sábado, 29 de janeiro de 2011

Esposende: Trilho das Azenhas de Antas

Embora não esteja marcado, aquando da sua realização, a organização (Grupo de Montanhismo Viana Trilhos) forneceu um panfleto descritivo do percurso, do qual retirámos o seguinte texto:

Local: Esposende; Dificuldade: Moderada; Extensão: 13,6 Km; Tempo: 5h 00m; Tipo: Circular

“Em suave declive nascente/poente, emoldurada pelos Montes da Senhora da Guia, Monte D’Antas e Cividade, tem como vizinha, a nascente, a vila de Forjães, e as freguesias de Vila Chã e Belinho a Sul, tendo a poente o Oceano Atlântico a a Norte o Rio Neiva.
De beleza ímpar tem, ao longo das suas margens, pequenos moinhos, engenhos e azenhas centenárias que convém convencer e preservar, mas, já lá vamos…
O percurso tem início da Capela de Tecla, local de rara beleza. Aí junto, houve um engenho, hoje convertido em habitação.
Continuamos a descer junto junto ao rio até ao Paúle da Tapada e voltamos a nascente, atravessando campos de cultivo entre as freguesias de Antas e Belinho. Vemos já o promontório da Senhora da Guia e da Cividade. No alto deste último, existem vestígios de uma povoação castreja.
Passando através do casario, paredes meias com a freguesia de Belinho, poderemos ver entre outras, a casa “Barão de Maracana”, e um pouco mais à frente tomar café no “Kabul” (assim designado por o seu proprietário ter andado por lá ao serviço do exército português).
Mais acima vamos abandonar o trilho sinalizado, não passando assim pelo meio da Portela (passagem entre dois montes) local em que se encontra a pequena ermida evocativa de S. Cristóvão, optando por fazer um pequeno desvio e visitarmos a casa onde viveu e morreu o poeta António Correia de Oliveira, e junto a pequena capela dedicada e N. Srª do Rosário.
Para chegarmos à Portela atravessaremos uma frondosa mata, contornando o monte da Cividade com a A-28 um pouco mais abaixo.
Do alto da Portela, olhe para o mar!!!
Vamos descer e encontrar do nosso lado esquerdo a Azenha do Arroio (Hiberneira).
Logo depois estamos no Parque de Azevedo.
Aproveite o espaço e as mesas… merende!!! (…)
Após breve trajecto chegamos à parte mais alta da freguesia. Subimos em direcção à Igreja e ao seu magnífico Adro, onde podemos encontrar um dos mais bonitos Cruzeiros Paroquiais do Minho.
Junto à estrada municipal e integrado no complexo paroquial, encontramos a “memória” de uma anta ou dólmen que deu origem ao nome desta terra, mandado erigir pela Junta de Freguesia. Continuamos a nossa caminhada e subimos até ao Monte de Antas, para ver o Menir. Temos então uma magnífica vista sobre a freguesia, com o monte, o vale, a planície, o rio, o céu azul com o mar ao fundo.
Vamos continuar percorrendo parte do interior da aldeia, subimos um pequeno carreiro que ladeia o local onde foi em 1939, foram encontradas várias necrópoles neolíticas e que se podem ver o Instituto de Antropologia do Porto.
Deixamos para trás o casario e entramos na zona de floresta conhecida por Peneirada. Logo no início vamos encontrar uma ruína de dois antigos Moinhos de Vento e que pela sua localização mostram as alterações que sofreu a vegetação.
Continuamos a nossa caminhada por entre pinheiros, sobreiros, carvalhos e eucaliptos. Vamos encontrar destes últimos, junto ao trilho, dois exemplares de porte invulgar pelo seu tamanho e volume.
E, chegamos, finalmente ao Rio Neiva.
Na margem esquerda as ruínas de um engenho, o de Esprade, na margem direita, a Azenha do Grilo, que embora situada na freguesia de S. Romão do Neiva, Viana do Castelo, é propriedade de naturais de Antas e foi explorada por pessoas da nossa terra.
Continuemos, agora a nossa caminhada na margem do Rio Neiva e é ver frondosos carvalhos, freixos, salgueiros, amieiros e toda uma panóplia de árvores, assim como melros d’água, guarda-rios, garças cinzentas, que aqui nidificam. Vá com atenção, as lontras andam por aqui…
Percorrido cerca de 1km, chegamos ao Minante.
Na margem direita, as ruínas de um engenho, na margem esquerda um dos ex-libris da nossa terra: “As Azenhas do Minante”. Verdadeira indústria de outros tempos, concentrava num só pólo, azenha de milho, trigo, serração de madeiras, engenho de linho e alambique.
Vamos passar a A-28 e atravessar o núcleo industrial de Antas. Chegamos à EN13 (Porto/Viana) e voltamos às margens do Neiva. Aí encontramos mais um engenho, o do Liazar. Alguns metros mais e estamos na passagem da antiga Estrada Romana. Num penedo, um antiquíssimo Nicho.
Vamos agora chegar à Carvalha. Encontramos as ruínas de uma antiga ponte e o engenho e azenhas da Carvalha. Subimos, agora, para o denominado Monte da Guilheta, e, sempre, junto ao Rio Neiva, vamos encontrar um magnífico trecho, entre fragas do Monte do Castelo e do Monte da Guilheta.
Lá bem junto ao rio, num local de beleza sem par, vemos na margem direita (Castelo do Neiva), a Azenha do Palhurdo, e, logo depois, na margem esquerda, a Azenha do Sebastião ou Azenha Branca, hoje convertida em turismo de habitação. Na margem direita, junto à levada ou açude, um exemplar único na região: uma pesqueira (armadilha para peixes).
Vamos voltar ao povoado e atravessar o Lugar de Guilheta.
Pouco andamos e chegamos novamente à Capela de Santa Tecla, infelizmente o final deste percurso.”


NeivaMapa do Percurso

Apesar de alguns longos troços por estrada ou estradão e da proximidade à autoestrada, as muitas azenhas e todo o percurso junto do Rio Neiva justificam o passeio.
Infelizmente não vimos lontras mas, o seu rasto (pegadas) foi detectado, tendo também sido visto um pequeno musaranho.

[12]_Sobreiro[44]_Rio_Neiva[51]_Azenha_do_Minante
10:37 Sobreiro (esquerda) 14:11 Rio Neiva (centro) 14:17 Azenha do Minante (direita)

Embora não esteja marcado julgamos que com a ajuda da descrição detalhada aqui disponibilizada, conjuntamente com o mapa, não tem qualquer dificuldade em reproduzir-se o passeio… aconselhamos.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Arouca: PR7 Nas Escarpas da Mizarela

Descrição do percurso retirada do panfleto oficial do mesmo:

Local: Arouca; Dificuldade: Elevada; Extensão: 8 Km; Tempo: 3h 30m; Tipo: Circular

“Este percurso inicia-se no parque de lazer fronteiro ao parque de campismo do Merujal, através de um caminho que se dirige à Mizarela.
Chegando à Mizarela, passa-se pelo miradouro e prossegue-se descendo pela estrada de acesso à aldeia da Ribeira.
300 metros abaixo do miradouro, vira-se à esquerda, por um carreiro, entre um carvalhal, com vista soberba sobre a Frecha da Mizarela.
Seguindo este carreiro, toca-se mais a baixo, numa curva, a referida estrada de acesso à aldeia da Ribeira que, logo de seguida, se deixa para continuar por outro carreiro, que desce abruptamente por entre escarpas com a bela cascata da Ribeira da Castanheira, do lado de lá, em escadaria.
Chegando ao ponto de confluência desta com o rio Caima, o caminho torna-se suave e, pela margem esquerda do rio rapidamente se chega à aldeia da Ribeira.
Esta aldeia, é constituída por um pequeno aglomerado de casas onde, ainda, resistem dois moradores que vão amanhando os pequenos campos, suportados por socalcos que dão à paisagem um cunho humanizado de singular beleza.
Passada a aldeia, atravessa-se o rio num pequeno pontão (aconselha-se a passar somente duas pessoas de cada vez) rumando-se à esquerda por um trilho que, subindo ao longo da margem direita do rio, chega à Ribeira da Castanheira, acompanhando-a. Transposta esta, atinge-se a crista da escarpa leste e rapidamente se chega à Ribeira dos Cabaços e à escola de escalada.
Após a passagem de um colo toca-se o PR15, já junta à estrada de asfalto, que se toma à esquerda, chegando-se à aldeia da Mizarela. Aqui retoma-se o caminho do parque de merendas e do parque de campismo, onde se iniciou.”

Antes da chegada ao início do percurso decidimos fazer uma pequena paragem na Senhora da Laje onde no meio do nada e do forte nevoeiro aparecia misteriosamente uma grande igreja.

[03]_Serra_da_Freita_-_Sra_da_Laje (640x427)9:56 Igreja Nossa Senhora da Laje

Estávamos pela primeira vez para caminhar pela Serra da Freita e esta foi uma boa escolha, ficando a promessa de lá voltarmos.

Relativamente à classificação no que diz respeito à dificuldade achamos exagerada, e mais estranho/exagerado achámos quando fomos visitar o parque de campismo e o responsável nos disse que este era o percurso marcado mais difícil de Portugal (só se se divulgar que tem 2 vias ferratas, de 3 metros de comprimento cada e, totalmente desnecessária).

Para mais informações sobre este e outros percursos de Arouca existem muitos panfletos que podem ser solicitados no parque de campismo ou num posto de turismo. Em todo o caso aconselha-se apenas que só se solicite as brochuras se forem mesmo fazer os percursos.

[18]_Pr7_-_Frecha_da_Mizarela (640x427)[27]_Pr7_-_Aldeia_da_Ribeira_-_Espigueiro (640x427)
11:03 Frecha da Mizarela (esquerda) e 12:05 Espigueiro na Aldeia da Ribeira (direita)
[40]_Pr7_-_Ponte__Cascata_Ribeira_da_Castanheira (427x640)[45]_Pr7 (640x427)
12:49 Cascata Ribeira da Castanheira (esquerda) e 14:05 Serra da Freita (direita)

domingo, 2 de janeiro de 2011

Vila Pouca de Aguiar: PR6 Trilho de Tresminas

Descrição do percurso retirada do panfleto oficial do mesmo:

Local: Vila Pouca de Aguiar – Tresminas; Dificuldade: Moderada; Extensão: 13 Km; Tempo: 5h 00m; Tipo: Circular

“(…) Este percurso localiza-se no extremo Sudeste do concelho de Vila Pouca de Aguiar e percorre grande parte do território da freguesia de Tresminas. Esta comunidade, de características mineiras, aparece referenciada pela primeira vez nas Inquirições de 1220, sob o nome de São Miguel de Trasmires pertencente à terra medieval de Panoias, que veio, mais tarde, integrar o julgado e concelho de Jales. Somente em 1855, a freguesia de Tresminas integrou o concelho transmontano de Vila Pouca de Aguiar.
O percurso inicia-se junto ao cruzeiro, em frente ao edifício da seda da Junta de Freguesia de Tresminas.
Começamos o passeio com uma visita à Igreja paroquial, a qual, apesar das várias intervenções e alterações posteriores, apresenta importantes e marcantes elementos da sua origem medieval, na Alta Idade Média. No exterior do edifício destacam-se as cachorradas, com esculturas profanas, mescladas com referenciais sagrados, manifestando-se na rudeza do granito.
O percurso pedestre inicia-se ao longo do caminho de terra que se encontra à nossa frente, para de seguida, virarmos à direita e subirmos, gradualmente, até à estrada alcatroada, que cruzamos. Podemos constatar a amplitude do árduo trabalho da indústria mineira do Império Romano. Estas seculares explorações mineiras são conhecidas por Cortas, a mais pequena é denominada Corta das Covas e a maior Corta da Ribeirinha. Existe uma terceira corta, de Lagoinhos, muitíssimo menor e mais perigosa, com pouco interesse para o turista.
Segundo o historiador romano Floro, depois de consolidada a pacificação do noroeste peninsular, o imperador Augusto terá mandado proceder à exploração mineira do rico subsolo destas terras. Durante cerca de dois séculos, do I ao II século d.C., das cortas foram extraídas importantes quantidades de minério com elevados teores de ouro e prata, tendo-se removido mais de cinco milhões e oitocentos mil metros cúbicos de terra.
Esta exploração, sob o domínio directo da administração imperial, terá mobilizado uma grande quantidade de indivíduos.
Retomando o percurso, seguimos um caminho que, por entre lameiros e campos de cultivo, nos conduz ao povoado de Ribeirinha. A pequena ermida do lugar ostenta um relógio de Sol que nos permitia indicar as horas e determinar os períodos de duração de rega. Deixando o lugar, seguimos um caminho descendente, à sombra dos castanheiros, para mais à frente alcançarmos o lugar de Cevivas. Percorremos o seu interior, para tomarmos um caminho em terra que nos conduzirá a um caminho florestal que desemboca na estrada alcatroada. Viramos à esquerda e seguimo-la, durante cerca de 300 metros, para continuarmos por um caminho florestal que se abre à nossa esquerda e que nos levará a descer até Tresminas, precisamente ao lugar onde teve início este passeio.”

Deste percurso salientamos alguns pormenores:

- No interior da Corta da Ribeirinha é fácil de encontrar evidências da sua exploração não só pela existência de um grande e profundo corte no monte e galerias escavadas no seu interior mas também, se olharmos com atenção para as paredes da corta verificamos o modo como era escavado e extraído o minério… com a força da água que “lavava” a rocha erodindo primeiro as rochas e minerais menos resistentes e soltos.

- Numa das galerias da Corta da Ribeirinha estava um belo exemplar de um morcego que teve a sorte de ser encontrado e não espalmado contra a parede pois, enquanto conversávamos no interior desta, reparámos com os nossos frontais que havia uma pequena bola de pelo entre o polegar e o indicador de um dos nossos companheiros que se apoiava nesta.

[34]_PR6_Tresminas_-_Interior_da_Mina (640x427)[41]_PR6_Tresminas_-_Interior_da_Mina (640x427)[49]_PR6_Tresminas_-_Morcego (427x640)
Corta da Ribeirinha: 12:20 (esquerda), 12:30 (centro) e 12:42 Morcego na Galeria (direita)

- Ao chegarmos a Ribeirinha fomos recebidos com um cartaz com o seguinte texto: “Cuidado com as Galinhas”… medo… será que são perigosas??? será que têm gripe das aves??? Provavelmente é apenas um aviso aos condutores.

[55]_Ribeirinha_-_Cuidado_com_o_Gang_das_Galinhas_1[71]_PR6_Tresminas (640x427)[03]_Matriz_Tresminas (427x640)
13:09 Entrada em Ribeirinha (esquerda), 15:40 Serra (centro) e 11:01 Igreja Paroquial de Tresminas (direita)

- O relógio de Sol na torre da ermida de Ribeirinha é algo singular.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Chaves: Ecopista de Chaves

Nada melhor que começar o ano com uma caminhada em jeito de passeio domingueiro, acompanhados dos nossos companheiros habituais, assim como com a simpatia de dois dos octogenários fundadores do grupo, que completaram sem dificuldade, mas ao seu ritmo, mais 8,5km de passeio.

Começámos no Açude junto à fronteira com Espanha, próximo dos lugares de Alto da Roseira e Vila Verde da Raia. Fomos descendo acompanhando as margens do Tâmega, para jusante, na direcção Sudoeste até chegar a Chaves.

O ponto alto do percurso deu-se quando nos preparávamos para almoçar no posto de observação de aves e a Xana (elemento mais novo do grupo com pouco mais de 1/10 da idade dos mais velhos) perguntou que bicho estranho estava na relva… era um Louva-a-Deus (Empusa pennata) e, a 10cm deste estava outro em pose perfeita.

[03]_Bicicleta (640x427)  [23]_Louva-a-Deus_(empusa_pennata) (640x427)
11:05 Bicicleta abandonada junto ao Açude (esquerda) e 13:13 Louva-a-Deus – Empusa Pennata (direita)
[55]_Ecopista_Chaves (427x640)  [56]_Folha (640x427)
14:18 Tâmega (esquerda) e 14:24 Folha (direita)

Em Chaves divertimo-nos um bocado atravessando o Tâmega pela velha ponte romana, pela nova ponte pedonal e ainda pelas poldras.

[67]_Chaves_-_Ponte_Romana_sobre_Tamega (640x427)  [69]_Chaves_-_Ponte_Pedonal_sobre_Tamega (427x640)  [71]_Chaves_-_Poldras (427x640)
16:06 Tâmega visto da Ponte Romana (esquerda), 16:12 Ponte Pedonal (centro) e 14:33 Poldras (direita)