quinta-feira, 30 de agosto de 2012

AS - 7/13 - Peru IV - Huaraz - Chavin de Huantar

 

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09/08/2012

Chegámos a Huaraz bem cedo, portanto com tempo para encontrar lugar onde dormir e depois conseguir aproveitar o dia...

Esta cidade já tinha sido alvo da nossa passagem em 2009, mas “apenas” tínhamos escalado uma montanha, Nevado Pisco, deixando muito por ver. Em todo o caso apenas prevíamos a visita às ruinas de Chavin de Huantar e, talvez, uma ou duas pequenas caminhadas de um dia, pois as escaladas são muito caras.

A Mónica ficou com as malas enquanto o Nuno saiu em direção ao centro entrando em todos os hotéis, hostéis e hospedagens, perguntando preços... os que tinham bom aspecto eram caríssimos, os menos maus muito caros, os maus e muito maus continuavam a ser caros. Quase na praça central foi abordado por uma senhora com uns cartões de um hostel com bom aspecto, wifi e melhor ainda, apenas 30 soles... o único senão era a distância ao centro. Ainda andou um pouco na sua direção mas como já estava na busca há mais de uma hora, voltou e decidimos averiguar o espaço apanhando um táxi. As fotos faziam jus ao espaço, os donos muitos simpáticos e dada a localização um espaço calmo.

Ainda cedo, pousámos as malas e seguimos em direção ao centro para nos informarmos quanto aos autocarros que sairiam às Ruinas de Chavin de Huantar. Pelo meio fomos abordados por um agente de turismo que insistiu em nos apresentar os seus serviços. Como fazia parte dos nosso plenos passar por várias agências acedemos em começar pela sua,  onde nos falaram de muitos tours, e acabaram por nos fazer uma oferta muito boa para uma caminhada de 4 dias, Santa Cruz Trek, onde nos incluíam no preço, a entrada no Parque Nacional de Huascaran (isto depois de nos oferecerem os bilhetes de autocarro a Lima, que recusámos pois não era o nosso próximo destino) e ainda um tour de 1 dia de caminhada como aclimatização à altitude, visita à lagoa Churup. Podíamos ter desconfiado da grande esmola mas não o fizemos e aceitámos, pagando tudo. Com isto o tempo passou e já não teríamos tempo de apanhar os autocarros a Chavin, por isso, se quiséssemos lá ir neste dia, teríamos de ir num tour... assim foi.

Não faltava muito para o tour sair por isso só tivemos tempo de ir comprar algo para levar como almoço, deixando a compra da entrada do parque para outra oportunidade, talvez quando regressássemos. Note-se que existem várias modalidades de entrada, com preços diferentes dependendo do que se visita (visitas diárias) ou pode-se comprar um bilhete mensal de 65 soles para todo o parque (este era o nosso intento pois seria necessário para o Santa Cruz Trek e já daria acesso a Churup ou a algo mais que quiséssemos fazer).

Saímos então para 3 horas de carro, com paragem na Laguna Querococha, até ao povoado de Chavín, onde almoçámos, visitámos o museu arqueológico, onde se encontram os artefactos recolhidos do templo e finalmente entrámos nas ruínas. Não tivemos direito a muita informação, principalmente pois esta não existe... trata-se de uma descoberta algo recente, por isso o local está a ser alvo de grandes atividades de escavação, estando ainda muitíssimo por descobrir. Sabe-se em todo o caso, que se trata de uma civilização muito antiga, com vestígios de 3000 anos A.C. e que dominavam o transporte da água. Tivemos oportunidade de ver sistemas de drenagem, labirínticos túneis e galerias que interconectam todos os espaços do templo, inclusivamente um sistema de canais e ocos que, com a passagem da água, gera um ruído similar a um grande felino, e que se presume ter sido utilizado para afugentar inimigos. A zona arqueológica de Chavin foi mais que tudo um templo, portanto de culto, não tendo sido encontrados quaisquer vestígios de armas. Outra particularidade do templo são as inúmeras “cabeças clavas”, representação zoomórficas que estavam cravadas por todas as paredes do templo, das quais apenas resta uma no local (muitas encontram-se no museu).

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Laguna Querococha: 10:57 Lagoa (esq.), 10:59 Lagoa (centro) e 11:14 Peruanos (dir.)
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13:52 Peruanos (esq.), Museu de Chavin: 14:07 Petroglifos (centro) e 14:10 Búzio trabalhado (dir.)
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Museu de Chavin: 14:12 Cerâmica (esq.), 14:17 Cabeça Clava (centro) e 14:21 Petroglifos (dir.) 
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Chavin de Huantar: 15:01 Ruínas de Chavin (esq.), 15:09 Escavações actuais (centro) e 15:37 Plaza Mayor (dir.) 
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Chavin de Huantar: 15:44 Muros (esq.), 15:58 Instrumento que com água reproduz ruído de grande felino (centro esq.), 16:15 Galerias Subterrâneas (centro dir.) e 16:24 Única cabeça clava no local (dir.)

Voltámos a Huaraz, chegando por volta das 19:00. A agência já estava em vias de fechar e o nosso contacto já lá não se encontrava. Ainda perguntámos por este para sabermos como seriam as coisas no dia seguinte: o que precisaríamos de levar, onde nos encontraríamos, se nos iriam buscar ao hostel... mas quem lá estava parecia que basicamente nos queria despachar, sendo bastante antipático... começava o mau tratamento... Dito isto acabámos por não comprar o ingresso no Parque.

Fomos para o hostel, fizemos o jantar e deitámo-nos cedo.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

AS - 7/13 - Peru III - Chachapoyas


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04/08/2012

Pelas 3h00 o motorista acordou, tendo-nos emprestado os seus cobertores, e juntamente com outro rapaz estiveram cerca de uma hora a preparar e testar o veículo saindo depois do terminal para abastecer e recolher as encomendas e pessoas junto á agência.

A viagem realizou-me maioritariamente por caminho de terra cortando as montanhas em zig-zag, sempre acompanhados de belas paisagens, com paragens principais em Celendín (1 hora) onde trocámos de autocarro, em Balzas onde comprámos um saco com 13 mangas pela quantia de 1 sole (cerca de 30 cêntimos), em Leymebamba, em Viejo Tingo onde tivemos uma averiguação policial... chegando pelas 18:30 ao destino!

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Paisagem na viagem de Cajamarca e Chachapoyas 13:09 (esq.) e 13:34 (dir.)

Viagem de autocarro entre Cajamarca e Chachapoyas

 

Enquanto o Nuno aguardava as malas a Mónica foi procurar hospedagem, não muito contentes com o visto tentámos procurar alguns dos referidos no Lonely Planet. Estes ou estavam cheios ou tinham mais que duplicado preço... acabámos por optar pelo Hostal Califórnia.

De forma a aproveitar bem o tempo e dado que não tínhamos grandes lugares a visitar no centro da cidade, saímos para procurar tours e informações sobre o que poderíamos eventualmente fazer por nós... acabando por reservar um tour para Kuelap no dia seguinte com a agência AndesTours.

05/08/2012

Ás 8h30 saímos em direção ao complexo arqueológico mais importante da região acompanhados do Guia Carlos.

Primeiro fizemos uma pequena paragem para ver, à distancia, outro complexo de nome Macro. Este terá servido como posto militar de vigia contra possíveis ataques à cidade de Kuelap e é composto por construções de forma arredondada executadas nas íngremes vertentes da montanha, mantendo-se as paredes praticamente inalteradas, após quase 3 milénios.

IMG_442810:02 Ruínas de Macro

Daqui seguimos a Tingo (onde já tínhamos passado de autocarro no dia anterior e onde começa um percurso a pé que leva a Kuelap), depois Maria para reservar o almoço (nós levámos o nosso) e por fim Kuelap. Comprados os ingressos caminha-se meia hora (sempre a subir) até chegarmos às muralhar exteriores da cidade, um enorme muro vertical com alturas até 20 metros de altura. Tudo o que existe atualmente no local é original, não tendo sofrido qualquer obra de restauro, apenas de manutenção. Esta muralha apresenta apenas 3 entradas, construídas em forma de funil para evitar ataques: se no início, podem passar 5 ou 6 pessoas, no fim, apenas uma pessoa de cada vez pode chegar ao interior, sento portanto mais fácil aniquilar individualmente os inimigos. Entrámos pela terceira entrada e pudemos observar as primeiras habitações de forma circular. Um pouco mais à frente chega-se a nova muralha, a primeira, mais antiga, com paredes de 11m de altura.

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12:47 Mapa de Kuelap (esq.) e Muralhas exteriores: 12:43 (centro) e 12:52 (dir.)

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Entrada 3: 12:55 (esq.) e 13:03 (centro) e 13:49 Muralhas interiores (dir.)

Kuelap foi uma importante cidade da cultura Chachapoya estando estrategicamente colocada no topo de uma montanha, no entanto, terá sido conquistada pelos Incas sendo evidência disso a presença de habitações de forma rectangular no interior das muralhas. Descontente com o domínio Inca, e sabendo da chegada dos espanhóis, o chefe Chachapoya juntou um exército feminino e levou-o ao encontro destes com comida, oferendas e informações cruciais a um posterior ataque. Os Espanhóis agradeceram e conseguiram tomar a cidade. Ingenuamente o chefe Chachapoya agradeceu a liberação contra os Inca, informando aos espanhóis que já poderiam deixar a cidade... claro que estes não o fizeram dizendo que não tinham feito qualquer pacto para isso.

Num dos extremos da muralha existe uma torre de vigia onde foram encontradas várias armas. No centro da mesma muralha existe um templo de forma tronco cónica invertida, com um oco no centro onde terão sido praticados sacrifícios, pois no fundo deste foram encontrados muitos ossos de animais.

Pudemos observar habitações em bom estado de conservação, tendo estas como principais características: forma circular; corredor oco onde criavam os seus próprios cuy (porquinhos da índia); buracos profundos, ou para armazenar comida ou água; decoração exterior nas casas das pessoas mais importantes; acesso à habitação por passadiço elevado no contorno exterior e posteriores escadas descendentes até ao piso; existem ocos nas paredes para guardar ou colocar artefactos; existem ocos mais pequenos para inserção de traves de madeira horizontais para realização de um segundo piso interior, onde dormiam e tecto de palha, de forma cónica.

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13:52 Decoração exterior das casas (esq.), 14:06 Interior de uma casa (centro) e 14:17 Representação de uma casa - único edifício reconstruído de todo o complexo (dir.)

Por toda a cidade foram encontrados restos humanos, quer nos pisos ou paredes das habitações, nos templos, nas ruas, nas muralhas. Embora tenha existido um cemitério para o enterro, presume-se que as pragas e as guerras levaram a que não houvesse espaço, tempo ou disponibilidade, física ou humana para um translado do corpo, procedendo-se à cerimónia onde fosse possível. No ultimo caso, aquando da morte de um trabalhador enquanto construtor da muralha, seria uma honra fazer parte da mesma.

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13:32 Panorâmica de Kuelap para a envolvente (esq.), 13:39 Ossadas humanas numa parede (centro esq.) e Templo do Sol: 14:26 Pormenor de gravura (centro dir.) e 14:37 Templo (dir.)

No fim da visita saímos pela entrada 1 e pedimos para seguirmos a pé, cerca de 9km (12km incluindo o tour pelas ruínas), pelo trilho até Tingo Viejo (ver traçado do percurso: 20120805 AS-PER KUELAP), ao que o Carlos acedeu, dando-nos ainda a hipótese de nos apanharem depois pois, enquanto caminhássemos, todo o restante grupo ainda ia almoçar e a volta de carro tomaria muito tempo, dizendo apenas que teríamos de andar depressa. Ainda perguntámos se podíamos ir por outro caminho que passa pelo antigo cemitério de Kuelap e onde existem alguns mausoléus como os que iriamos ver em Revash mas, como este não está marcado, disseram-nos para não o fazer. Assim seguimos em passo de corrida fazendo os quase 9km com desnível de quase 1km em 1H40. Chegados a Tingo almoçámos e ainda esperámos quase meia hora pelo nosso transporte.

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Entrada 1: 14:45 (esq.), 14:47 (centro esq.) e 14:49 (centro dir) e 16:05 Escada gravada na rocha no percurso até Tingo Viejo (dir.)

De volta a Chachapoyas, confirmámos a reserva de mais um tour, agora a Revash. Iríamos com a nossa companheira do tour deste dia, a indiana Saswati, a qual levámos a comprar o bilhete de autocarro até Cajamarca e depois fomos jantar.

06/08/2012

Acordámos e preparámos tudo com calma para sair, mas quando nos dirigimos à recepção para pagar mais uma noite, informaram-nos que o hotel já estaria cheio, devido às festividades. Com pouco mais de 10 minutos tivemos de juntar tudo e sair a correr mais uma vez com a casa às costas. Como o transporte se atrasou ainda tentámos buscar local para dormir mas sem grande sucesso... tudo cheio ou muito caro.

Tínhamos uma longa viagem de carro, novamente até outro povoado pelo qual tínhamos passado de autocarro no caminho entre Cajamarca e Chachapoyas, Leymebamba.

Esperávamos que o Carlos voltasse a ser o nosso guia mas, fomos surpreendidos por irmos apenas 3 pessoas num táxi, sem guia, aparentemente pois, seríamos obrigados a ter um guia local.

Chegados a San Tomás o taxista parou numa casa e entrou uma miúda que seria a nossa guia. Primeiro não sabia quase nada sobre o local, apenas como lá chegar (ver traçado do percurso: 20120806 AS-PER REVASH) e depois não falava inglês, para azar da nossa companheira Saswati. Ainda nos apresentou algumas plantas tendo oportunidade de prová-las mas não muito mais que isso. Informou-nos não podermos chegar aos mausoléus, apenas vê-los à distancia.

Ao que parece, e dadas as suas dificuldades em caminhar, a nossa companheira também tinha solicitado um cavalo mas essa informação não tinha sido passada. Seguimos assim em passo muito lento, numa longa subida de 4km. Quase no topo encontrámo-nos com o pai da nossa “guia”, que nos deu uma pequena explicação... realmente pequena e muito pouco coerente. Talvez por preverem, a partir do trajeto anterior, que iríamos demorar muito até lá e depois a descer, apenas nos disseram que podíamos subir um pouco mais. Aqui vimos que estavam pessoas lá no topo por isso voltámos a perguntar se sempre se podia ir lá ou não... a medo a resposta agora foi afirmativa.

Mais que as construções o que torna tudo impressionante é o local, a vontade que estas pessoas tinham de dar aos seus defuntos um lugar digno para a seguinte vida.

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Revash: 12:30 Falésia onde se encontram os mausoléus (esq.) e 11:13 Mausoléus (dir.)

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Mausoléus de Revash: 11:26 (esq.), 11:33 (centro) e 11:37 (dir.)

Daqui seguimos até Leymebamba onde visitámos um museu, onde consta o incrível número de 219 múmias, excelentemente conservadas, todas encontradas no complexo arqueológico Laguna de Los Condores. O museu foi construído com apoios europeus, uma vez que o governo Peruano não se disponibilizou para isso. Embora tenhamos apenas seguido as regras, fomos os únicos a não tirar fotos das múmias.

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Museu de Leymebamba: 15:27 Chapéu com dentes de felino (esq.), 15:28 Adornos dos mausoléus (centro esq.), 16:06 Esqueleto retirado de sarcófago (centro dir.) e 16:21 Alpaca (dir.)

Já sós com o taxista, voltámos a Chachapoyas onde comprámos o bilhete de autocarro até Chiclayo (os últimos dois lugares do autocarro... mais uma vez devido à festa) para o dia seguinte, de onde esperávamos sair logo a Huaraz e, mais importante, procurámos local onde dormir. Por sorte encontrámos e bem barato no Hotel Kuelap... não tinha grande aspecto mas seria só uma noite e tinha Wifi. Reservámos ainda o tour a Karajia, algo que também não foi nada fácil pois, embora existam muitas agências, todas reservam lugares nos mesmos carros, sendo que um estava cheio e o outro iría passar por mais um local que os do costume, dando-nos informações contrárias quanto ao facto de conseguirmos ou não chegar a tempo de apanhar o autocarro às 19:30 (umas diziam de certeza que não e outras certeza que sim). Reservámos na mesma agencia dos outros dias, pois foi a que nos deu mais garantias de regresso, nem que tivéssemos de apanhar um transporte de volta a meio do tour, não visitando o terceiro local e ainda com a possibilidade do tour começar mais cedo se fosse necessário. Assim ficou reservada a ida à Gruta Quiocta, visita a Karajia e finalmente o Valle Belén. Em todo o caso preferíamos visitar mais uns mausoléus, em Pueblo de los Muertos, em vez de uma gruta mas não havia transporte nem mais interessados.

07/08/2012

Aparentemente a hora marcada inicialmente não nos traria problemas por isso não houve alteração... estávamos prontos. Como segurança levámos todas as nossas mochilas, caso tivéssemos de regressar diretos à agencia de autocarros.

Ficámos descansados pelo facto de ouvirmos a informação da nossa limitação horária ser transmitida ao condutor, no entanto o tour começou atrasado devido a outros participantes.

Antes da gruta passámos num restaurante para reserva do almoço e aluguer das botas de cano para a mesmo. Mais uma vez levámos a nossa comida e ainda bem pois este restaurante custava pelo menos 5 vezes mais que o nosso padrão. Como tudo se passava muito calmamente perguntámos ao guia se estávamos bem de tempo... começámos a ficar preocupados pois a informação já não tinha passado do condutor ao guia.

Seguimos até à gruta. Como quase todos os outros locais visitados e muitos outros por visitar, esta foi descoberta e aberta ao público à menos de duas décadas, não tendo sido praticamente estudada. No seu interior podem ver-se enormes estalactites e estalagmites, tendo sido também encontrados vestígios arqueológicos da cultura Chachapoya. Infelizmente a abertura ao público surgiu antes da formação aos guias e neste momento estes entram com luzes amarelas, apontam-nas diretamente aos morcegos (que aparentemente reduziram em grande número nos últimos tempos... sabe-se lá porquê!), tocam e deixam os turistas tocar nas frágeis formações calcárias, deixam tirar fotos com flash... enfim, mais uns tempos e já não há nada para ver!

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Gruta Quiocta: 11:03 Entrada (esq.), 11:08 Esqueletos (centro), 11:26 Estalagmite (dir.)

Daqui fomos almoçar, seguindo posteriormente em direção a Karajia  em mais uma hora de carro, onde caminhámos um pouco até ao complexo funerário de curiosa aparência (ver traçado do percurso: 20120807 AS-PER KARAJIA) , voltando depois ao carro. Destacam-se as figuras antropomórficas nas quais eram colocados os corpos, embora também existam vestígios de mausoléus. É ainda possível ver a destruição provocada pelos huaqueros (saqueadores), restando muito pouco do que terá existido no local.

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Sarcófagos de Karajia: 15:13 (esq.), 15:22 (centro esq. e centro dir.) e 15:36 (dir.)

Da parte do nosso motorista estávamos sempre em bom tempo mas inclusivamente o guia começava a mostrar preocupação no nosso regresso a tempo. Seguimos por mais uma hora até ao Valle Belén... uma vista espetacular para um vale verdejante com um rio particularmente sinuoso. Aqui diziam-nos que teríamos de falar nós com outro transporte para ver se nos aceitavam transportar de volta ( o qual inicialmente era da mesma agência mas agora já parecia não ser)... já não estávamos a gostar da mudança de conversa. O grupo ía continuar para outro miradouro mas ao passar a carrinha de outro tour no sentido contrário, trocámos de carro, não sem antes discutirmos com o nosso motorista por este se descartar e dizer que teríamos de pedir nós o transporte e pagar à parte. O guia acabou por nos dar razão e dizer ao motorista do outro carro para tratar do assunto posteriormente com o dono da agência.

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Valle Belén: 16:56 (esq. e centro) e 16:57 (dir.)

Lá fomos, mas sem muita pressa, parando até para a guia comprar chocolates e goloseimas. O melhor até era a banda sonora dos anos 80 mas estávamos demasiado preocupados para podermos apreciar bem. Chegámos a tempo, dando o nosso voucher do tour ao condutor para que este pudesse comprovar o nosso transporte junto da agência, reavendo o que tivesse direito.

No terminal informaram-nos que do nosso destino não sairiam autocarros até Huaraz por isso, aproveitando o facto de Chiclayo ser uma escala no caminho de Trujillo, falámos diretamente com o condutor, pagando a diferença e seguindo viagem.

08/08/2012

Passámos o dia no terminal da Movil Tours em Trujillo e arredores, esperando o autocarro noturno até Huaraz e aproveitando para atualizar a escrita.

Note-se que esta cidade foi alvo de visita na nossa anterior viagem de 2009 por isso não tínhamos planos para visita da mesma. Em todo o caso, num dos complexos anteriormente visitados (Huaca del Sol e Huaca de La Luna) e que se encontrava com grandes trabalhos de escavação, parecem ter existido novas e importantes descobertas. A consultar em: Peru – Trujillo – City Tour

Conselho: Seria mais vantajoso realizar a viagem entre Cajamarca e Chachapoyas, em qualquer dos sentidos, sendo provavelmente mais barato e menos cansativo ir viajando por troços, visitando os vários locais arqueológicos por conta própria e dormindo em cada um dos povoados, sem ter sempre que voltar a Chachapoyas. Não o fizemos pois não tínhamos a noção certa da localização dos complexos arqueológicos nem dos locais por onde passaríamos de autocarro.