22/09/2012
Com bastante atraso chegámos já depois da uma da tarde a Mendoza. Mais uma vez não tínhamos obtido resposta de sofá mas ao fim de alguns pedidos, a Ale, couchsurfer que estaria fora de fim de semana prolongado e a quem tínhamos enviado um pedido, falou com o seu amigo e vizinho Rodrigo que nos aceitou... seriamos os seus primeiros “surfistas”.
O jantar ficou por nossa conta, um desafio pois o Rodrigo se encontrava a praticar uma dieta que nos limitava em muito as opções: nada de lácteos, açucares, carnes, feijão, ervilhas, favas e afins, apenas farinhas e cereais integrais. Daqui resultou um estufado de legumes com arroz integral.
23/09/2012
Foi o dia de visitar a cidade e recolher informações para os dias seguintes... não tivemos sorte nenhuma... era Domingo: postos de informação, lojas e agências de turismo fechadas; museus e outros pontos turísticos apenas abertos em horários antes ou depois da nossa passagem.
12:03 Catedral de Mendoza (esq.), 13:44 Convento de Santo Domingo (centro) e 14:30 Basilica de San Francisco (dir.)
14:36 Banco Hipotecário Nacional (esq.), 17:01 Plazoleta de Portugal (centro) e 17:31 Casa do Governo (dir.)
O melhor da nossa saída foi termos encontrado uma frutaria com preços bastante bons.
Para o jantar o Rodrigo permitiu que lhe estragássemos um pouquinho a sua dieta e fizemos crepes... aparentemente ficou fã.
24/09/2012
No distrito de Mendoza localiza-se o Cerro Aconcagua, ponto mais alto da América do Sul com 6962m e que era nossa intensão subir. Já tínhamos descartado a hipótese para esta viagem devido a estarmos fora da época permitida e dos custos previstos. Em todo o caso era nossa intensão ir até ao parque com o mesmo nome por alguns dias e caminhar.
Não tínhamos conseguido comprar tudo para levar por ser Domingo mas Segunda também foi feriado por isso tínhamos poucas opções. Tivemos assim de esperar que as lojas abrissem antes de apanhar o autocarro até à entrada do parque em Los Horcones.
A falta de informação levou-nos a planear algumas caminhadas que igualmente se encontram fechadas ao público nesta época. Só tendo sido avisados disto no local tivemos de mudar os planos e perguntar o que se poderia eventualmente fazer nas redondezas. Deram-nos uma alternativa prometedora mas com informações muito vagas nomeadamente relativamente à duração (2 ou 3 dias) e cotas máximas atingidas (de 4300 a 5000m), dizendo que mesmo assim teríamos de nos registar e ter um rádio para comunicação.
Primeiro fizemos uma pequena caminhada passando pela pequena lagoa Los Horcones e tendo pela primeira vez a oportunidade de ver o Aconcagua.
15:04 Laguna Espejo (esq.), 15:12 Vale Glaciar (centro) e 15:24 Aconcagua (dir.)
15:40 Laguna Los Horcones (esq.), 15:44 Pato (centro) e 15:53 Fósseis (dir.)
Mapa do percurso: 20120924 AS-ARG Mendoza-ParqueAconcagua-LagunaLosHorcones
Distância do Percurso: 5,2 km
Seguimos pelo caminho de ferro desativado até Puente del Inca, uma formação natural onde existem águas termais e onde existiu um hotel e balneários, agora em ruínas, já cobertos de calcário.
Caminho de ferro Los Horcones-Puente del Inca: 17:28 (esq.), 17:40 (centro esq.), 16:45 (centro dir.) e 17:05 (dir.)
Puente del Inca: 17:46 (esq. e dir.)
2012-09-26 15:45 Puente del Inca (esq.) e 2012-09-24 18:05 Caminho de ferro Puente del Inca-Penitentes (dir.)
Fomos pedir mais informações sobre a caminhada que nos tinham sugerido junto de outro guarda parques: não é necessário registar nem o rádio e há quem faça tudo num dia.
Perguntámos onde poderíamos acampar pois já não faltava muito para o Sol se por e aconselharam-nos a seguir mais alguns quilómetros pelo caminho de ferro até à quebrada Los Penitentes, onde no dia seguinte iniciaríamos a subida do Cerro com o mesmo nome.
Mais de uma hora depois, com passagem por uma ponte de estado duvidoso, montámos a tenda, jantámos e ali ficámos.
25/09/2012
Acordámos cedo mas demorámos quase 2 horas a arrumar tudo pois durante a noite a tenda tinha-se enchido de gelo por dentro.
Começámos a subir, sempre pelo rio até que chegámos ao refúgio antes do meio dia.
Los Penitentes: 08:06 Acampamento (esq.), 09:54 (centro esq.) e 09:57 (centro dir. e dir.)
Los Penitentes: 09:57 (esq.), 10:09 (centro) e 11:02 (dir.)
Mapa do percurso: 20120924a26 AS-ARG Mendoza-ParqueAconcagua-LosPenitentes
Distância do Percurso: 32,5 km
Ainda com oito horas de luz decidimos arriscar chegar ao ponto mais alto e regressar ao refúgio, caminhando assim com muito menos peso (mas arriscando algo que nos tinham dito demorar 9 horas, 6 para cima e 3 para baixo). Em boa hora o fizemos pois às 15:30 já descansávamos no topo, com umas vistas incríveis, com montanhas nevadas a toda a volta e a mais alta de todas, o Aconcagua.
Los Penitentes: 11:46 Pássaro (esq.), 13:47 Aconcagua (centro) e 14:19 (dir.)
Los Penitentes: 14:26 (esq.), 14:27 A Caminhar pela... neve (centro) e 15:44 Nós (dir.)
Los Penitentes - Vista do Cume: 16:03 (esq.) e 16:12 (dir.)
Ao contrário do que nos tinham dito o trilho não está marcado, apenas algumas mariolas, mas por sorte não há muito que enganar pois o trilho é único vendo-se várias marcas na mesma direção.
Para baixo demorámos só uma hora e meia numa descida muito fácil, quase esquiando. Já quase no refúgio à nossa frente rolava um saco plástico com um tomate que supostamente trazíamos na mochila... esta estava aberta e não faltava apenas o tomate. A princípio pensámos faltar uma navalha e o chouriço mas ao voltar, uns 500m montanha acima, o Nuno juntou também o saco do pão e o do lixo.
Ainda tivemos algumas horas de luz aproveitando para jantar e jogar monopoly.
26/09/2012
Tínhamos apenas previsto a descida do refúgio até Puente del Inca mas tinha-nos ficado na memória a possibilidade de chegarmos mesmo às formações rochosas denominadas penitentes, já que na subida ao cume não passámos pelas mesmas.
Escondemos as mochilas debaixo de uma pedra e lá fomos seguindo um aparente trilho ou apenas navegando à vista, numa penosa subida. Na verdade os Penitentes são muito mais agradáveis de longe que de perto, mas foi bom para ter uma noção das suas dimensões.
Los Penitentes: 11:07 (esq.), 11:08 (centro) e 12:05 Aconcagua (dir.)
Los Penitentes: 11:08 (esq.) e 12:06 (dir.)
Descemos até Puente del Inca onde comprámos o bilhete de autocarro de regresso a Mendoza e enquanto esperávamos cozinhámos massa com atum no nosso fogão a álcool, para espanto dos visitantes do monumento que nos olhavam muito curiosos.
Regressámos a Mendoza, aproveitando a nossa presença no terminal para comprar os bilhetes a Santiago do Chile, tendo posteriormente a oportunidade de finalmente conhecer pessoalmente a Ale, com quem jantámos também na companhia do Rodrigo,uma pizza de mozzarela e um leite creme.
Ao contrário do que tinha passado com Cordoba e Mendoza verificámos que já tínhamos 2 lugares para ficar em Santiago do Chile, tendo portanto de recusar um.
27/09/2012
O dia começou com uma ida à padaria para comprar uns pães típicos de Mendoza que nos tinham aconselhado na noite anterior: tortitas raspadas (baixas), tortitas pinchadas (picadas com garfo) y tortitas de hoja (massa folhada). Estas têm a particularidade de na massa ser utilizada banha de porco... e de serem todas muito boas.
Apenas tínhamos previsto a visita a um museu de Arqueologia que ficava nas catacumbas da Faculdade de Filosofia, bastante longe de casa. Já nos tínhamos atrasado bastante na saída com o arrumo das mochilas mas fomos todo o caminho a pé, passando novamente pelo enorme parque da cidade e chegando perto das 13:15 ao local. À semelhança da anterior visita pela cidade, não nos foi possível visitar este museu, neste caso por se encontrar cerrado por longo termo para remodelação... Pelo caminho aproveitámos para comprar coisas para o jantar: Legumes com natas e bolo de chocolate.
13:49 Portas do Parque San Martin
Chegando a casa a Mónica saiu com a Ale para uma sessão de cinema francês organizado por um grupo de idosos do qual é líder a dinâmica e divertida avó da Ale. O Nuno ficou em casa distribuindo o tempo pelas tarefas de cozinhar e atualizar o blog.
Chegadas as meninas, da nossa parte faltavam apenas os últimos preparativos do jantar e esperar que o bolo cozesse e da parte da Ale faltava ensinar-nos a fazer pão... fácil, rápido e muito saboroso.
Jantámos, guardámos comida para o almoço do dia seguinte bem como bastante pão que nos foi oferecido.
Saímos então para apanhar um autocarro que nos levasse ao terminal de onde seguiríamos pela segunda vez para o Chile, agora para a capital Santiago, onde nos esperávamos reencontrar com o mexicano Erick e com a chilena Dani que já não víamos desde San Pedro de Atacama.