segunda-feira, 6 de junho de 2011

Bolívia - La Paz – Tiwanacu

Dia 3 _-_06/06/2011 _-_ Tiwanacu

Embora tivéssemos combinado tomar o pequeno almoço juntos pelas 10:00 o Nuno e a Mónica saíram pelas 7:30 para tentar levantar dinheiro, procurar hostel para a noite seguinte e informações sobre tours.

Quando chegámos ao Hotel já os dois outros meninos andavam preocupados à nossa procura tendo acordado todo o hostel chamando por nós.

Arrumámos as malas e tomamos o pequeno almoço, composto por pão, manteiga, doce de alperce e mate de coca, saindo em seguida para deixar as malas no novo hostal, bem mais barato, com donos e empregados simpáticos e internet… Hostal Alsigal.

Já que as malas só viriam de noite decidimos alterar os planos da viagem e como tal havia que começar por visitar algo perto de La Paz, as Ruínas de Tiwanacu.

Apanhámos táxi do hostal até ao cemitério de onde saíam autocarros até Desaguadero com paragem pelo meio em Tiwanacu. Comprámos logo ida e volta e apanhámos a combi.

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La Paz (esq.), Combi (centro) e A caminho de Tiwanacu (dir.)

Á entrada das ruínas comprámos os bilhetes que nos dão acesso ao museu cerâmica, ao museu lítico e a dois complexos arqueológicos: Kalasasaya e Pumapunku. Também requisitámos os serviços de guia com o Tofil.

O complexo arqueológico encontra-se a 180km de Copacabana, de onde se prevê que se tenham trazido todas as rochas para a sua construção.

Começámos por visitar no complexo de Kalasasaya,  a Pirâmide de Akapana (Ake=Este + Pana=Lugar Escolhido), bastante destruída pois as pedras terão sido removidas para serem utilizadas na construção da igreja do povoado.

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Guia Tofil e Maquete do Complexo Arqueológico (esq.), Vista para o Templo de kalasasaya desde a pirâmide de Akapana (centro) e Cruzes Andinas em relevo em grandes blocos (dir.)

Existem três templos principais:

- Putuni: em honra ao Condor, deus dos Ahapacha=Céus, cemitério onde foram encontradas algumas múmias;

IMG_6670Templo de Putuni com muro do templo de Kalasasaya ao fundo

- Kalasasaya (kala=pedra + sasaya=levantada): em honra ao Puma=Titi, deus da Acapacha=terra;

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Templo de Kalasasaya: Altar (esq.) e Muros (centro e dir.)
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Templo de Kalasasaya: Porta do Sol (esq.) e Monólito em basalto (centro e dir.)
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Templo de Kalasasaya: Monólito em basalto (esq. e centro) e Monólito em Arenito (dir.)

- Semisubterrâneo: em honra à serpente, deus do macapacha=inframundo

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Templo semi-subterrâneo

Durante a visita o guia assegurava ser um lugar mágico e sagrado principalmente por se verificarem alguns fenómenos acústicos, supostamente únicos no mundo… no entanto era já do nosso conhecimento o fenómeno, por um lado por trabalharmos na área e porque são fenómenos iguais ao que já havíamos presenciado no México e Guatemala no ano anterior. Não ficámos convencidos da magia, mas sim impressionados com os conhecimentos sobre a propagação do som numa época tão longínqua.

Seguimos para o museu cerâmico onde pudemos ver peças de cerâmica, lanças, cereais, múmias e peças de bronze que serviam como ligação entre rochas.

Foi a vez do museu lítico, apenas com uma sala aberta onde consta uma grande rocha trabalhada,  com 7,8m de altura, 30 toneladas, denominada Estela Bennet, que terá sido encontrada no templo semisubterrâneo.

Dirigimo-nos a Puma Punku onde existem gigantes blocos de pedra, até 32 toneladas, minuciosamente trabalhados e que antigamente formariam um grande templo que até hoje não se descobriu qual teria sido o aspecto original nem onde iria cada bloco.

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Pormenor dos encaixes das ligações metálicas (esq.) e Puma Punku (centro e dir.)

Ainda tentámos ver os “sulca colos” (socalcos), antigo sistema de armazenamento de água para irrigar os campos, mas que hoje em dia correspondem ao leito de um rio e como tal quase imperceptíveis.

Por fim corremos até ao povoado onde existe a igreja responsável pela destruição da pirâmide de Akapana, a fim de regressar a La Paz no autocarro das 16:30.

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Casa e muros de barro (esq.), Local onde existiam os Sulca Colos (centro) e Igreja de Tiwanacu (dir.)

De volta à capital a Mónica ligou para Santa Cruz avisando do nosso atraso e o Nuno para o aeroporto a fim de saber o paradeiro das malas… sem grande sucesso pois o número só está ativo de manhã e das 22:30 à 1:00… havia só que esperar por isso aproveitámos para ir jantar e descansar.

Ás 22:30 o Nuno tentou nova chamada para saber se já tinham chegado as malas e se nos pagavam a deslocação para levantá-las… não sabiam de nada mas iam informar e depois chamavam quando o avião chegasse… havia novamente que esperar, agora acompanhando os responsáveis do hostel a assistir à novela brasileira Dona Branca, dobrada em espanhol. Findada esta foram-se todos deitar menos o Nuno.

Pelas 00:30, hora prevista para a chegada do avião, o Pedro juntou-se ao Nuno na espera, já que as malas estavam no nome destes. Passou a 1:00 sem informações e o Nuno ligou à revelia dos donos do hostal, sendo atendido apenas à 5ª tentativa, quando a esperança já era pouca… estavam a fazer o inventário e havia que ligar em 30 minutos mais.

Entretanto desceu o dono do hostel para saber se havia novidades e oferecendo-nos o comando da televisão (entretanto desligada) para nos entretermos um pouco. Quando o Pedro tentou ligá-la esta estava no máximo, foi um grande susto e tentaram carregar em todos os botões para reduzir o som mas sem sucesso… houve puxar a ficha para não acordar os restantes hóspedes.

Nova chamada à revelia pela 1:30… tinham chegado as malas mas só as podíamos levantar no dia seguinte pois o gabinete fechava às 2:00. Ficou então combinado de nos trazerem as malas aos hostal pelas 7:00, sendo entregues apenas com a apresentação dos documentos de registo de perda que nos tinham entregado no aeroporto.

Dia 4 _-_07/06/2011 _-_ La Paz

Ás 6H45 o Nuno desceu à entrada… já lá estavam as malas, sem apresentarmos nada, nem confirmarmos que eram essas. Abrindo as mesmas o Pedro verificou que um cadeado da sua estava rebentado. Felizmente não faltava nada, pelo que presumimos que as deliciosas sandes de panado, que acabámos por não comer por se terem estragado com o tempo, terão despertado o interesse de algum cão farejador, induzindo a polícia a abrir a mala.

Uma vez que seguíamos para a selva tomámos o comprimido da malária, assim como o primeiro banho.

Aproveitámos o dia para conhecer um pouco da cidade, nomeadamente o mercado da feitiçaria, onde se vende de tudo para tudo, inclusivamente fetos secos de lama com muitas utilidades. Fomos também em busca de tours para quando regressássemos a La Paz e reservar já a descida em bicicleta da denominada Estrada da Morte.

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Pessoas
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Micros e os emaranhados de cabos elétricos

Almoçámos salteñas (espécie de empanada Boliviana), comprámos uns sacos de amendoins e passámos pelo terminal para comprar os bilhetes de autocarro até Santa Cruz.

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La Paz com Illimani ao fundo, no alto dos seus 6438m  (esq.) Zebras Sinaleiras que tentam aliviar o stress dos condutores e divertir os peões (dir.)

Voltámos ao hostal para buscar as malas e saímos, agora de táxi, de novo ao terminal. Despachámos as malas e fomos procurar comida para a viagem.

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Terminal de La Paz (esq.), Dormindo num saco de coca (centro) e La Paz e Illimani (dir.)

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