2012/06/30
Tínhamos reservado um pacote de 3 dias 2 noites, mas com algumas alterações para que pudéssemos passar mais tempo em Isabela e fazer algo por nós. Perguntámos em Santa Cruz o que poderíamos fazer, tendo-nos referido 4 coisas: Muro de las Lagrimas (uma curta caminhada de 1 hora), Humedales (ficava a 2 quarteirões do hotel), Centro de Criação de Tartarugas e Concha Perla (caminhada de 10 minutos). Também nos disseram que desde o porto até ao centro do povoado de Puerto Villamil e Hotel era muito longe (40 minutos a pé).
O tour só começaria pelas 14:00 com chegada a Isabela às 16:30 e única atividade uma visita de 30 minutos a uma lagoa.
Em vez disso, nós saímos pelas 7:00 numa penosa viagem de duas horas para as nossas costas e principalmente glúteos. Quem fosse fora ficava molhado, quem fosse dentro era grande a probabilidade de enjoar... a Mónica experimentou os dois, o Nuno nenhum.
Aquando da espera do barco, reparámos que os muitos tentilhões que nos rodeavam eram quase todos diferentes na coloração, mas principalmente na forma e tamanho do bico, os quais teriam sido um dos principais objetos de estudo de Darwin. Das 14 espécies existentes no mundo 13 são endémicas das Galápagos.
07:13 Rouxinol Amarelo Fêmea - setophaga petechia (esq.) e Tentilhões de Darwin: 07:13 (centro) e 07:14 (dir.)
Tentilhões de Darwin: 07:14 (esq.) e 07:16 (centro) e 10:13 Lagarto de Lava - microlophus albemarlensis (dir.)
Durante a viagem, mais uma vez sem oportunidade de tirar fotografia, vimos alguns Gansos Patola de Nazca que voavam para fugir do barco.
No porto de Puerto Villamil (Isabela) ficámos algum tempo tirando fotografias a pinguins, tartarugas marinhas e aos muitos leões marinhos que por lá dormiam.
09:54 Tartaruga Marinha (esq.) e Pinguim das Galápagos - spheniscus mendiculus: 10:02 (centro) e 10:05 (dir.)
Leões-Marinhos - arctocephalus galapagoensis:10:20 “O almoço” (esq.), 10:24 “A ressaca” (centro esq.), 10:25 “A vergonha” (centro dir.) e 10:26 “A reconciliação” (dir.)
Mesmo à saída estava um placard com indicação de um trilho de 250m para Concha Perla (ao menos já sabíamos onde tínhamos de passar quando quiséssemos lá ir).
Chegámos ao centro em 20 minutos (metade do que nos tinham dito). Com a manhã para nós, procurámos primeiro o que poderia haver de tours e depois, seguindo as indicações de um mapa pintado à mão num placard, começámos a dirigir-nos ao Muro de Las Lagrimas. Pelo meio encontrámos também a saída para o centro de criação de tartarugas e passámos pela Poza de Las Diablas.
10:43 Galinha de Água - gallinula chloropus cachinnans (esq.) e Nova Igreja de Puerto Villamil: 10:58 Interior (centro) e 11:00 Exterior (dir.)
Caminhámos descansados junto à praia por quase uma hora até que chegámos a um placard indicando: trilho Muro de Las Lagrimas e Humedales, 5km (linear), duração 3 horas, com muitos desvios para ver outros tantos pontos de interesse (ver traçado do trilho). Sem saber se os 5km eram só de ida ou também de volta, se incluíam as saídas todas, se estavam bem marcados ou até bem medidos, qual o desnível, se iriamos perder muito tempo com fotografias e apenas com 4 horas para estar de volta ao hotel, seguimos em passo de corrida (com tudo às costas). Decidimos também ir diretos até ao fim do percurso e, se tivéssemos tempo na volta, fazer os desvios que pudéssemos. Dá-se nome de Humedales a todas as poças existentes no local, cuja água é salgada pois estas apresentam ligações subterrâneas ao mar.
Humedales: 11:26 Poza de Las Diablas (esq.) e 11:42 (centro) e 11:55 Placard Indicativo do Percurso (dir.)
Depois de um grupo de Iguanas marinhas no meio do caminho que apanhava banhos de sol, fomos surpreendidos pelas primeiras tartarugas terrestres (não sabíamos que as íamos encontrar em ambiente natural neste lugar). Mesmo com muitas paragens para fotos demorámos menos de uma hora a chegar ao muro.
12:06 Iguana marinha - amblyrhynchus cristatus (esq.), Tartaruga terrestre Cerro Azul - chelonoidis nigra vicina: 12:11 (centro) e 12:45 (dir.)
O muro não é mais que um monte de rochas basálticas. O principal interesse prende-se com a história por trás da construção do mesmo: “ Em 1946 chegaram à ilha de Isabela 300 presos e 30 polícias a fim de criar uma colónia penal longe do continente. Utilizou-se a infraestrutura remanescente do exército Norte Americano, especialmente as casas de madeira. A ideia de fazer um cercado para controlar os prisioneiros e assim mante-los ocupados em alguma tarefa, levou à construção do muro das lágrimas. Os presos sofriam fortes castigos e impunha-se o ditado “Este lugar é onde os valentes choram e os débeis morrem.””
Perto do muro subimos uma escadaria que nos levou a um miradouro com uma bela vista...
12:49 Muro de Las Lagrimas (esq.) e 13:04 Tartaruga terrestre Cerro Azul - chelonoidis nigra vicina (dir.)
13:18 Libélula (esq.) e 13:22 Lagarto de Lava (dir.)
Regressámos contornando o muro... pelo caminho passámos no desvio para o mirador “Cerro Orchilla” ao qual não nos foi possível ascender por se encontrar em manutenção... depois fomos até “El Estero” local de mangais, onde encontrámos inúmeras iguanas marinhas de grande porte, um parque de merendas onde aproveitámos para almoçar e uma praia de água salobra...
El Estero - Iguana marinha - amblyrhynchus cristatus: 13:46 (esq.) e 13:58 (dir.)
El Estero: 14:00 Caranguejo Violinista - uca galapagensis (esq.), 14:05 Mangais (centro) e 14:07 Arenal (dir.)
O desvio seguinte levou-nos à “Poza Escondida” onde tivemos oportunidade de estar a menos de um metro de uma Garça de Lava, seguindo-se a “Poza Redonda”, o tunel de lava “Tunel del Estero”, “Playa del Amor”, “Los Tunos”, “Pozas Verdes” e “La Playita”.
14:22 Garça de lava na Poza Escondida - butorides sundevalli (esq.) 14:23 Poza Escondida (centro) e 14:29 Poza Redonda (dir.)
Tunel del Estero: 14:34 (esq.) e 14:36 (centro) e 14:40 Playa del Amor (dir.)
La Payita: 15:00 Trilho de Iguana (esq.) e 15:05 Iguana marinha - amblyrhynchus cristatus (centro) e 15:17 Rouxinol Amarelo Macho - setophaga petechia (dir.)
Conseguimos fazer tudo e chegámos ao hotel antes das 16:00, hora marcada, mas tivemos de esperar pelos restantes elementos do grupo até às 17:30.
Chegados estes fomos visitar a Laguna Flamingos onde se podem ver normalmente alguns exemplares desta ave. Aqui explicaram-nos o que iríamos fazer no dia seguinte (afinal não seriamos bem um grupo de tour organizado pois de todos seriamos os únicos a subir à Serra Negra) e voltámos ao hotel para um buffet.
Laguna Flamingo: 17:27 Flamingos Americanos - phoenicopterus ruber (esq.) e 17:34 Perna-longa de pescoço negro - himantopus mexicanus (dir.)
1 comentário:
Nem sabia que existiam iguanas marinhas.
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