sábado, 26 de setembro de 2015

Pico: PR4PIC – Subida ao Pico

Com a inscrição no curso de guias da Montanha do Pico, este tornou-se um ano recheado de subidas, de tal modo que quase duplicámos o número que tínhamos anteriormente, sendo que atualmente são 17 para o Nuno (8 este ano) e 14 para a Mónica (7 este ano)

Não há muito mais para falar sobre o trilho em si mas como nunca há duas subidas iguais (as nuvens, a luz o mar…) aproveitamos para apresentar mais algumas fotos, nomeadamente da rara silene uniflora craterícola, planta endémica da Montanha do Pico que floresceu durante este verão.

Subida 23-05-2015
IMG_7135IMG_7136IMG_7145IMG_7236

Subida 14-08-2015
IMG_7467IMG_7469IMG_7506
São Jorge e Terceira (esq.) e São Jorge e Graciosa (centro e dir.)
IMG_7502IMG_7526IMG_7494
Cratera (esq.), estação meteorológica (centro) e Silene Uniflora Cratericola (dir.)
IMG_7515IMG_7512IMG_7507
Faial

De salientar e louvar também a atividade de limpeza da Montanha promovida pelo Geoparque que, apesar de não ter tido a aderência expectável de voluntários, tendo em conta a importância da montanha para o turismo local, serviu pelo menos para deixar a cratera um pouco mais limpa do que a encontrámos no início do Verão.

Subida 19-09-2015
IMG_8064
Limpeza

Por oposição lamentamos o estado de algumas partes do trilho e zonas próximas devido ao crescimento exponencial de subidas nos últimos anos. A passagem de visitantes algo incautos gerou a degradação de alguns troços e a abertura indevida de muitos caminhos secundários, com prejuízo direto para a flora local, além de estes poderem fazer com que outros se possam equivocar na subida.

Mais virão… e sempre diferentes

sábado, 12 de setembro de 2015

Pico: Ribeirinha – Trilho da Rocha

No único mês do ano em que o Município das Lajes não agendou nenhum passeio, tivemos a feliz surpresa de um trilho organizado pela junta de Freguesia da Ribeirinha com pic nic no fim.

Juntámo-nos todos pelas 9:30 no centro da freguesia, onde começámos por visitar duas casas museu. A casa, devidamente restaurada, contém todo o tipo de mobiliário e utensílios utilizados no passado nas suas diferentes divisões: a cozinha, a casa de banho, os quartos, a sala e uma oficina de sapateiro. Ao lado um carro de bois em muito bom estado na sua guarita. Mais acima outra casa com uma atafona completa com todo o equipamento para processamento do milho, movido a força animal. A presença de locais no grupo com bastante experiencia de vida enriqueceu em muito a visita, com dados sobre o funcionamento dos utensílios, curiosidades sobre as casas e os seus moradores, recordações do passado.

IMG_7921IMG_7923IMG_7933
Museu (esq.), Alfaias Agrícolas (centro) e Atafona (dir.)
IMG_7934IMG_7947IMG_7948
Oficina Sapateiro (esq.) e Casa de Banho (centro e dir.)

Visitado o museu seguimos para o passeio propriamente dito. Dirigimo-nos até ao miradouro do Alto dos Cedros, onde já tínhamos passado uns meses antes aquando da realização do PR18PIC Nove Canadas da Ribeirinha. Embora o tempo estivesse bom, não estava o suficiente para conseguirmos ver a montanha descoberta, em todo o caso a vista compensa.
Aquando da nossa passagem anterior perguntavamo-nos onde daria um trilho de pé posto que seguia daqui com uma descida com grande pendente. Tinha uma vedação na altura por isso acabámos por não explorar... ora era mesmo por aí que agora seguia o percurso previsto, até onde antigamente se cultivava vinha e como tal tinha as respectivas adegas para processamento da uva.
Todo o caminho foi arranjado propositadamente para este evento, em todo o caso a forte pendente e o piso bastante escorregadio tornavam a caminhada algo perigosa. Algo que não impediu termos no grupo idades desde os 4 aos 77 anos. Os mais velhos com muitas recordações destes locais, por onde terão passado dezenas, senão centenas de vezes, com cestos de uva, figos, maçãs, laranjas, castanhas e lapas às costas. Se sem grande peso a movimentação não era fácil, então com uma cargas destas como seria...
Atualmente e para quem não conheceu, vendo a floresta densa de grandes incensos, é difícil imaginar que desde a cota do trilho até à costa estava tudo trabalhado com vinha ou pomares. Aqui e ali, por entre os incensos, uma figueira, um castanheiro, uma parreira com mais de 6 metros de altura trepando pelas árvores em busca do sol, agora plantas selvagens, mas que corroboram as histórias. Visitámos algumas ruínas das adegas, todas sem tecto mas algumas ainda com a cisterna, o lagar e as respectivas pedras de compressão, também algumas pias escavadas na própria rocha.

IMG_7953IMG_7963IMG_7964IMG_7974
Vista do Miradouro do Alto dos Cedros (esq.), Prova da água da cisterna (centro esq.), Ruína (centro dir.) e Floresta (dir.)
IMG_7968IMG_7969IMG_7978
Pequeno Lagar (esq.), Vista de Miradouro criado a meio do percurso (centro) e Regresso (dir.)

Uma curiosidade relativamente a este local tem a ver com a sua localização que em determinada altura do ano não recebe luz solar, pelo que aquando do aparecimento da filoxera (doença da vinha que dizimou a quase totalidade de vinha tradicional produzida no Pico, castas arinto e verdelho), as vinhas deste local ficaram protegidas e continuaram a produzir normalmente, enquanto por toda a ilha as colheitas eram praticamente nulas por morte das plantas.

Deram-nos indicação da existência de muitos antigos trilhos por ali, que chegavam à costa e daqui seguiam para Santo Amaro ou que, seguindo por onde estávamos intersectariam o Caminho das Voltas PR7PIC, em direção também a Santo Amaro.
Nós ficámos muito interessados, mas melhor que isso, os próprios funcionários da junta e outros locais demonstravam esse interesse em encontrar esses caminhos e abri-los novamente... tendo sido sugerido novo passeio para o São Martinho com descida até à costa.

No fim do percurso o prometido pic nic, oportunidade para conhecer mais alguns dos nossos vizinhos da ribeirinha.

Resumindo foi um dia muito bem passado, 5km caminhados, com muita informação nova e a visita a um local com muitas histórias para contar. Estão no entanto alguns quilómetros e muitas adegas por descobrir. Em todo o caso convém relembrar que não se trata de um trilho marcado (apenas o está até ao miradouro do Alto dos Cedros) e como tal não é aconselhável aventurarem-se sozinhos, principalmente porque o terreno é instável e com ventos ou chuvas fortes podem cair rochas e árvores, vedando a passagem.