terça-feira, 17 de dezembro de 2013

AS – 10/13 – Chile XV – Carretera Austral 4 – Puerto Rio Tranquilo

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Neste local tínhamos duas coisas possíveis de interesse a visitar: visitar ou caminhar no Glaciar, Campo de Hielo Norte e visitar as chamadas Capillas de Marmol.

Pelo elevado preço excluímos a caminhada no gelo, o mesmo só pela visita ao miradouro pois necessitava muita gente para sair um preço em conta. No final  decidimos que iria apenas o Nuno às Capillas pois a Mónica já tinha enjoado bastante na viajem de carro do dia anterior além de que não lhe apetecia entrar em tours.

08/12/2013

Pelas 10 da manhã saíram 5 barcos com 45 pessoas para o tour das Capelas de Mármore, com o Nuno, dois motoqueiros e 42 alunos de uma escola.

Basicamente foi pouco mais de uma hora de entrar e sair de grutas de mármore escavadas pela água do Lago General Carrera, o segundo maior da América do Sul, depois do Titicaca.

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Capelas de Mármore: 10:40 (esq.), 10:48 O Cachorro (centro) e 10:52 (dir.)

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Capelas de Mármore: 10:53 (esq.), 11:05(centro) e 11:09 (dir.)

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Capelas de Mármore: 11:12 (esq.), 11:13 (centro) e 11:19 (dir.)

Como sempre em tours de grutas e formações rochosas, há sempre alguma que nos tentam impingir que se parece com um objecto qualquer...  No final uma apresentação histórica com muitos dados e números debitados em menos de 5 minutos pelo Sr. Lenin, dono dos barcos, que já deve fazer isto há bastantes anos.

Voltando a terra, almoçámos, fizemos algumas compras e tomámos boleia até Cochrane, desta vez com um médico militar muito simpático que nos levou mesmo à porta da casa do couchsurfer que já nos aguardava, antes de  nos despedirmos ainda marcámos uma visita a uma cascata uns dias depois que também ele queriam a conhecer.

Chegados à cada do Camilo este recebeu-nos com um delicioso jantar e nos retribuímos com uns crepes de sobremesa para ele, o irmão Tomás e o amigo Mário... 2 engenheiros, 2 arquitetos e um construtor... tendo essa noite sido passada a ver documentários de construção natural.

AS – 10/13 – Chile XIV – Carretera Austral 3 – RN Cerro Castillo

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04/12/2013

Depois de 2 boleias chegámos a Villa Cerro Castillo no sopé da montanha que dá o nome ao lugar. Fomos então perguntar onde morava o Sr. Cláudio das Cavalgatas. Numa mercearia indicáram-nos onde seria, com um único ponto de referência que seria uma casa de zinco... aparentemente seguimos tão mal as indicações que fomos para o lado contrário. Perguntámos novamente e referiram novamente a casa de zinco, que havia que cruzar a Ruta 7, passar uma casa amarela e que antes da casa veríamos primeiro um armazém...  Cruzámos, vimos a casa amarela e a de zinco, vimos um armazém e na casa seguinte ficámos esperando os donos... mais de 2 horas. Já quase de noite encontrámos mais uma pessoa a quem perguntar que nos disse estarmos em casa da irmã e não a do Sr. Cláudio. Mobilizámo-nos novamente e depois de várias casas de zinco (na verdade são quase todas) e duas amarelas chegámos ao destino certo.

A ideia inicial do dia seria apenas deixar as mochilas e voltar um pouco atrás na Carretera Austral para começar uma travessia de 3 ou 4 dias ou pelo menos já acampar no início do percurso. Como já se fazia tarde além das mochilas, perguntámos se podíamos acampar no campo saindo no dia seguinte. Acabaram por nos deixar ficar no interior de um edifício e assim nem tivemos que desfazer as mochilas.

05/12/2013

Saímos cedo em busca de boleia até Las Horquetas, onde começa o percurso. Ao fim de algum tempo um senhor de Puerto Rio Tranquilo levou-nos, deixando também algumas indicações sobre o nosso destino seguinte.

Quase todo o percurso que fizemos neste dia é feito por estradão, no entanto houve que sacar os sapatos várias vezes para cruzar alguns rios. Ao fim de pouco mais de 13km chegámos ao guarda parques que nos fez algumas recomendações para o resto do trilho, nomeadamente que deveríamos sair cedo no dia seguinte para cruzar a zona de neve com menos vento.

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11:43 Por água (esq.), 12:17 por pasto... (centro) e 15:43 por pedra (dir.)

Seguimos um pouco mais até outro acampamento 2,3km mais à frente chegando por volta das 16:00. Ainda com muitas horas de luz montámos a tenda acendemos uma fogueira e fizemos o jantar em companhia de um catalão, Ferran, com quem conversámos bastante de trilhos, trocando muitas informações por estarmos a fazer um pouco do mesmo mas em sentidos contrários.

06/12/2013

Atendendo à sugestão do guarda parques, pelas 7:30 já estávamos caminhando, começando o dia em subida constante, com trilho bem definido mas com poucas ou nenhumas marcas.

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16:51 Acampamento (06/12/2013 esq.), 07:46 Glaciar e 08:47 Cascata (dir.)

Chegando à neve fomos seguindo as pegadas do Ferran que andava mais depressa e tinha saído mais cedo, uma caminhada cuja dificuldade ia aumentando de acordo com a inclinação e com o estado da neve... mas aos poucos seguíamos avançando.

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Passo com neve 09:23 (esq.), 09:31 (centro) e 09:45 (dir.)

No entanto, chegando ao ponto mais alto havia que descer até ao rio mas nem marcas, mariolas ou pegadas, e um terreno muito íngreme e com rochas soltas. Aqui perdemos mais de uma hora entre encontrar um caminho e descer. Já em baixo voltámos a ver mariolas as quais fomos seguindo. Caminhámos mais um pouco até ao acampamento.... de onde seguimos `em nova subida até à base do cerro castillo, onde almoçamos. Deixando as mochilas por alguns momentos fomos até à cascata formada pelas àguas provenientes do derretimento do glaciar e tentámos ir ao topo da mesma subindo uma zona muito inclinada e resvaladiça... sem grande sucesso.

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10:08 Descida íngreme (esq.), 11:39 Aparecendo entre as árvores (centro) e 12:47 Cerro Castillo (dir.)

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Cerro Castillo 13:43 (esq.), 13:49 (centro) e 13:50 (dir.)

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13:50 Glaciar (esq.), 14:05 travessia por pedras (centro) e 14:14 Torres e agulhas (dir.)

Cruzámos novo rio e iniciámos a subida final, primeiro não tão acentuada até uma bela lagoa glaciar e depois mais forte até ao ponto mais alto do percurso a quase 1700m de altura, sempre seguindo mariolas e marcas.

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Laguna Castillo 14:28 (esq.), 14:29 (centro) e 14:32 (dir.)

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14:36 Glaciar (esq.), 14:43 Laguna Castillo (centro) e 15:19 Montanha “polvo”

Alcançado o topo havia que descer muito até ao acampamento. Fomos seguindo o GPS e umas mariolas, depois umas setas mas a dificuldade era grande, acabando por demorar quase 3 horas para fazer menos de 3km.

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15:56 Vista Cerro Castillo (esq.), 16:34 Desfiladeiro que nos aguardava (centro), 18:14 “O que já passou!”

Chegando ao rio havia que continuar até ao camping mas continuávamos a ver apenas algumas mariolas que nos levavam por um percurso que parecia de cannioning.

Finalmente ao final de mais de 12 horas chegámos ao acampamento onde o nosso amigo Ferran já tinha o fogo preparado. Este já tinha chegado 4 horas antes, tendo encontrado caminho certo da descida, marcado com as marcas oficiais e muito menos difícil e perigoso. Tendo-nos falado da existência de outro caminho questionámos-nos porque existiriam mariolas e setas na descida pelo vale...

07/12/2013

Fomos ao acampamento neozelandes e, saindo do trilho, seguimos mais um pouco em busca de uma lagoa congelada que tínhamos visto no dia anterior, desde o ponto mais alto, e que ficaria um pouco mais acima. Depois de algumas voltas pelo bosque desistimos e voltámos para trás, desmontando a tende e seguindo até Villa Cerro Castillo, numa longa... longa descida.

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Cerro Castillo 10:27 (esq.) e 12:12 (dir.)

O nosso GPS voltou a pregar uma partida apagando tudo o que tínhamos registado nos dois dias anteriores quando lhe trocámos a bateria.


NOTAS:
- Mapa do trilho que seguimos pelo GPS, um pouco distinto ao que efetuámos. No nosso caso, não seguimos os dois desvios que aprecem no trilho... mas fizemos o desvio marcado no mapa da CONAF entre os acampamentos porteadores e neozelandês... tentámos chegar à lagoa Duff depois deste segundo acampamento mas não existe caminho marcado (necessário ir com tempo para a exploração).
- Depois do ponto mais alto este trilho segue o vale, descida difícil, no entanto viemos a descobrir que o caminho oficial segue pela cumeeira, à esquerda (sentido horquetas – villa cerro castillo), há que procurar bem as marcas.

Ao início da tarde estávamos de volta à vila. A Mónica foi à internet numa última tentativa de tentar saber algo do bastão, sem sucesso, e o Nuno foi buscas as mochilas. Ao entrar no terreno estavam dois homens descascando batatas, um olha para ele e... ataque de epiléptico com uma grande faca na mão... que susto.

Já com as mochilas voltámos à Ruta 7 esperando boleia até Puerto Rio Tranquilo. Quase não passavam carros mas mais uma vez foi fácil, chegando antes do anoitecer.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

AS – 10/13 – Chile XIII – Carretera Austral 2 – RN Coyhaique

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01/12/13

Tendo acampado na noite anterior a meio do trilho “Os Pescadores” no parque Nacional Rio Simpson pela manhã seguimos o trilho até ao fim mas, ao fim de 500 metros este nos levava de volta a estrada sem nunca mais encontrarmos nova entrada. Decidimos pedir boleia até à cidade de Coyhaique mas antes de sequer fazermos qualquer sinal um carro parou perguntando se íamos para sul. Era um taxista que tinha trabalhado a noite toda e como estava cheio de sono viu em nós a oportunidade de falar um pouco e despertar, seguindo conduzindo até casa.

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30/11/2013 18:14 Carretera Austral (esq.), 18:14 Boleia até Rio Simpson (centro) e 19:07 Cascada de la Virgen (dir.)

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01/12/2013 08:09 Acampamento (esq.), 08:36 Carroça (centro) e 08:48 Rio (dir.)

No meio da conversa mudámos os planos e seguir a sugestão do taxista, fazendo uma paragem adicional pela reserva natural de Coyhaique antes de chegar à cidade com o mesmo nome.

Para chegar à reserva havia ainda que subir 1,5km com tudo às costas, assim o fizemos, sofrendo bastante.

Na entrada fomos surpreendidos pela quantidade de trilhos existentes decidindo ficar dois dias para fazê-los todos. Surgiu o problema de como chegar ao campismo situado mesmo no centro da reserva, junto à Laguna Verde, a mais de 3km de onde nos encontrávamos... resolveu-se com uma boleia que surgiu bem rápido. Aqui por pouco tivemos direito a lugar para por a tenda, cabana com bancos e mesa e lugar de fogo para cozinhar.

Chegando ao campismo montámos a tenda, almoçámos, e dadas as muitas horas de luz que há por esta zona nesta altura do ano, decidimos fazer alguns trilhos.

Primeiro o Sendero Las Piedras (n.7) onde fomos até ao cume do Cerro Cinchao, depois conectámos com o Sendero Laguna Venus, passando por uma Lagoa com o mesmo nome, o Sendero Los Carboneros (n. 4), passando pela Laguna Mallines e o Sendero Los Troperos (n. 3) que nos trouxe de volta ao campismo 3. Por fim demos a volta à Laguna Verde (n. 8).

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12:58 Início do Percurso (esq.), 13:15 Vista para a cidade de Coyhaique (centro) e 14:16 Bosque de liquenes (dir.)
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14:25 Quase no cume do Cerro Cinchao (esq.), 14:36 Marcas (centro) e 15:18 Laguna Los Mallines (dir.)
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15:39 Cerro Cinchao
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15:47 Cerro Cinchao
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15:52 Flor
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16:04 Bosque Queimado (esq.), 17:21 Ponte (centro esq.), 17:36 Escarevelho (centro dir.) e 17:42 Pica-pau da Patagónia Macho – camphephilus magellanicus (dir.)
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18:03 Lugar de Camping com tudo incluído (esq.), 18:06 Laguna Verde (centro) e 18:24 Laguna Verde (dir.)

Os percursos são muito bonitos passando por bosques cheios de liquenes e tendo oportunidade de ver mais uma vez alguns exemplares de pica pau da patagónia.

02/12/13

O dia estava destinado a fazer novo circulo composto por vários trilhos, começando por repetir os senderos  3 e 4 agora no sentido sentido inverso, conectando com o Sendero Los Tejueleros (n. 5) que nos leva à Laguna Los Sapos, Sendero El Chucao (n. 6), que nos leva à entrada do parque, Sendero Los Leneros (n.1) e finalmente Sendero Los Carreros (n. 2) que nos trás de volta à Laguna Verde.

Justamente quando terminávamos o último trilho cruzámo-nos com um guarda parques em ronda que procurava israelitas transgressores que aparentemente costumam entrar sem pagar, acampar onde não devem e caçar peixes nas lagoas com lanças feitas com cana (esta já não era a primeira vez que nos contavam histórias de israelitas que têm tão má reputação por todos os lados que, muita gente deixou inclusivamente de dar boleia para não se cruzar com nenhum. Na verdade muitos, antes de nos levarem e sequer perguntarem para onde íamos, perguntavam de onde éramos e, só depois da resposta decidiam).

O guarda parques disse que voltaria à entrada do parque e que nos poderia levar, desde que não demorássemos muito a buscar as nossas coisas... fomos a correr para desarmar a tenda e atirar tudo para as mochilas.

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10:57 Laguna Mallines (esq.), 11:15 Laguna Venus (centro) e 11:16 Nevando... (dir.)
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12:10 Ciruelillo (esq.), 12:17 Cogumelos comestíveis Dihueñe - Cytharia espinosae (centro) e 13:12 Azenha (dir.)

Já passava das 15:00 e ainda não tínhamos almoçado por isso decidimos fazê-lo enquanto esperávamos uma boleia até à ruta 7 ou mesmo à cidade de Coyhaique... nem conseguimos comer quase nada pois veio novo guarda parques que baixava até à cidade que nos levou.

Saímos em direção ao posto de turismo onde queríamos esclarecer bastantes dúvidas sobre o nosso resto de percurso em direção a sul, não sem antes ficarmos mais de uma hora a conversar com um alemão, professor de música em licença sabática que fazia o mesmo que nós mas em bicicleta e sozinho.

Esclarecidas as dúvidas e com um quilo mais de papéis e mapas nas mãos, havia que esperar pelo Couchsurfer que nos ía receber para saber onde era a sua casa. Esperámos, enviámos mensagem, esperámos, tentámos ligar, esperámos, e repetimos o processo várias vezes quase até às 21:00 quando finalmente a Mónica conseguiu que o Marcelo nos atendesse e nos viesse buscar à praça.

Como estava cheio de trabalho e entre reuniões voltou a sair enquanto nós preparámos uns crepes para quando voltasse.

03/12/13 Nada :)

Sendo Coyhaique a maior cidade pela qual passaríamos em muitos dias, aproveitámos o dia para comprar algumas coisas que nos faltavam e aproveitar os preços mais baixos para prover-nos de alguns alimentos. Foi algo que nos ocupou todo o dia.

Fizemos o jantar para o nosso anfitrião, voltando a comer carne desde à muito tempo, e para sobremesa o habitual leite creme.

04/12/13

Tendo-nos falado várias pessoas deste projeto de Permacultura, pela manhã fomos visitar Minga Alegre, o que nos fez cruzar toda a cidade de um lado ao outro à procura da mesma pois nos tínhamos equivocado na leitura do mapa.

Voltámos a casa para almoçar e seguimos em direção à saída sul da cidade para pedir boleia, passando primeiro pela praça onde dois dias antes devemos ter deixado o bastão de madeira que nos acompanha desde o Suriname... parece que depois de muitas aventuras noutros países para reaver o mesmo foi desta que o perdemos de vez.

Nem tínhamos chegado ao local onde seria suposto pedir oleia e já um camião nos fazia sinal que ia parar mais à frente esperando-nos que chegássemos para nos levar. Fomos de Coyhaique até à bifurcação da Ruta 7 para Balmaceda não sem antes parar para o motorista comprar uns queijos caseiros com orégãos e merken (malagueta fumada) que nos deu a provar.

Aqui ainda esperámos mais de uma hora mas levaram-nos até Villa Cerro Castillo... nosso próximos destino.