segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Pico - PR4PIC: Subida ao Pico

Pela 4ª vez para o Nuno e 3ª para a Mónica voltou-se ao ponto mais alto de Portugal.

Como em todas as outras vezes fomos esperando que aparecesse um dia de bom tempo para que pudéssemos ver todas as ilhas do grupo central. Desta vez demorou mais do que o costume, apanhámos chuva todos os dias e o céu estava completamente nublado. Finalmente, depois de uma semana, lá apareceu uma tarde e pôr-do-sol de Verão. Não foi preciso mais nada… à hora do jantar (por volta da 21:00) informámos o nosso caro amigo Márcio:“Às 4:00 saímos”… “Para onde?”…”Vamos subir o Pico esta noite” ao que este respondeu facialmente com aquela cara que conjuga todos os sentimentos e mais alguns, nomeadamente surpresa, medo, alegria, espanto e de “tás a gozar” Descartámos mais uma vez a hipótese de subir de tarde e voltar no dia seguinte e decidimos aproveitar pois as previsões apontavam que o tempo voltasse a piorar.

Às 4:00 horas acordámos, preparámos equipamento e farnel e, após uma viagem atribulada, com muitos coelhos e desvios bruscos (tentando não acertar nos mesmos) que retiraram todo o sono remanescente dos restantes ocupantes do veículo, chegámos ao sopé da montanha (04H35).

Acordámos o bombeiro e demos os nossos dados para iniciar a caminhada directamente a partir do centro interpretativo “Casa da Montanha” (04H50).

No meio da escuridão total e há falta de marcos não foi preciso muito para sairmos do trilho, nada que não se resolvesse continuando seguindo em linha recta para cima. O ritmo forte fez com que não levasse muito tempo a que as primeiras dificuldades físicas do menos experiente se fizessem sentir. O apoio (ou melhor, jogo psicológico de que ainda faltava muito e àquele ritmo iríamos demorar 4 horas sendo que a média ronda as 3 ou 3 e 30) fez com que não se perdesse o ritmo inicial. Até a nós nos parecia estarmos a andar devagar mas, ao fim de 2H30 (às 07H20) já lá estávamos na cratera e só nessa altura nos apercebemos que tínhamos batido o anterior record de 2H45.

WMr[20]_Lajes WMr[26]_Piquinho WMr[39]_Faial 
vista para as Lajes – 7H12                    Piquinho – 7H25                                              Sombra Pico e Faial – 7H58                     

Enquanto nos preparávamos mentalmente para a penosa subida ao piquinho (atendendo às dificuldades sentidas na única vez que o tínhamos feito), reparámos num grupo que descia do mesmo, aparentemente sem dificuldades, e esperámos que estes concluíssem a descida para podermos decorar todo o percurso por eles efectuado. Nem parecia a mesma subida, ao fim de 10 minutos já estávamos a receber o bafo quente da terra. Mais uma vez, nem Graciosa nem Terceira mas conseguia-se ver melhor todo o complexo vulcânico ao longo do eixo longitudinal da ilha.

WMr[47]_Mónica_Márcio_e_Nuno
No topo de Portugal – 8H04 

De volta à cratera almoçámos e demos início à descida (08H50). Para compensar o ritmo mais lento de descida a Mónica decidiu (inconsciente e por intermédio das suas botas) cair e rebolar uns bons metros na vertical descobrindo uma nova forma mas igualmente dolorosa de fazer a depilação às pernas com uma incidência muito mais profunda.

Já na furna decidimos tirar uma última foto de grupo mas, mais uma vez, a máquina fotográfica teve um encontro violento com o material vulcânico, devido ao forte vento que se fazia sentir e que derrubou o tripé.

WMr83]_Furna
Furna - 10H40

Finalmente percorremos o último troço chegando novamente ao centro interpretativo pelas 11H05.

Ao longo da descida encontrámos muitos “inconscientes” que iniciavam a subida sem o mínimo de equipamento (nomeadamente calçado e chapéu), por volta das horas de maior calor e sem qualquer noção da duração e dificuldade do percurso.

Uma vez que existe o centro interpretativo com pessoal permanente e que todos os aspirantes a montanheiros têm de fornecer os dados pessoais antes da subida, poderia haver algum aconselhamento, ou a possibilidade de aluguer de equipamento ou até mesmo a imposição de regras mínimas de subida (nem que fossem apenas a título informativo o que já causaria algum impacte)

Por último consideramos de salientar o esforço dos bombeiros e/ou outros responsáveis que tentam manter os marcos de pé, apesar de todas as acções de vandalismo para os derrubar/partir/roubar. Dois anos antes apenas tínhamos encontrado um na vertical e mais 2 ou 3 deitados e este ano a maior parte estava bem colocada. Sugere-se a adopção da marcação com mariolas que, ao contrário dos marcos, parecem despoletar um efeito construtivo e o lado de trolha que há em todas as pessoas, embora não ajude muito a que realiza o percurso de noite.

Já agora … NÃO AO TELEFÉRICO!!!

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