domingo, 21 de outubro de 2007

Arcos de Valdevez - Trilho das Brandas e Socalcos de Sistelo

Características do Percurso (in panfleto Valimar)
Local: Arcos de Valdevez; Dificuldade: Moderado; Extensão: 6,88 Km; Tempo: 5h 00m; Tipo: Circular

Este percurso localiza-se nas faldas da Serra da Peneda, mais precisamente na aldeia de montanha de Sistelo. Partindo do parque de estacionamento do Largo do Visconde do Rio Vez, no centro da aldeia de Sistelo, cruzamos a EN 202-2 e iniciamos o percurso que nos levará a visitar o rústico casario e os típicos espigueiros que vão surgindo e decorando a aldeia. O caminho empedrado leva-nos a sair da aldeia para, junto a um reservatório de água, tomarmos um carreteiro que nos conduzirá, até à Chã da Armada onde podemos constatar a beleza da paisagem que nos rodeia. Nesta deslumbrante vista panorâmica destaca-se o lugar de Padrão, o qual parece encontrar-se como que suspenso na íngreme encosta da montanha. Seguimos em direcção a Este, por um caminho pouco nítido, que mais se assemelha a um trilho de pastores e que, pouco a pouco, dará lugar a um carreteiro. Este magnífico carreteiro, que nos leva a percorrer a linha de cumeeira sobre uma das vertentes do Rio do Outeiro, vai desembocar na branda de gado de Rio Covo. As brandas são formas de ocupação humana dos espaços de montanha, constituindo um apoio importante às populações pastoris da Serra da Peneda, cuja utilização se dá sobretudo na época estival. Abandonando a branda, seguimos caminho por entre um belo bosque que dará lugar a um planalto constituído por matos rasteiros. Trata-se de uma zona de pastagem que circunda os campos adjacentes à branda do Alhal - uma branda de cultivo e de gado. Daqui, seguimos por um carreteiro, cujas lajes testemunham a sua antiguidade e intensa utilização, que, serpenteando para vencer os fortes desníveis, nos permitirá a descer até ao lugar de Padrão. Este pitoresco lugar ainda mantém a traça tradicional das aldeias da montanha do Minho, encontrando-se rodeado por socalcos onde se cultiva o milho e se produz feno e pasto para o gado bovino de raça cachena e barrosã. Ao sair de Padrão tomamos o caminho lajeado que nos levará a cruzar os campos e lameiros e que, mais abaixo, desembocará na EN 202-2. Atravessamos esta estrada nacional para seguirmos o caminho descendente, paralelo ao rio Vez, que nos conduzirá ao local onde teve início este passeio.

Uma semana passada, mais um convite recebido e novamente aceite. Começava a tornar-se um costume acordar cedo ao Domingo. Desta vez compareceram 9 pessoas e, em relação a quem conhecíamos, existia uma cara nova. Começámos a caminhar às 10:34 e enquanto subíamos, fomos ouvindo a missa que ecoava por toda a montanha, graças aos altifalantes da torre da igreja (parece ser boa ideia para quem trabalha todo o dia no campo). Dado o elevado conhecimento da zona por parte do nosso guia, durante todo o percurso acabámos por fazer alguns desvios para visitar mais brandas do que as 2 apresentadas na descrição. O número ultrapassou a dezena, apresentando algumas 2 pisos com uma laje enorme de pedra única.
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Vaca Barrosã 11:58++++++++++++++++++++++++++Louva a deus 12:51
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Árvore 13:01++++++++++++++++++++++++++++++Árvores 13:07
Vimos barrosãs e, mais uma vez, um Louva-a-deus, desta vez verde e com uns 8 centímetros, que se passeava pelas pernas de um dos nossos companheiros. Fizemos ainda algumas paragens para trocar impressões com alguns dos locais, inclusivamente um senhor de 92 anos que subia vigorosamente a calçada íngreme depois de um dia de trabalho no campo. Chegados a Sistelo aproveitámos para visitar a aldeia: Casa do castelo, fontes, espigueiros, igreja e cemitério (17:08).

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+++++++++Branda 15:01++++++++++++++++++++++++++++++Casa do Castelo 17:00

domingo, 14 de outubro de 2007

Vouzela - PR4 Trilho da Penoita

Características do Percurso (adaptado de pedestrianismo.blogspot.com)
Local: Vouzela; Dificuldade: Moderado; Extensão: 14 Km; Tempo: 5h 00m; Tipo: Circular

O percurso inicia-se na aldeia de Covas, construída com a matéria-prima mais à mão, assim foram-se erguendo as casas, os currais, os muros, os canastros, as fontes, que no seu conjunto formam esta maravilhosa serra. Prossegue-se para norte em direcção a Adsamo, que lhe dista a cerca de 1 km. Aldsamo é uma aldeia onde as construções de pedra e madeira continuam a predominar.
Adiante ingressa-se na frondosa Mata da Penoita, que abrange a maior mancha de Carvalhos plantados da região, com uma área de cerca de 2,5 km². Nesta mata, podemos apreciar um belo exemplo da conjugação entre a vegetação e o relevo, resultando num dos locais mais deslumbrantes e aprazíveis do concelho de Vouzela. Em breve chega-se ao parque de Merendas da Penoita, onde se almoça.
Retomada a marcha, segue-se o caminho florestal para sul que atravessa toda a mata da Penoita. Não muito longe encontra-se um fenómeno da Natureza muito interessante: uma pedra em forma de barca, forma essa que lhe dá o nome de “Pia de Barca”. Prossegue-se até encontrar o Dólmen da Malhada de Cambarinho (anta), também conhecido pelos pastores como a “casa da orca". É um monumento megalítico com câmara e corredor, que se situa não muito longe do rio Alfusqueiro, a 875 metros de altitude.
Continua-se em direcção à aldeia de Covas, com o percurso a apresentar uma subida gradual, por um trilho que nos leva a atravessar algumas linhas de água. Perto de Covas situa-se o Bicão dos Conqueiros, classificado pelo renomeado geógrafo Amorim Girão como Menir.


Como prometido anteriormente e quase 2 meses após a descida à caldeira de Santo Cristo em São Jorge, chegou o convite:
"(...) conforme combinado de vez em quando vamos enviar-vos um convite para se juntarem a nós e ao nosso pequeno grupo de caminheiros dos 7 aos 77 ( com 7 não há mas com 77 sim).
Não se sintam obrigados a responder a não ser que queiram mais informação ou qualquer outra coisa.
Se algum dia estiverem interessados apitam e combinamos. (...)"- Jorge Mota
Claro que não nos sentimos obrigados e respondemos prontamente. Seria a nossa estreia nos Pernas-Longas, a primeira de muitas caminhadas e o início de várias amizades.

À hora marcada estávamos no local estipulado. Compareceram 9 pessoas ao convite. Feitas as apresentações, não foi preciso muito tempo para nos apercebermos que o grupo é primeiro de amigos e só depois de caminheiros. Durante toda a viagem e primeiros quilómetros do percurso não dissemos muito, limitando-nos a satizfazer a curiosidade dos restantes, respondendo às suas questões sobre nós. Mas, apesar da diferença de idades, não foi preciso esperar muito para nos sentirmos à vontade e intrusados no grupo.
Seguimos em direcção a Campia-Vouzela para juntar mais dois elementos ao grupo, uma pessoa e um canídeo deveras irrequieto, de seu nome snoopy.
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Placar indicativo no início do percurso 11:07+++++++++++++++++++++++++Indiçações 11:58++++++++++
Começámos a caminhada no ponto mais a Norte do percurso, junto ao parque de merendas, às 11:10, seguindo em direcção ao Dólmen da Malhada do Cambarinho. Continuámos no sentido do Bico dos Conqueiros e, depois de algumas paragens para merenda chegámos ao fim por volta das 19:00.
O percurso valeu mais pela companhia que pela beleza em si, tinha troços longos de estradão e estrada e em muitas das zonas de trilho, os muros e vedações eram tão altos que não nos deixavam ver a paisagem. Pontos a salientar são o Dólmen da Malhada do Cambarinho, o Bico dos Conqueiros (Menir) e zona envolvente e a Pia de Barca.
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Dólmen da Malhada do Cambarinho (Anta) 12:04+++++++++++++++++++++Natureza=Ruína 14:13+++++++

Bico dos Conqueiros (Menir) 15:36
Como tenho um fascínio por animais, especialmente artrópodes, répteis e anfíbios (gosto de ver e fotografar mas não sei identificar os indivíduos), não posso deixar de referir que vimos um pequeno Louva-a-deus castanho e muitos gafanhotos castanhos, que quando voavam fungindo de nós, mostravam o belo azul garrido das suas asas.
Por último, o percurso situa-se numa zona de caça pelo que não foram poucos os tiros que ouvimos nas redondesas, o que causou algum receio ao longo da caminhada.
Antes de voltarmos ao Porto fomos jantar ao Restaurante "O Sacristão" em Campia onde trocámos impressões sobre o percurso e garantimos continuar a participar nos eventos seguintes, para espanto dos restantes, por acharem que, como jovens, teriamos de certeza algo mais interessante para fazer ao fim de semana que andar a pé na sua companhia.