terça-feira, 12 de agosto de 2008

Rumo ao Grupo Ocidental dos Açores

Três, dois, um.... Começam as FÉRIAS 2008
Aproveitando o cartão interjovem, com mega descontos nas viagens entre ilhas Açorianas, lá fomos nós para uma semana de aventuras nas Flores e Corvo (terras mais ocidentais de Portugal).

Dia 12

Express Santorini- 6:30
À chegada ao cais da Horta-Faial vislumbrámos o EXPRESS SANTORINI, navio grego construído em 1974 registando navegações em rotas francesas, gregas e portuguesas. E para nós o maior navio em que realizámos uma viagem. (http://www.simplonpc.co.uk/SNCF_Chartres_1974.html )
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Ilha do Corvo - 14:24++++++++++++++++++++++++++++++++++Ilha das Flores - 14:46
Já a bordo e algum tempo depois da travessia do canal Pico-Faial rumo a ocidente começámos a sentir o efeito da Terra ser redonda… todo o horizonte era mar e ar… por esta altura e, depois de investigadas todas as partes acessíveis do navio, começava a passar a euforia trazida pela primeira grande viagem… tempo então para estudar as plantas topográficas das ilhas. Às 13H30 já se começava a avistar terra… primeiro o Corvo depois as Flores… o entusiasmo voltou.
Depois de 8 horas de viagem enfim em terra. Preparados para apanhar um táxi rumo a Sta Cruz onde se encontraria um carro para alugarmos eis que o Nuno conhece uma das primeiras pessoas que vê… o Sr. João, homem muito conhecedor de História principalmente a marítima e que teve a amabilidade de nos levar à rent-a-car no seu Ford Fiesta... mas antes disso, e dada a nossa intenção de nos fazermos ao mar no dia seguinte, rumo à ilha mais pequena do arquipélago ainda nos apresentou o Mauro, capitão do navio de mercadorias SANTA IRIA (nome pelo qual era inicialmente designada a Ilha das Flores) que transporta alguns passageiros sem contrapartidas financeiras. Chegados a Sta. Cruz não havia carro para ninguém… mas o Sr. João não nos deixou enquanto a situação não estivesse resolvida… levou-nos numa visita guiada até a Fajã Grande onde iríamos acampar. Para não montarmos tenda por uma noite apenas, o Sr. João intercedeu mais uma vez a nosso favor pedindo ao capitão Mauro que nos albergasse nessa noite e assim foi.
Dia 13
Acordados bem cedo, para arranjar uma forma qualquer de chegar às Lajes a tempo de apanhar o barco, lá tivemos grande pontaria… assim que chegámos à rua acabava de chegar um autocarro camarário que só nos cobrou 2,86€ pela viagem com direito a parar em todas as freguesias do caminho. Depois de um passeio pelas Lajes, hora de embarcar no Santa Iria que numa viagem de 4horas nos permitiu ver de perto (muito mais perto do que pensávamos ser possível com uma máquina daquelas) algumas das grutas da costa oriental. Depois de uma viagem alucinante com tanto balouçar chegamos à pequenita ilha. No cais, algumas carrinhas aguardavam os turistas para a quase sempre igual visita turística ao caldeirão, como o nevoeiro nos impedia de ver o caldeirão e consequentemente fazer o PR2 decidimos ficar a meio do caminho de regresso ao cais e fazer o PR1 – Cara de Índio que nos levaria à Vila do Corvo. Uma vez na vila fomos beber um suminho fresco e procurar o sr José que nos levara ao caldeirão e amavelmente trouxe a nossa tenda para a vila a fim de não a carregarmos durante a caminhada. No café, tal foi o nosso espanto quando no desenrolar da conversa com uns corvinos (despoletada por estar a usar uma t-shirt do Boavista, dada a situação que o clube vivia na altura) encontrámos um amigo da família do Nuno, a tenda nem foi montada... casa e água quente… que sorte! Apesar do nosso espanto este não era tão grande quanto o dos locais e florentinos por lhes contarmos que queriamos passar uma noite no Corvo.

Com guarita definida dirigimo-nos à praia de areia a fim de uma banhoca antes de jantarmos uma bela febra no restaurante o Caldeirão.
Dia 14
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Fechadura do Corvo+++++++++++++++++++++++++++++++++++++Moinho do Corvo +++++++++++++++++
Novamente em direcção ao caldeirão… mais uma vez coberto por um denso nevoeiro… não quisemos partir sem pelo menos ir ao seu interior… os restantes turistas partiram e nós seguimos pelo nevoeiro. Aos poucos o caldeirão foi-se desvendado… Natureza, Sossego… sem dúvida uma das mais belas paisagens que tivemos o prazer de saborear. Com o dia já ganho e aproveitando as novas condições atmosféricas decidimos tentar o PR2 – Caldeirão - Ponta do Marco – Cancela do Pico. No fim do percurso lá arranjamos uma boleia, desta vez numa carrinha frigorífica, de volta à Vila do Corvo… antes de regressarmos às Flores ainda tivemos tempo de passear pela vila e conhecer os diferentes tipos de habitações (não esquecendo as típicas fechaduras), moinhos, praia, aeródromo, etc… A travessia Corvo-Flores foi feita num semi-rigido o que tornou a viagem mais rápida, com mais adrenalina permitindo-nos inclusivé acompanhar golfinhos e que sorte a nossa… o barco pertencia à mesma agência com a qual haviamos marcado uma visita às grutas… sabendo disto o skipper levou-nos bem perto delas (dentro) sem nos cobrar mais. Já nas Flores (Santa Cruz) e após 3 dias completos sem ter sido necessário o carro alugado decidimos fazer todas as viagens seguintes à boleia (com isto poupámos 50 euros por dia). Após mais de uma hora a andar a pé e quando já se fazia noite começámos a duvidar dos benefícios da nossa decisão recentemente tomada. Finalmente apareceu alguém disposto a nos levar até à fajã grande, não foi isso o combinado mas com o tempo fomo-nos habituando que quando nos diziam que nos deixariam a alguns quilómetros de onde queriamos, acabavam por nos levar até lá.

"Home sweet Home"
Chegados à Fajã Grande toca a montar acampamento e dormir uma boa soneca… felizmente o capitão Mauro deixou-nos continuar a usar a casa-de-banho (aguinha quente).
Dia 15
Levantámo-nos não muito cedo mas ainda tivemos direito a uma boleia, de um condutor de uma distribuidora de carnes, em direcção às lagoas negra e comprida onde se inicia o PR3 o qual finalizámos com uma ida à poça do bacalhau e um delicioso mergulho (o Nuno fotografava)
Dia 16
Levantámo-nos bem cedinho para aproveitar a proximidade de dois percursos: o Pr2, que terminou no lajedo, e depois de uma pequena boleia e alguns km’s a pé o Pr4 pela Fajã Lopo de Vaz. Após mais uns km´s a pé eis que conseguimos mais uma boleia desta vez numa carrinha de caixa-aberta que, já fazendo um grande desvio nos deixou perto da rocha dos bordões, aí passados uns minutos tivemos direito a mais uma boleia num jipe atolado de armas de caça submarina, canas-de-pesca e peixe … que felizmente seguia para a Fajã Grande. Tempo de ir às compras para o desejado jantar no parque de campismo: eu aprendi a assar frango e salsichas (sim.. que isto de fazer churrasco não é como um belo fogão em que a chama está sossegadinha debaixo do tacho) e o Nuno no meio de uma conversa com companheiros de campismo ia ganhar um belo peixe… não estivesse o franguinho quase pronto. Isto de acampar falta sempre qualquer coisa, principalmente condimentos… mas nestas alturas tudo sabe bem.
Dia 17
Não tão cedo como se viria a comprovar ser o desejado, saímos em direcção a Ponta Delgada pelo Pr1. No fim, já exaustos e só depois de muitos km’s pela estrada em direcção à Fajã Grande conseguimos boleia de um amável senhor já atrasado para o seu trabalho mas, que fez questão de nos mostrar a lagoa da lomba e de nos deixar perto das lagoas funda o mais perto que podia do nosso destino. Aí e depois de deliciados com a visão das lagoas conseguimos boleia de um casal de estrangeiros residentes na ilha.
Dia 18
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Rocha dos Bordões- 18:00+++++++++++++++++++++++++++++++++++A preparar o jantar+
Percursos pedestres feitos… vai uma voltinha de carro pela ilha com o micaelense Paulo, companheiro de campismo. Não ficou por visitar o museu das Flores em Santa Cruz dirigido pelo Sr. João Vieira, as várias freguesias e, mais uma vez, as lagoas. Á noite ainda colocámos mãos ao tacho para uma massinha de atum a lenha, diga-se que demorou mais do que o dobro do tempo a cozinhar… foi necessário perseguir as chamas durante todo o tempo… mas valeu a pena.
Dia 19
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Express Santorini- 15:05++++++++++++++++++++++++++++++++++Pôr-do-sol - 20:53+
Tempo de levantar acampamento e rumar para o cais, depois de uns bons km’s a pé lá conseguimos boleia (experiência algo traumática) … horas depois chegava o Santorini para nos levar em direcção ao Faial… agora com muita gente conhecida a bordo.

Depois de 6 trilhos, 10 boleias (9 de carro e 1 de barco), 2 dormidas em casas de desconhecidos, dois encontros do terceiro grau e 100€ gastos voltámos à Horta.

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