2012/05/18
As 8 horas de autocarro previstas entre Armenia e Bogotá estenderam-se até às 11 e chegámos à capital às 22:30. Pelo menos, durante o dia, as vistas foram incríveis (é nesta altura que nos pedem fotos mas, como já referimos, ou não ficam grande coisa por serem tiradas em movimento, ou nem as tiramos para não gerar a cobiça pela nossa máquina fotográfica por parte de outros passageiros, pois os roubos aparentemente são frequentes).
Ainda em Salento tínhamos visto que o nosso anfitrião teria tido um imprevisto, tendo de trabalhar no fim de semana e como tal não tínhamos onde ficar. Ligámos para confirmar a situação e seguimos de táxi para um hostel que o nosso guia aconselhava. Este estava cheio por isso procurámos outro e acabámos por ficar mesmo em frente ao primeiro, no Hostel Candelaria. Como curiosidade salientamos a eficiência e segurança do sistema de táxis no terminal... ainda dentro do terminal, passa-se por um posto de atendimento onde se diz para onde se vai e automaticamente nos é dada uma factura com o valor a pagar pela viagem, assim como referencias do veículo (matrícula), para que não haja dúvidas em qual devemos entrar. Assim, não se corre o risco de apanhar um táxi não oficial (pois só entram no parque os oficiais), nem da necessidade de negociar preços e muito menos de andarmos posteriormente às voltas pela cidade com o taxímetro a contar.
Aqui aproveitámos a net para tentar arranjar sofá para as noites seguintes.
O nosso objectivo seria passar dois dias na cidade e outro um pouco mais a Norte para visitar outra cidade, Zipaquirá, onde se encontra o parque do sal, mas principalmente uma gigantesca catedral subterrânea de sal. Tentando fugir à confusão e sabendo que nos dois dias seguintes eram fim de semana, decidimos visitar Zipaquirá na segunda pois não teria nenhuma celebração e o museu do ouro (na capital) Sábado, pois Domingo é grátis (dia de enchente) e segunda está fechado.
2012/05/19
Não tendo obtido qualquer resposta relativamente a futura guarita decidimos ficar mais uma noite no mesmo Hostel.
De manhã demos uma pequena volta pelo centro da cidade. Logo no início fomos aconselhados a ter muito cuidado com a máquina... embora tudo nos parecesse bastante seguro, nomeadamente pela elevada presença de militares, polícias e seguranças por todas as ruas... presumivelmente, dado o atentado que se tinha verificado 4 dias antes, as ruas envolvente ao palácio da presidência estavam totalmente vedadas.
10:31 Residencias Calle del Sol: Complexo habitacional construído em antigo mosteiro (esq.) e 10:50 Iglesia del Carmen (dir.)
Fomos almoçar a um restaurante onde comemos um prato típico da região de Salento, onde tínhamos estado antes e não tínhamos tido oportunidade de provar: bandeja paisa. Se esta região nos tinha feito lembrar os Açores, o prato deu-nos a mesma sensação. Era constituído por feijoada (muito semelhante à dos Açores), arroz, arepas (semelhantes ao bolo de milho), entremeada derretida (torresmos e toucinho), chouriço de sangue (parecida com a morcela mas com hortelã), chouriço (linguiça), banana frita, abacate e ovo. Claro que só pedimos uma dose que ainda por cima vinha acompanhada de uma forte sopa de legumes e carne. Como bebida um sumo de Guanabana e como ambiente de fundo a final da liga dos campeões...
13:52 Almoço: Sumo de Guanabana, Bandeja Paisa e Sopa típica
Tínhamos a tarde toda para visitar o museu do ouro, o maior da América do Sul com entradas inferiores a 1,5€. Tinham-nos dito que se visitava numa hora, 2 se fossemos com calma, mas apontámos serem necessárias 3 para podermos ler tudo e tirar fotos... mesmo assim acabaram por ser insuficientes e obrigar-nos a correr.
É um museu muito bem organizado e com uma enorme e fantástica coleção de peças principalmente de ouro, mas também prata, bronze, tumbaga (ouro + bronze), rocha, osso, pedras semi-preciosas, cerâmica... Aqui estão grande parte dos artefactos encontrados nas explorações arqueológicas por toda a Colombia, principalmente em Ciudad Perdida, Pueblito, San Agustin e Tierradentro (estes últimos dois ainda a visitar). Apresenta uma galeria inicial com a evolução dos processos de extração e museamento do ouro, outras com coleções de peças específicas de cada cultura, outras tendo como tema as atividades, a utilidade ou o simbolismo de cada grupo de peças e, no fim, uma sala circular, muito bem conseguida, com mais de 3000 peças de ouro, particularmente adornos corporais, que nos são apresentados com jogos de luzes durante 3 minutos.
Processos de Fabrico: Martelagem e decalque
Processos de Fabrico: Decalque e Corte - Instrumentos de trabalho (esq. e centro) e Adorno (dir.)
Processos de Fabrico: Utilização de Moldes em Pedra - Molde (esq.) e Repetições de peças (centro e dir.)
Processos de Fabrico: Banho e Raspagem (esq.); Utilização de moldes em cera (centro) e Moldagem de peças pequenas para posterior colagem/fusão (dir.)
Erros e Detrioração: Reparaçaão de Peças com utilização de grampos de ouro (esq.) e oxidação (dir.)
Peças Ornamentais: Figura cultura Tayrona (esq.); ornamentos faciais (centro); Máscara (dir.)
Búzio forrado a ouro (esq.) e Sala dos ornamentos (dir.)
Outros Materiais: Pedras Tayrona (esq.) e Múmia cultura Muisca (dir.)
Para o jantar (e almoço do dia seguinte) fizemos um frango estufado com arroz e batata e salada de tomate, queijo e oregãos.
2012/05/20
Acordámos e tomámos o pequeno almoço (incluído no preço) nas calmas, até que quando fomos pagar mais uma noite nos disseram que estavam cheios e teríamos de fazer o check out até ao meio dia. Sabendo que o nosso primeiro suposto anfitrião chegaria do trabalho neste dia ainda tentámos lá ficar mas, presumindo que viesse cansado fomos para outro hostel que já tínhamos visto no dia anterior, por sinal mais barato... los Aventureros de la Candelária.
Voltámos a passear pela cidade, desta vez seguindo para Norte. No exterior de um dos mais altos edifícios fomos “convidados” a seguir sem tirar fotos por razões de segurança, devido ao atentado recente. Enquanto vagueávamos demos de caras com algo muito familiar... o nosso brasão e um painel de azulejos, ofertas do nosso estado a um anterior embaixador português em Bogotá.
12:01 Iglesia Nuestra Senora de las Nieves (esq.), 14:28 Plaza Bolivar: El Capitolio (centro) e 14:58 Plaza Bolivar: La Catedral e Capilla del Sagrario (dir.)
Mesmo ao lado do McDonalds, onde parámos um pouco (apenas no exterior) para aceder gratuitamente à internet verificámos que uma grande quantidade de pessoas parava para tirar fotos sem nos apercebermos a quê. Depois de meia hora não resistimos e verificámos que o pilar do edifício tinha muitas placas em memória de Jorge Gaitan (ver post Ciudad Perdida) que terá sido assassinado naquele preciso local.
12:36 Praça de Touros (esq.), 14:42 Brasão e Azulejo Português (centro) e 16:10 Local onde morreu Jorge Gaitan (dir.)
Outra curiosidade relativa a Bogotá é o facto de aos Domingos as principais artérias serem cortadas ao transito motorizado, vendo-se milhares de pessoas a passear-se e aos seus animais (grande quantidade de pitbull soltos, sem coleira ou açaime a correr pela cidade). No extremo oposto lamentamos o facto de 10 em 10 minutos vermos sem abrigo a pedir dinheiro para comer.
Os donuts foram novamente a nossa perdição e comprámos 6 diferentes para provar: Triple choc (de chocolate, com cobertura de chocolate e pepitas); mani (cobertura de arequipe e amendoim); arequipe (tipo bola de berlim recheada com arequipe); miel (normal); choco fiesta (tipo bola de berlim recheada com chocolate); e choco (normal com cobertura de chocolate).
Voltámos às compras e fizemos strogonoff para o jantar e almoço do dia seguinte, que iria ser passado em Zipaquirá, a 50km a Norte de Bogotá.
2 comentários:
Xiiii... tanto ouro! :D E não conseguiram desviar nenhum? :P
Fico a aguardar uma peça pelo correio! hehehe
Rui
Sim muito ouro, tivemos bastante dificuldade em seleccionar as fotos das peças... por isso imagina a quantidade!!!
Quanto ao envio, aguarda mas sentado!!! :)
jinho e abraço
MM e NG
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