado por pegadas humanas, no entanto ao fim de 30 minutos continuávamos sem ver marcas. Tentámos outro caminho que tínhamos visto pelo meio que nos levou à outra ponta do charco. Aqui reencontrámos as marcas que seguimos até chegar a uma área vedada onde voltavam a desaparecer. Dada a vegetação, os lamaçais e pântanos, acabámos por nunca conseguir chegar à margem da lagoa mas como seguíamos marcas continuámos. Pelo meio passámos por inúmeras e enormes tartarugas (de longe as maiores que vimos em toda a viagem). O traçado no nosso GPS já fugia bastante do do trilho original até que chegámos a uma cerca, que decidimos seguir pois, de acordo com a direcção, nos levaria ao ponto inicial do nosso percurso.

Já de volta ao rancho Primicias continuámos a seguir muitas tartarugas chegando a uma zona de vendas e restaurante onde se encontra a entrada oficial do mesmo.

Cerca de 0,5 Km depois de sairmos do rancho (pela estrada de terra que leva á entrada do mesmo)encontramos um desvio á direita para o túnel onde se pode entrar gratuitamente. Este está bem iluminado não sendo necessário lanterna e tem cerca de 1 km de extensão linear paralelamente á estrada. Em praticamente todo o seu comprimento é bastante alto, para tunel lávico, sendo apenas necessário rastejar num pequeno troço de 3 m.

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Los Tuneles: 13:33 Entrada (esq.), 13:40 (centro esq.), 13:43 (centro dir.) e 13:54 Passagem estreita (dir.)

De volta à estrada de terra, seguimos até encontrar uma de asfalto, que pensávamos (erradamente) ser a principal, virando à esquerda supostamente em direção a Los Gemelos... cerca de 1km depois, ao tentar confirmar com locais se nos encontrávamos na orientação correta, estes indicaram-nos para voltar tudo atrás (seguindo na direção oposta á que tínhamos tomado ao encontrar a estrada de alcatrão) até encontrarmos a verdadeira estrada principal... por fim, sempre em passo quase de corrida, demos com o caminho certo. Já na via certa, não sabendo bem a distância que nos esperava, fomos pedindo boleia sem sucesso...

Depois de mais alguns quilómetros (15h00) chegámos a Los Gemelos onde almoçámos e fizemos dois pequenos percursos na margem dos mesmos.

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Los Gemelos: 15:46 Placard indicativo dos percursos (esq.), 16:05 Gemelo 1 (centro) e 16:22 Árvore (dir.)

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Los Gemelos: 16:16 Gemelo 2 (esq.), 16:25 Vegetação local (centro esq.), 16:26 Cogumelos (centro dir.) e 16:47 Boleia (dir.)

Já no sentido de volta a Porto Ayora continuámos a tentar a nossa sorte pedindo boleia, que conseguimos numa carrinha de obra com um pequeno espaço atrás da cabine... esta deixou-nos em Belavista ao lado de uma chiva ou ranchera que seguia até ao nosso destino, cobrando a módica quantia de 25 centavos por pessoa.

No final, considerando todos os desvios, enganos e paragens fizemos cerca de 21 km, dos quais apenas aconselhamos 18 km (ver todo o traçado do percurso), em apenas 7 horas.

Depois de parar no hostel para pousar as malas saímos para jantar, mais uma vez nos restaurantes de rua e mais uma vez pincho (espetada) de frango, pincho de salsicha, batatas fritas e choclo (espetada de maçaroca de milho assada na brasa com manteiga)...