terça-feira, 6 de novembro de 2012

AS - 10/13 - Chile II - Santiago do Chile e Valparaíso

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28/09/2012

O dia começou de madrugada com o cruzamento da fronteira. A meio da noite fomos acordados para sair do quentinho do autocarro com todas as nossas coisas. Lembrámos-nos que ainda tínhamos um pouco de chouriço e uma pera cuja entrada não é permitida no Chile por isso, antes de sairmos, fomos “obrigados” a comer. Já na aduana, passadas as malas no raio-x uma das nossas estava de parte. A Mónica teve de tirar tudo o que estava dentro pois tinham visto uns frascos de vidro que talvez pensassem ser de mel (também não permitido). Como não se lembrava de termos nada de vidro e o guarda insistia que tinha visto algo demorou algum tempo até que chegaram aos frasquinhos de canela e de sal.

Chegámos a Santiago ainda de noite mas aí, já fora do autocarro e com as malas na mão, descobrimos que existiam vários terminais e não sabíamos qual o mais próximo da casa dos nossos anfitriões. Aí ficámos e por sorte verificámos no nosso guia que estávamos no lugar certo e melhor, muito perto do centro... esperámos até que amanhecesse

Para aproveitar o dia decidimos guardar as malas no depósito e visitar a cidade e só depois seguir para casa. Pelo meio fomos averiguar preços e horários de autocarros para os nossos próximos destinos.

Já tínhamos achado estranhamente barato o preço da última viagem mas acabámos por verificar que tudo na capital estava a menos de metade de San Pedro de Atacama e mais barato que na Argentina.

Caminhamos pela cidade procurando os principais pontos do mapa turístico que tínhamos obtido no posto de informação.

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10:05 Centro (esq.) e Parque Santa Lucia: 15:05 (centro) e 15:09 (dir.)

Pelas 18:00 entrámos no metro seguindo em busca do nosso amigo mexicano Erick, que por sinal fazia anos e estava hospedado bem perto de onde iríamos ficar. Não o encontrámos mas deixámos mensagem e seguimos até casa.

Já em casa da Laura e Rodrigo fizemos em conjunto uma pizza para o jantar e depois ficámos a conversar até bastante tarde, enquanto o Rodrigo tentava construir um fogão de lata como o nosso. O seu entusiasmo levou-nos a procurar mais vídeos e encontrámos um novo modelo que nos apeteceu construir. A Laura deu-nos a provar uns deliciosos doces como sobremesa. Pelo meio combinámos um passeio pela cidade e posterior pic-nic para o dia seguinte, para o qual também convidámos o Erick e a Dani, chilena que vive em Santiago e que conhecemos num tour em San Pedro de Atacama.

Antes ainda de dormir e dada alguma fome que o Rodrigo ainda tinha a Laura rapidamente preparou uns morangos cobertos com chantilly e chocolate.

29/09/2012

Acordámos cedo para nos reunirmos todos na estação de metro e irmos comprar as coisas para o pic-nic. Seguimos em direção ao cerro San Cristobal onde caminhámos um pouco até ao topo e depois baixámos para almoçar, ficando a conversar por bastante tempo.

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28/09/2012 16:01 Centro (esq.) e 29/09/2012 Vista do morro San Cristobal para Santiago: 12:35 (centro) e 12:46 (dir)

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14:21 Os 5... (esq.) e 17:14 Museo Gabriela Mistral(dir.)

Voltámos a casa pois a Laura tinha de ir trabalhar e despedimo-nos do Erick, ficando com a Dani para novo passeio, agora com guia privada. Visitámos alguns bairros da cidade e jantámos juntos.

Depois das despedidas fomos às compras para o dia seguinte e chegando a casa construímos o nosso novo fogão, na companhia e com as ferramentas do Rodrigo. Para testá-lo o jantar deste foi feito no mesmo. Já de madrugada fizemos mais um fogão para deixar na casa.

30/09/2012

Pela manhã dormimos demais mas seguimos com o plano de visitar a cidade de Valparaíso na costa pacífica.

Fomos para o terminal e comprámos logo bilhetes de ida, volta e saída pela noite para Cabrero. Assim sendo era nossa ideia deixar as mochilas grandes no depósito e levantá-las antes de seguir viagem a Sul. Infelizmente (ou não), como já estamos num país bastante evoluído, o facto do sistema informático do deposito não funcionar impossibilitava que qualquer mala lá ficasse guardada. Assim tivemos de carregar tudo até Valparaíso, onde por sorte os depósitos são menos de um quarto do preço de Santiago.

Chegando ao terminal procurámos informação sobre o que visitar, uma vez que só nos tinham dito que Valparaíso era bonito e devíamos lá ir.

A principio não achámos nada de especial, até que subimos num dos muitos funiculares existentes, dos quais apenas 3 se mantêm em funcionamento. As vistas do cerro não são grande coisa mas as ruas, as casas e respectivas cores alegram o ambiente. Antes de voltar ao terminal tentámos ir à casa museu de Pablo Neruda mas chegámos na hora de fechar.

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12:54 A casa de um de muitos cães da cidade (esq.) e 13:11 Leões marinhos na doca (dir.)

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Funicular: 13:32 (esq.) e 16:04 (centro) e 16:15

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Casas típicas: 16:43 (esq.), 16:48 (centro) e 16:50 (dir.)

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Casas típicas: 17:00 (esq.), 17:08 (centro) e 17:10 (dir.)

Regressámos assim ao terminal, não sem antes passar por uma pastelaria, e voltámos a Santiago para seguir rumo a sul, para nova atividade de voluntariado, agora na Ecoescola El Manzano, perto de Cabrero, Região Bio Bio.

sábado, 13 de outubro de 2012

AS - 9/13 - Argentina IV - Mendoza

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22/09/2012

Com bastante atraso chegámos já depois da uma da tarde a Mendoza. Mais uma vez não tínhamos obtido resposta de sofá mas ao fim de alguns pedidos, a Ale, couchsurfer que estaria fora de fim de semana prolongado e a quem tínhamos enviado um pedido, falou com o seu amigo e vizinho Rodrigo que nos aceitou... seriamos os seus primeiros “surfistas”.

O jantar ficou por nossa conta, um desafio pois o Rodrigo se encontrava a praticar uma dieta que nos limitava em muito as opções: nada de lácteos, açucares, carnes, feijão, ervilhas, favas e afins, apenas farinhas e cereais integrais. Daqui resultou um estufado de legumes com arroz integral.

23/09/2012

Foi o dia de visitar a cidade e recolher informações para os dias seguintes... não tivemos sorte nenhuma... era Domingo: postos de informação, lojas e agências de turismo fechadas; museus e outros pontos turísticos apenas abertos em horários antes ou depois da nossa passagem.

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12:03 Catedral de Mendoza (esq.), 13:44 Convento de Santo Domingo (centro) e 14:30 Basilica de San Francisco (dir.)

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14:36 Banco Hipotecário Nacional (esq.), 17:01 Plazoleta de Portugal (centro) e 17:31 Casa do Governo (dir.)

O melhor da nossa saída foi termos encontrado uma frutaria com preços bastante bons.

Para o jantar o Rodrigo permitiu que lhe estragássemos um pouquinho a sua dieta e fizemos crepes... aparentemente ficou fã.

24/09/2012

No distrito de Mendoza localiza-se o Cerro Aconcagua, ponto mais alto da América do Sul com 6962m e que era nossa intensão subir. Já tínhamos descartado a hipótese para esta viagem devido a estarmos fora da época permitida e dos custos previstos. Em todo o caso era nossa intensão ir até ao parque com o mesmo nome por alguns dias e caminhar.

Não tínhamos conseguido comprar tudo para levar por ser Domingo mas Segunda também foi feriado por isso tínhamos poucas opções. Tivemos assim de esperar que as lojas abrissem antes de apanhar o autocarro até à entrada do parque em Los Horcones.

A falta de informação levou-nos a planear algumas caminhadas que igualmente se encontram fechadas ao público nesta época. Só tendo sido avisados disto no local tivemos de mudar os planos e perguntar o que se poderia eventualmente fazer nas redondezas. Deram-nos uma alternativa prometedora mas com informações muito vagas nomeadamente relativamente à duração (2 ou 3 dias) e cotas máximas atingidas (de 4300 a 5000m), dizendo que mesmo assim teríamos de nos registar e ter um rádio para comunicação.

Primeiro fizemos uma pequena caminhada passando pela pequena lagoa Los Horcones e tendo pela primeira vez a oportunidade de ver o Aconcagua.

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15:04 Laguna Espejo (esq.), 15:12 Vale Glaciar (centro) e 15:24 Aconcagua (dir.)
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15:40 Laguna Los Horcones (esq.), 15:44 Pato (centro) e 15:53 Fósseis (dir.)

Mapa do percurso: 20120924 AS-ARG Mendoza-ParqueAconcagua-LagunaLosHorcones
Distância do Percurso: 5,2 km

Seguimos pelo caminho de ferro desativado até Puente del Inca, uma formação natural onde existem águas termais e onde existiu um hotel e balneários, agora em ruínas, já cobertos de calcário.

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Caminho de ferro Los Horcones-Puente del Inca: 17:28 (esq.), 17:40 (centro esq.), 16:45 (centro dir.) e 17:05 (dir.)

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Puente del Inca: 17:46 (esq. e dir.)

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2012-09-26 15:45 Puente del Inca (esq.) e 2012-09-24 18:05 Caminho de ferro Puente del Inca-Penitentes (dir.)

Fomos pedir mais informações sobre a caminhada que nos tinham sugerido junto de outro guarda parques: não é necessário registar nem o rádio e há quem faça tudo num dia.

Perguntámos onde poderíamos acampar pois já não faltava muito para o Sol se por e aconselharam-nos a seguir mais alguns quilómetros pelo caminho de ferro até à quebrada Los Penitentes, onde no dia seguinte iniciaríamos a subida do Cerro com o mesmo nome.

Mais de uma hora depois, com passagem por uma ponte de estado duvidoso, montámos a tenda, jantámos e ali ficámos.

25/09/2012

Acordámos cedo mas demorámos quase 2 horas a arrumar tudo pois durante a noite a tenda tinha-se enchido de gelo por dentro.

Começámos a subir, sempre pelo rio até que chegámos ao refúgio antes do meio dia.

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Los Penitentes: 08:06 Acampamento (esq.), 09:54 (centro esq.) e 09:57 (centro dir. e dir.)

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Los Penitentes: 09:57 (esq.), 10:09 (centro) e 11:02 (dir.)

Mapa do percurso: 20120924a26 AS-ARG Mendoza-ParqueAconcagua-LosPenitentes
Distância do Percurso: 32,5 km

Ainda com oito horas de luz decidimos arriscar chegar ao ponto mais alto e regressar ao refúgio, caminhando assim com muito menos peso (mas arriscando algo que nos tinham dito demorar 9 horas, 6 para cima e 3 para baixo). Em boa hora o fizemos pois às 15:30 já descansávamos no topo, com umas vistas incríveis, com montanhas nevadas a toda a volta e a mais alta de todas, o Aconcagua.

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Los Penitentes: 11:46 Pássaro (esq.), 13:47 Aconcagua (centro) e 14:19 (dir.)

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Los Penitentes: 14:26 (esq.), 14:27  A Caminhar pela... neve (centro) e 15:44 Nós (dir.)

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Los Penitentes - Vista do Cume: 16:03 (esq.) e 16:12 (dir.)

Ao contrário do que nos tinham dito o trilho não está marcado, apenas algumas mariolas, mas por sorte não há muito que enganar pois o trilho é único vendo-se várias marcas na mesma direção.

Para baixo demorámos só uma hora e meia numa descida muito fácil, quase esquiando. Já quase no refúgio à nossa frente rolava um saco plástico com um tomate que supostamente trazíamos na mochila... esta estava aberta e não faltava apenas o tomate. A princípio pensámos faltar uma navalha e o chouriço mas ao voltar, uns 500m montanha acima, o Nuno juntou também o saco do pão e o do lixo.

Ainda tivemos algumas horas de luz aproveitando para jantar e jogar monopoly.

26/09/2012

Tínhamos apenas previsto a descida do refúgio até Puente del Inca mas tinha-nos ficado na memória a possibilidade de chegarmos mesmo às formações rochosas denominadas penitentes, já que na subida ao cume não passámos pelas mesmas.

Escondemos as mochilas debaixo de uma pedra e lá fomos seguindo um aparente trilho ou apenas navegando à vista, numa penosa subida. Na verdade os Penitentes são muito mais agradáveis de longe que de perto, mas foi bom para ter uma noção das suas dimensões.

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Los Penitentes: 11:07 (esq.), 11:08 (centro) e 12:05 Aconcagua (dir.)

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Los Penitentes: 11:08 (esq.) e 12:06 (dir.)

Descemos até Puente del Inca onde comprámos o bilhete de autocarro de regresso a Mendoza e enquanto esperávamos cozinhámos massa com atum no nosso fogão a álcool, para espanto dos visitantes do monumento que nos olhavam muito curiosos.

Regressámos a Mendoza, aproveitando a nossa presença no terminal para comprar os bilhetes a Santiago do Chile, tendo posteriormente a oportunidade de finalmente conhecer pessoalmente a Ale, com quem jantámos também na companhia do Rodrigo,uma pizza de mozzarela e um leite creme.

Ao contrário do que tinha passado com Cordoba e Mendoza verificámos que já tínhamos 2 lugares para ficar em Santiago do Chile, tendo portanto de recusar um.

27/09/2012

O dia começou com uma ida à padaria para comprar uns pães típicos de Mendoza que nos tinham aconselhado na noite anterior: tortitas raspadas (baixas), tortitas pinchadas (picadas com garfo) y tortitas de hoja (massa folhada). Estas têm a particularidade de na massa ser utilizada banha de porco... e de serem todas muito boas.

Apenas tínhamos previsto a visita a um museu de Arqueologia que ficava nas catacumbas da Faculdade de Filosofia, bastante longe de casa. Já nos tínhamos atrasado bastante na saída com o arrumo das mochilas mas fomos todo o caminho a pé, passando novamente pelo enorme parque da cidade e chegando perto das 13:15 ao local. À semelhança da anterior visita pela cidade, não nos foi possível visitar este museu, neste caso  por se encontrar cerrado por longo termo para remodelação... Pelo caminho aproveitámos para comprar coisas para o jantar: Legumes com natas e bolo de chocolate.

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13:49 Portas do Parque San Martin

Chegando a casa a Mónica saiu com a Ale para uma sessão de cinema francês organizado por um grupo de idosos do qual é líder a dinâmica e divertida avó da Ale. O Nuno ficou em casa distribuindo o tempo pelas tarefas de cozinhar e atualizar o blog.

Chegadas as meninas, da nossa parte faltavam apenas os últimos preparativos do jantar e esperar que o bolo cozesse e da parte da Ale faltava ensinar-nos a fazer pão... fácil, rápido e muito saboroso.

Jantámos, guardámos comida para o almoço do dia seguinte bem como bastante pão que nos foi oferecido.

Saímos então para apanhar um autocarro que nos levasse ao terminal de onde seguiríamos pela segunda vez para o Chile, agora para a capital Santiago, onde nos esperávamos reencontrar com o mexicano Erick e com a chilena Dani que já não víamos desde San Pedro de Atacama.