domingo, 31 de dezembro de 2017

Pico: Lagoas

Último dia do ano, condições atmosféricas perfeitas… dia de passeio pelo planalto central da Ilha.

Além da passagem pelas habituais lagoas, com paragem para observação de aves, decidimos procurar mais algumas, seguindo indicações de uns amigos, o que envolveria ter de caminhar um pouco, mas no final compensou o esforço… quem diria que ao fim de tantos anos, ainda há muitos locais por conhecer nesta “pequena” ilha?

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Pico: Subida ao Pico

Mais um ano de muitas subidas, desta vez mais de 100 entre os dois, o que foi suficiente para cada um de nós chegar aos 3 dígitos em número de subidas.

Mais uma vez tivemos direito a música, pedidos de casamento, aniversários, acompanhámos pessoas dos 7 aos 78 anos, incluindo a primeira subida de vários Picarotos. Sentimos muito calor, muito frio, chuva, vento, neve, gelo… para o ano há mais…

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Guitarra Gertrudes no Piquinho (esq.), Luis Senra (centro esq.), Atlante, mascote do Azores Fringe Festival (centro dir.) e Avião da Força Aérea Portuguesa (dir.)
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Coelho no Piquinho (esq.) e Postes de Marcação (centro e dir.)
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Gelo
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Gelo (esq.) e Neve na Furna (dir.)
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Cratera (esq.) e Sorriso de Pedra com gelo (dir.)

domingo, 10 de dezembro de 2017

a caminhar pela Ilha Terceira

A Ilha Terceira andou sempre nos nossos planos mas no final de contas, sempre que decidimos conhecer uma ilha… escolhíamos outra. De tal modo que nos últimos anos apenas a Mónica por lá tinha passado, mas apenas em escalas ou visitas que não permitiram conhecer muito da ilha. Já o Nuno, fazia três décadas que não estava mais do que uns minutos no aeroporto das Lajes.

Tinha chegado o momento (infelizmente, apenas o Nuno): tendo como principal objetivo conhecer os melhores hotspots dos Açores para observação de aves e fazer algumas estreias na sua lista de espécies, o Nuno decidiu juntar-se à comitiva do Clube de Observação de Aves do Faial, aproveitando em todo o caso,  para ir uns dias mais cedo e finalmente conhecer a Terceira. O plano inicial consistia em, nos primeiros 4 dias, fazer todos os trilhos marcados (e mais alguns se possível), visitar Gruta do Natal e Algar do Carvão, conhecer Angra, estar com uns amigos e tentar alargar a nossa rede de contactos de Permacultura. Nos restantes 3, observação de aves.

Nos dias anteriores a previsão meteorológica não augurava boa coisa por isso à partida do Pico já se sabia que não iria ser fácil fazer algo pelas zonas mais altas: nem ver, nem caminhar. Tivesse sido uma oportunidade única na vida e o plano manter-se-ia, mas sabendo da facilidade em lá voltar, a decisão foi de aproveitar ao máximo o tempo (em ambos os sentidos), sem pressões e o que não desse para visitar ficaria para uma próxima, até porque, depois de tanta molha apanhada na Montanha durante o ano, não apetecia nada ter de caminhar à chuva.

Dia 4 de Dezembro de 2017

Prometia chuva e assim foi, não deu para visitar muito mais do que Angra e ao fim de uma hora já estava todo encharcado. A maquina fotográfica nem saiu da mochila. Como também era Segunda-feira e os museus estavam todos fechados, o resto do dia foi passado à conversa com os nossos amigos e anfitriões.

Dia 5 de Dezembro de 2017

Era o dia com melhor previsão e como tal o plano era fazer os trilhos potencialmente mais bonitos e mais altos, mas mal subi um pouco de carro, nem se via as bermas da estrada. A alternativa foi voltar à costa e fazer o trilho PR2TER – Baías da Agualva.

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Alto da Memória – única foto de Angra (esq.) e Trilho Baías da Agualva (centro e dir.)

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Trilho Baías da Agualva

Depois de passar o ano a subir a Montanha com bastões, o facto de não os ter fez alguma confusão, principalmente no início do trilho, em que a descida é bastante acentuada.

É um trilho muito curto, com apenas 4km marcados, mas deu para acrescentar pelo menos mais um, fazendo uns desvios, por caminhos de pé posto, até a quase todas as extremidades das baías. Mesmo com estes desvios e pequenas paragens à procura de aves, ao fim de uma hora já estava de volta ao carro.

O almoço foi na Quinta dos Açores e bem mais calórico do que o que tinha sido gasto no trilho.

Seguiu-se uma visita privada com guia ao Monte Brasil e Fortaleza de São João Baptista

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Forte de São João Baptista

Dia 6 de Dezembro de 2017

O tempo estava bastante mau por isso a opção foi ir para dentro da terra e visitar a Gruta do Natal e o Algar do Carvão. A primeira não impressionou, achando apenas interessante o facto de haver vários tuneis paralelos, o algar sim, principalmente pela dimensão. Em todo o caso pareceu estranho, em ambos, poder qualquer pessoa entrar num local deste tipo sem guia, nem ter de usar iluminação pois esta já existe no local. Se de facto, para se poder apreciar a grandeza do Algar umas simples lanternas não seriam suficientes e alem disso a iluminação utilizada está bastante bem colocada e disfarçada, no caso da gruta do Natal não parece que fosse necessário.

Dia 7 de Dezembro de 2017

Mais um dia desagradável, de manhã uma pequena caminhada pela zona da Serreta e de tarde uma pequena volta com uma primeira passagem pelo Paul do Cabo da Praia, melhor local para observação de aves nos Açores… tantas aves em tão pouco espaço… nem sabia para onde olhar nem como fazer as contagens, em pouco tempo 3 estreias.

Dia 8,9 e 10 de Dezembro de 2017

Não tinha cumprido quase nada do plano inicial e já estava no dia em que chegava a comitiva do Clube de Observação de Aves do Faial, à qual me iria juntar.

Antes disso ainda deu para fazer uma pequena variante ao PR5TER – Fortes de São Sebastião, tornando o trilho linear em um circular, de modo a regressar ao carro.

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Trilho
Fortes de São Sebastião (esq.) e Comitiva do Clube de Observação de Aves do Faial (dir.)13-IMG_157514-IMG_1579
Vistas desde o miradouro da Serra do Cume

A partir daqui o foco foram as aves, o tempo também ajudou e deu também para ver um pouco do que não tinha conseguido nos dias anteriores. No final foram 10 estreias, 55 espécies na ilha Terceira.

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Pequena amostra do que havia no Paúl do Cabo da Praia: Pilrito-das-praias - Calidris alba, Pilrito-de-bico-comprido - Calidris ferruginea, Pilrito-de-peito-preto - Calidris alpina e Borrelho-de-coleira-interrompida - Charadrius alexandrinus

sábado, 1 de julho de 2017

Pico: Grutas

Foi um primeiro semestre de 2017 recheado de actividades de espeleologia…

Além de várias visitas às já conhecidas Furna de Frei Matias, Furna da Agostinha, Furna da Sapateira e Gruta do Soldado/Soldão quase que duplicámos o número de grutas conhecidas da nossa lista, quer por iniciativa própria, quer respondendo aos eventos criados pelo Parque Natural do Pico, Município das Lajes, Associação Os Montanheiros e Azores Fringe Festival.

Por ocasião da actividade organizada pelo Parque Natural do Pico, no dia 18 de Fevereiro,  visitámos a Furna Nova II. Não fosse apenas o túnel lávico bonito e muito interessante, o caminho que temos de fazer para lá chegar também o é. Relativamente às até então conhecidas, esta gruta apresenta duas características que nunca tínhamos visto antes: existe uma cascata de lava que desce pela entrada da gruta e continua alguns metros no interior de mesma; e o chão apresenta “lama totalmente negra” tratando-se de carvão. A explicação para o primeiro fenómeno deve-se ao facto de a gruta ja existir e posteriormente ter havido nova erupção cuja escoada lávica terá entrado na cavidade já existente e como tal ter havido novo fluxo de lava no seu interior com coloração distinta. O segundo, e sem grandes certezas, poderá ter origem no mesmo facto (uma erupção posterior à que gerou o túnel) pois o negro que se vê pode ser resultante da carbonização da floresta que terá crescido entre os dois eventos eruptivos e sido destruída durante o segundo, e cujos sedimentos se foram depositando com o tempo no fundo da gruta.

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Precisamente um mês depois o Município das Lajes, em parceria com os montanheiros, organizou tambem uma visita a uma gruta aqui na Ribeirinha, Gruta da Ribeira do Fundo. Poucos dias antes soubemos da sua existência, um dia fomos apenas saber a localização da entrada, voltámos uma segunda vez para entrar, mas com pouco equipamento e tempo, por isso avançámos menos de 100 metros e por fim, aproveitando este evento tivemos oportunidade de conhecer grande parte do túnel.

O principal atractivo desta gruta corresponde à enorme estalagmite de lava de praticamente 2 metros que se encontra quase no fundo da mesma, alcançada apenas após alguma escalada e rastejo por zonas de estrangulamento do túnel provocadas por enormes “Lava Balls”. Lava Ball trata-se de um pedaço de lava, já solidificada que se desprende das paredes ou tecto de uma gruta, ainda durante o fluxo de lava e acaba por ser transportada pela corrente, até que encalha gerando normalmente um estrangulamento.

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Mais recentemente, a 17 de Junho de 2017, por ocasião do Azores Fringe Festival foi a vez de conhecermos a Furna Vermelha.

Já sabiamos onde parar o carro mas não onde se entrava, embora a Mónica já tivesse explorado um pouco as redondezas.

Passámos por algumas aberturas não tão fáceis de aceder e como tal, hão de ficar para outro dia com menos gente e mais calma, e entrámos numa grande galeria onde a cor do chão faz jus ao nome da furna. Não avançámos muito no subsolo mas a forte cor vermelha da lava e as suas formas tornam esta gruta bastante interessante, assim como todas as explicações fornecidas pelo nosso guia Paulino Costa. Ficámos no entanto com curiosidade para explorar os restantes troços de túnel.

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Ainda no mesmo dia, aproveitando termos o equipamento no carro e sabendo da existência de mais algumas grutas no caminho de casa, decidimos passar o dia a explora-las por iniciativa própria:

-Furna Nova I

Sabendo da sua proximidade à Furna Nova II fomos no seu encalço, a primeira vez sem sucesso, da segunda encontrámos a entrada mas não tinhamos tempo para explorar, à terceira tentativa a Mónica entrou conhecendo grande parte e finalmente à quarta conseguimos ir juntos e com tempo.

O que se pode dizer desta gruta é que é simplemente fantástica. A diversidade de espaços e formações no seu interior é enorme: temos grandes balcões, muitas estalactites, muitas cores, raizes. Também é relativamente fácil a locomoção no seu interior, principalmente para nós que não nos temos de baixar muito.

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- Gruta Henrique Maciel

O que mais nos impressionou nesta gruta foi a longitude da mesma com um túnel bastante amplo, de secção transversal praticamente constante e piso e paredes muito regulares… nunca tinhamos andado por tanto tempo e tão rápido dentro de uma gruta.

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Não esquecer que a entrada para muitas destas grutas é feita no interior de propriedades privadas e como tal é recomendado solicitar autorização para aceder à gruta.

Chegaram a existir outras actividades organizadas pelas mesmas entidades às quais não nos inscrevemos por já conhecer as grutas, dando assim lugar a outros.