30/08/2012
Era dia um dos dias mais esperados, faltando pouco para completar a nossa grande travessia. Para isso tínhamos de chegar a Machu Picchu... a caminhar!
Embora não tenhamos dormido quase nada, um banho depois de dez dias, uma cama, o facto de quase não termos de carregar grandes e pesadas mochilas e principalmente o que iríamos visitar, foi o bastante para nos revitalizarmos.
Antes das 4 da manhã já estávamos a pé, fazendo os últimos preparativos do que levar, tentando em parte cumprir as regras de ingresso em Machu Picchu, racionando comida, bebida e controlando dimensões dos sacos, de modo a que não nos fossem confiscados por excesso ou acabássemos o dia a desfalecer por escassez.
Ainda de noite descemos a vila até cruzar o rio. Na ponte, esperavam umas pessoas... no novo posto de controlo (relativamente ao ano de 2009)... podíamos ter dormido um pouco mais pois só se pode passar depois das 5:00. Esperámos como todos os outros que foram chegando, pensando se a hora que tínhamos para fazer a subida de aproximadamente 500m em 2km, era suficiente para chegarmos antes das 6:00, hora de abertura do complexo (em 2009 tínhamos feito 1h20 e achávamos que tinha sido rápido), mas principalmente antes da chegada dos magotes de pessoas que viriam no caro autocarro (9 dólares por 10min).
Como sempre, à abertura da ponte muitos nos passaram à frente mas começámos a caminhar muito rápido e às 5:35 fomos os primeiros a chegar à porta de entrada... tivemos de esperar 25min pela abertura mas os lugares da frente estavam reservados para as primeiras fotos sem ninguém.
Os dias anteriores não tinham estado grande coisa ao amanhecer mas não podíamos pedir melhor, céu limpo e azul durante todo o dia.
Entrámos sem problemas com o que levávamos e seguimos para o ponto estratégico para fotos do amanhecer, perto da Casa do Guardião, que nos tinha sido sugerido pelo único português, com quem nos cruzámos em viagem em 2009... pensávamos se iria acontecer o mesmo já que não nos cruzávamos com nenhum desde a Europa (Guiana Francesa).
Recinto del Guardián: 6:22 (esq.) e 7:49 (dir.)
MachuPicchu: 6:56 (esq.) e 9:16 (dir.)
Seguimos para visitar dois locais afastados do centro do complexo e que ainda não conhecíamos. Primeiro a ponte inca, uma incrível construção numa vertiginosa falésia (embora não percebamos o porquê de fazerem uma ponte de madeira, interrompendo um caminho de pedra). Daqui eram visíveis ao longe as ruínas de Llactapata. Depois seguimos para Intipunku (porta do sol) de onde se tem um perspectiva diferente do centro complexo.
7:28 Ponte Inca (esq.), 6:45 Montanhas envolventes (centro) e 6:45 Llactapata (dir.)
Intipunku: 08:27 Intipunku (esq.), 08:31 Vista para a zona residencial (centro), 08:36 Vista sobre todo a cidade (dir.)
Seguimos para visitar o centro, com calma e tempo para fotos, tendo a vantagem de já conhecer a história de muitos dos espaços, nomeadamente o templo del Sol, templo de las 3 ventanas e intiwatana (janela do sol - bússola e complexo astronómico) e oportunidade de conhecer outros não visitados em tour.
9:32 Escadaria (esq.), 9:34 Fonte (centro) e 9:36 Fonte (dir.)
Templo del Sol: 6:29 (esq.), 9:39 (centro esq.), 9:40 (centro dir.) e 9:44 (dir.)
Templo del Sol: 9:45 (esq.), 15:32 (centro) e 15:33 (dir.)
15:47 Templo de las 3 ventanas (esq.), 15:51 Litomaqueta de MachuPicchu (centro) e 15:56 Observatório Astronómico Intiwatana (dir.)
Andenerias Este: 9:31 (esq.), 9:43 (centro) e 15:21 (dir.)
Colcas: 14:36 (esq.), 14:38 (centro) e 14:59 (dir.)
Praça Principal e Grupo de las 3 portadas: 15:45 (esq.) e 15:48 (dir.)
Perto das 11:00 lanchámos e colocámo-nos na fila para subir a Wayna Picchu. O que nos tinha levado quase uma hora, toda a água e forças em 2009 agora foi facilmente transposto em 20min. No topo sons nossos conhecidos... um casal de portugueses com 59 anos esforçava-se com dificuldades mas persistência para descer, sendo saudados por todos os estrangeiros que os viam. Seguimos para o templo de la luna e gran caverna onde almoçámos e descansámos uma hora. No regresso ainda subimos a Huchuy Picchu e às 14:00 voltávamos a Machu Picchu.
11:36 Vista desde WaynaPicchu (esq.) e Templo de la Luna: 12:35 (centro) e 12:42 (dir.)
11:55 Escadaria acesso Templo de la Luna (esq.) e Grand Caverna: 12:28 (centro) e 13:01 (dir.)
Sentámo-nos alguns minutos para observar as lamas locais e seguimos para completar a volta, passado principalmente pelo templo del condor e pelo observatório astronómico. Para nossa surpresa a Mónica avistou duas fofinhas vizcachas que repousavam. Conseguimos aproximar-nos até 2 metros sem as incomodar, algo que outros conseguiram fazer à distancia com barulho.
14:06 Vista desde HuchuyPicchu (esq.), 14:17 Lamas (centro) e 14:53 Vizcachas (esq.)
Templo del condor: 15:18 (esq.) e 15:19 (dir.)
Observatório Astronómico: 15:02 (esq.), 15:04 (centro) e 15:03 (dir.)
Aproveitando a saída em massa dos visitantes voltámos a quase todos os templos para umas fotografias sem emplastros, passando a última das 11 horas sentados no mirador da manhã, observando o sol a por-se.
Só saímos quando os guardas nos chamaram.
Voltámos a pé a Aguas Calientes onde jantámos no mesmo restaurante e depois fomos para o hostal... terminando o seria um dos melhores dias da viagem.
Para os mais interessados, e quiserem saber mais sobre a história de Machu Picchu aconselhamos a leitura do post de 2009: Peru – Cusco – Machu Picchu
31/08/2012
Esperava-nos uma longa viagem de regresso a Cusco. Longa mas muito mais barata (menos de 1/6 do preço) que apanhar o inexplicavelmente caro comboio de Aguas Calientes a Ollantaytambo.
Preparámos as malas e voltámos ao caminho de ferro em direção à Hidroeléctrica. Desconhecendo as indicações acima referidas demos de caras com os túneis que acabámos por atravessar em passo de corrida, antes que viesse um comboio.
Tendo tido oportunidade no dia anterior para observar a linha desde Machu Picchu, estivemos também mais atentos em ter a visão contrária.
Logo no primeiro quilómetro fomos bafejados pela sorte... a poucos metros de nós passou um jovem Cock of the Rock peruano macho (rupicola peruvianus), ave nacional do Peru, não muito fácil de encontrar, principalmente quando nem se procura. Na Guiana Francesa tínhamos já participado como voluntários no estudo da outra espécie existente. Se estávamos com um grande sorriso pelo que tínhamos visto no dia anterior, este passou a ser de orelha a orelha. Falámos do pássaro durante grande parte dos 9km e estivemos muito mais atentos a todos os pássaros que víamos... e eram muitos... e muito bonitos.
8:51 Túnel (esq.) e Cock of the Rock: 9:13 (centro) e 9:16 (dir.)
Chegados à Hidroeléctrica apanhámos um combi de meia hora até Santa Teresa, onde esperámos, inclusivamente almoçando pão com sardinhas, que o táxi colectivo enchesse para sair a Santa Maria em mais uma hora de viagem, onde por fim apanhámos o autocarro com duração de 5 horas até Cusco. Como curiosidade, em Santa Maria eram muitas as pessoas que ostentavam coletes refletores com o símbolo da construtora portuguesa Mota Engil, que por estes lados tem muito trabalho em estradas.
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