terça-feira, 19 de junho de 2012

AS - 6/13 - Equador IV - Mitad del Mundo

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2012/06/10

Acordámos ainda mais cansados que nos dias anteriores, mas não trocámos os nossos planos.

Apanhámos o autocarro de Tumbaco ao Terminal Rio Coca, daqui outro até Agua Clara, andámos 5 minutos até ao terminal La Ofelia e novo autocarro até Mitad del Mundo. Neste último o condutor lembrou-se de arrancar com os passageiros ainda a entrar... mas lá conseguimos entrar.

Mitad del Mundo é um grande complexo turístico, todo em torno da linha do Equador. No seu interior visitámos uma maquete da cidade de Quito, depois um pavilhão de Espanha sem grande interesse para nós, um pavilhão de França muito interessante sobre mapeamento e topografia, onde mostram os vários estudos efectuados da busca pela linha do Equador por triangulação, assim como outras informações interessantes como o facto do topo do vulcão Chimborazo com 6310, devido ao achatamento da Terra nos polos, ser o ponto mais afastado do centro da terra (e não o topo do Evereste), um insectário e o lugar de latitude 0°0’0”, atração principal.

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11:11 Maquete de Quito

Para comprovar a veracidade levámos o nosso GPS e, de facto, as medições feitas pelo francês Charles-Marie de la Condamine 1736 não tinham a mesma precisão do nosso aparelho. A nossa leitura dava 0,130 minutos (7,80 segundos) a Sul pelo que, não satisfeitos com o valor, fomos em busca da verdadeira linha do Equador. Muitos dos turistas que por lá tiravam a foto da praxe olhavam para nós e perguntavam se era ali ou não... Andámos até aos limites do complexo e continuávamos a Sul.

Na nossa busca passámos por um local que vendia tours de uma hora à cratera de um vulcão que queríamos visitar. Dado o acessível valor de 3 dólares, reservámos para as duas da tarde e fomos comer algo antes... papi carne para o Nuno (que acabou por ser papi pollo), a uma módica quantia de 2 dólares, e papa completa para a Mónica, com um custo de 2,5 dólares. 

Saímos no tour em direção à cratera do vulcão Pululahua, onde existe uma população vivendo no interior de um vulcão ativo. A cratera tem aproximadamente 4km de diâmetro estando dividida em duas partes distintas: metade está habitada e cultivada e a outra metade é parque natural. O fundo da cratera é extremamente fértil e de condições climatéricas quase constantes pelo que a zona habitada está quase toda cultivada. No entanto apenas existem 2 acessos à base: um de 15 quilómetros para veículos pelas escarpas da borda e outro preferencial de 1,5km que se faz a pé e com a ajuda de animais de carga.

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Cratera: 14:21 (esq.) e 14:33 (centro) e 14:51 Transporte do Tour (dir.)
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Fundo da cratera: 14:25 (esq.) e 14:26 (dir.)

Voltando a Mitad del Mundo fomos visitar o Museu Solar Inti Nan, mesmo ao lado do complexo anterior, lugar onde novamente se aclama passar a verdadeira linha do equador, esta calculada por GPS militar de alta precisão.

Aqui faz-se uma visita guiada bastante interessante onde são apresentados várias tribos equatorianas e seus costumes, nomeadamente como é feito o famoso encolhimento de cabeças humanas [designado de TZANTA efetuado apenas a importantes inimigos e que consiste em cortar a cabeça, retirar todo o interior da pele, cozer a pele para que se conserve, coser a boca (pois acreditavam que o seu espírito poderia sair por aí em busca de vingança), colocar pedras quentes no interior para queimar os restos de gordura, colocar ao sol para esta encolher e depois colocavam-na ao peito em sinal de poder],como são construídas as casas e o mais interessante algumas experiências relacionadas com a linha do equador e a aceleração de Coriolis... tivemos a oportunidade de ver como na linha o escoamento da água de uma pia não tem vórtice, a sul (dois metros ao lado) escoa no sentido dos ponteiros do relógio e a norte (outros 2 metros ao lado da linha) ocorre no sentido contrário... também presenciamos o facto de aparentemente sem mais fácil segurar um ovo cru na cabeça de um prego... o que deu á Mónica o direito a um certificado.

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15:24 Cabeça Encolhida (esq.), 15:24 Processo de encolhimento de cabeças (centro) e 15:35 Museu Inti Nan

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15:38 Relógio Solar (esq.) e 16:36 Pássaro (dir.)

Para onde escoa a água?

Mónica a pôr um ovo :)

Voltando ao nosso GPS, voltámos a não conseguir o zero (0,065 minutos ou 3,96 segundos a sul)mas assumimos, pelos resultados das experiências e pelo facto do GPS militar ter maior precisão, que ali estaria a linha. Em todo o caso gostaríamos de ver o nosso GPS a zeros e lá andámos mais um pouco para Norte até o conseguirmos... deu ao lado da estrada, junto à saída do museu. Desenhámos a nossa linha para registar o momento...

Regressámos a Tumbaco, pensando no frango que tínhamos comprado no dia anterior mas não tínhamos tido paciência para assar. Como cá não faz muito calor não o colocámos no frigorífico (que não está na nossa casa mas sim na dos nossos anfitriões ao lado) mas disto resultou que quando abrimos o saco o cheiro não era muito agradável. Não quisemos arriscar e portanto tivemos de mudar o menu... pelo meio ainda queimámos o arroz da primeira vez por isso a solução de recurso foi uma omolete com nova dose de arroz e batata assada e mais algumas experiencias: arepas de alho e tomate, bolinhas de alho e banana frita.

AS LINHAS DO EQUADOR LATITUDE 0°0’0”

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Take 1 - Complexo turístico Cuidad Mitad del Mundo: no nosso GPS latitude 0°0,130’ (esq.)
Take 2 - Museo Inti Nan, pela comunidade científica a verdadeira: no nosso GPS latitude 0°0,065’ (centro)
Take 3 - A nossa linha do equador: no nosso GPS latitude 0°0’0” (dir.)

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