segunda-feira, 3 de março de 2014

AS – 12/13 – Paraguai III – Concepción, PN Cerro Corá e Laguna Blanca

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Passámos Asunción de corrida pois queríamos voltar a estar em contacto com a natureza e para isso os arredores de Concepción seriam o local ideal.

20/02/2014

Chegámos ao terminal bem cedo, sendo logo perseguidos por taxistas que nos queriam levar a qualquer lado. Queríamos fazer algo de barco pelo rio mas não havia qualquer tipo de informação, nem sequer posto de turismo, assim recorremos a um plano B, relendo o nosso guia de viagem e decidindo visitar o Parque Nacional Cerro Corá do qual não havia muita informação... basicamente um tiro no escuro e esperar que nos saísse bem.

Para não sair da cidade sem pelo menos ir ao centro compramos bilhetes de autocarro para umas horas depois e saímos caminhando. De facto a cidade não tem muito que ver mas tem um mercado bastante grande onde nos abastecemos do que faltava para os próximos dias.

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Concepción: Estátua de Maria Auxiliadora (esq.), e Papagaio (centro e dir.)que nos fez pensar existir um cão ladrando no topo de uma árvore pela sua imitação perfeita. Enquanto o fotografávamos tentaram vender-nos um Tucano... o tráfico de animais exóticos parece ser ainda uma prática usual mesmo sendo totalmente ilegal.

De volta ao terminal apanhamos o autocarro NASA, demorando quase 4 horas para chegar ao desvio para o parque. Aqui havia que caminhar 1km com tudo às costas e debaixo de um calor quase insuportável até à entrada.

O tiro começava a parecer certeiro quando ao fim de alguns metros começamos a ver bichos pau... dezenas deles, saltando por todos os lados... o difícil era tentar não pisar nenhum.

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Bichos-pau no caminho à entrada do Parque Nacional Cerro Corá (esq. e dir.)

Chegados à recepção melhores noticias, não se paga entrada, pode-se acampar grátis e há trilhos para fazer. Decidimos ficar duas noites. Além do mais podíamos deixar pelo menos uma das mochilas seguindo só com três para o campismo... assim foi entre gafanhotos, grilos, borboletas, escaravelhos e bichos pau.

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Estranho Gafanhoto (esq.) e um dos dois sapos (dir.) que nos fazia companhia na casa de banho...

Montámos a tenda e depois de algum descanso saímos para reconhecimento da zona e preparação da caminhada do dia seguinte, já só com a máquina fotográfica e a mochila mais pequena.

Nunca vimos tanto bicho pau junto, térmitas construindo os seus ninhos de barro, tantos mochos ao mesmo tempo (oito), tantos tucanos (sete), além de macacos e muitos outros pássaros e insectos de todos os tamanhos, formas e feitios.

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Ninho de térmitas em plena construção... podem-se ver significativos avanços entre a foto do centro e da direita, tiradas em dias distintos...
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Térmitas: Na foto da esquerda pode-se ver um soldado...

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Mochos
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Mochos (esq.) e Tucano (dir.)
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Insectos (esq. e centro esq.), Macaco (centro dir.) e Mata-palo: Árvore estranguladora (dir.)

O local ainda é conhecido, ou talvez mais conhecido pela sua história, pois foi o local onde morreu o Herói nacional Paraguaio Mariscal Francisco Lopez, ex-presidente morto em batalha no a 1 de Março de 1870 na Guerra da Tripla Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai contra Paraguai), gerada pelo tema de limites de fronteiras e acesso ao mar pelo Paraguai. Existem como tal vários monumentos em memoria deste e de todos os combateram.

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Acampamento (esq.), Monumentos construídos em honra ao Mariscal e a todos os paraguaios mortos na Guerra da Tripla Aliança, no local onde se deu a última batalha (centro e dir.)

21/02/2014

Saímos para fazer um percurso até a um miradouro mas fomos dar a um lugar sem saída, por sinal justamente onde terá morrido o Mariscal.

Sem saber como chegar ao miradouro seguimos até à recepção para pedir indicações.

Ora fazia um sol e calor insuportável, ora chovia torrencialmente... havia apenas que seguir caminhando.

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Mosca parada no ar (esq.), Escaravelho (centro) e Gafanhoto (dir.)
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Louva-a-deus... o da direita tinha menos de 2 centímetros
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Gafanhoto (esq.) e Ninhos de formigas (centro e dir.)
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Formigas de costas douradas (esq.) e Formiga gigante com perto de 3 centímetros (dir.)

Encontrámos a entrada e fomos andando até que escutámos algo no bosque... um grupo de javalis que depois se assustou quando nos viu e tomou uma posição um pouco ameaçadora acompanhada de ranger de dentes.

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Javalis

Cada um de nós seguiu para o seu lado e depois de uma ligeira subida chegámos ao miradouro... vista impecável. Aí comemos e voltámos, não sem antes fazer um desvio até encontrar a estrada para que ficasse marcado no GPS.

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Miradouro
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Mata-palo (esq.), Savana (centro) e Árvore (dir.)
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Sapo (esq.) e Rã (dir.)
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Nenúfar aberto, de dia (esq.) e fechado, de noite (centro) e Flor (dir.) 

22/02/2014

Despertar cedo pois tínhamos muitos autocarros para apanhar de forma a tentar viajar pela noite a Ciudad del Este, passando por Laguna Blanca.

Desarmamos o acampamento, caminhámos 2km até à recepção do parque para recolher a quarta mochila e 1km mais até à estrada. Esperávamos um autocarro que nos levasse diretos a Santa Rosa mas o primeiro que parou ia apenas para Yby Yau. Podia dar-nos jeito mas o assistente de bordo enquanto nos tentava convencer a entrar, atirou para a estrada uma garrafa de plástico o que, embora seja um mau costume paraguaio, fez com que decidíssemos que não merecia que lhe dessemos a ganhar algum dinheiro.

Esperámos, chegando a pedir sem sucesso uma ou duas vezes boleia e por fim terminamos indo mesmo para Yby Yau num autocarro.

Numa das muitas paragens da viajem compramos uma milaneza (panado) para comer algo.

Chegando a Yby Yau comprámos umas deliciosas chipas caseiras e conseguimos autocarro a Santa Rosa.

Aqui foi muito difícil conseguir informação de como chegar à Laguna Blanca, tendo influencia o facto de no interior quase não se falar o espanhol, dando preferência ao Guarani.Conseguimos saber que havia apenas mais um autocarro mas que não havia como regressar no mesmo dia... o que não nos dava jeito pois queríamos aproveitar a longa distancia até cuidad del este para passar a noite num autocarro.

Em todo o caso compramos os bilhetes adoptando um plano B de regressar da Laguna Blanca pelas 6:30 da manhã a fim de conseguir um autocarro bem cedo a Ciudad del Este e aqui ainda conseguir fazer algo de tarde.

Entrando no autocarro a primeira coisa que nos dizem é que Domingo só tem 1 autocarro e é às 11:00... não estavam a correr bem as coisas.

Chegando à entrada da reserva havia que caminhar como 3km até à lagoa, atravessando um grande campo de milho. Depois de pouco mais de 1km uma carrinha de um trabalhador da reserva parou para nos levar.

Explicámos a nossa situação na entrada pagando apenas a visita, ficando o excedente correspondente à dormida em aberto caso conseguíssemos quem nos levasse até Santa Rosa. Disseram-nos que as pessoas normalmente saem pela hora de fecho do parque pelo que tínhamos algumas horas para visitar antes de começar a pedir boleia.

Decidimos então fazer dois pequenos percursos que, de acordo com o mapa que nos forneceram se conectavam. Almoçámos na praia de areia totalmente branca e daí começámos a caminhar pela margem da lagoa até entrar na floresta. Num cruzamento que nos parecia ser a intersecção dos dois trilhos fizemos um desvio que não nos levou a nenhum lado, tendo de voltar para trás. Aí seguimos as marcações até chegar à estrada... um percurso que devia ser de apenas 850 metros foi quase de 2km. No regresso à portaria encontrámos a entrada para o outro trilho que queríamos fazer (não cruzava o primeiro nem ficava perto) mas não o fizemos pois não confiávamos na informação que tínhamos e já não tínhamos muito tempo.

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Laguna Blanca: Praia (esq. e centro) e Lagarta (dir.)

No tempo que nos restava a Mónica esteve na praia e o Nuno na internet... acabámos por nos distrair um pouco e saíram 3 carros sem lhes podermos perguntar se nos podiam levar. Em todo o caso conseguimos boleia de volta a Santa Rosa com uma família de férias que nos deixou no terminal.

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Laguna Blanca

Comprámos bilhete para as 23:30 e tendo muito tempo para esperar pelo autocarro que nos levaria até ciudad del este fomos comer a uma esplanada.

23/02/2014

Chegámos pelas 5 da manhã a Ciudad del Este onde as principais atrativos turísticos são algumas das melhores reservas do mundo para observação de aves mas com acesso de todo terreno e com pedido de autorização prévia, uma cascata chamada Salto Mondal que nos obrigaria a levantar dinheiro só por isso e, por incrível que pareça, a Barragem de Itaipu, segunda maior do mundo, mas cuja construção destruiu uma área gigante de selva, incluindo umas cascatas maiores que as de Iguaçu (pelo lado positivo podemos dizer que abastece 75% da energia paraguaia e 25% de todo o Brasil)... por diferentes razões não fizemos nenhum e decidimos cruzar à Argentina pela 13a vez da viagem com destino a Puerto Iguazu, cruzando por minutos o Brasil... para isto foram necessárias quase duas horas e 3 autocarros, pagando ao menos só um bilhete.

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