terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

AS – 9/13 – Argentina XI – Ushuaia FIM DO MUNDO

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Ushuaia esteve desde o início nos nossos planos, saindo dos mesmos com o decorrer da viagem por ser caro e difícil de chegar, ganhando novamente algum interesse à medida que fomos baixando à boleia pela Carretera Austral, até que em Chaltén nos convenceram definitivamente a aí passar.

 

08/01/2014

A nossa ideia inicial era cruzar diretamente por barco de Punta Arenas a Porvenir, já na ilha grande de Tierra Del Fuego mas desaconselharam-nos fazê-lo por haver somente um barco por dia, muito caro e quase ninguém  o fazer com destino a Ushuaia e como tal não seria fácil conseguir boleia. Assim sendo... depois de quase 2 dias perdidos em Punta Arenas e um pouco desanimados, entrámos num autocarro citadino que nos levasse ao exterior da mesma. Caminhámos um pouco e chegámos á estrada principal onde os veículos passavam muito rápido e na gasolineira mais próxima tínhamos concorrência... um casal já estava a pedir boleia. Seguindo as regras. caminhámos um bocado mais à frente para não os incomodar. Do mesmo modo não procedeu um grupo de três meninas que não deixou de pedir boleia, literalmente atirando-se para cima dos carros, mesmo perto do outro casal e de nós... resultou-lhes e em pouco minutos subiram a uma carrinha. Como ainda nos encontrávamos numa zona mais ou menos industrial haviam muitas saídas da estrada e todos nos diziam que iam um pouco mais à frente. Para nós um pouco mais à frente e fora da cidade é sempre melhor mas normalmente quem nos dá esta indicação não nos para... mas uns minutos depois acaba por parar um novo Jipe Mercedes Classe G que nos levou por 5km... algo pouco comum de acontecer sendo mais fácil conseguir dedo de camionetas e camiões.

Mais algum tempo e passou-nos o mesmo... pedíamos boleia, passa um Toyota Célica e para uns bons metros mais a frente, pensamos ter sido por qualquer outra razão que não nós uma vez que não parecia caber muita coisa dentro do carro... estávamos enganados, não só era para nós, como fez marca-a-trás para se aproximar, coube tudo na mala e nós fomos mais que confortáveis. Foram mais de 100km, deixando-nos no cruzamento que leva à barcaça que cruza o Estreito de Magalhães.

Aqui parou um camião com o qual fizemos os 14km restantes até ao porto, cruzamos o estreito e seguimos viagem, muito lentamente até à estância Don Jerónimo onde iriam descarregar.

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20:10 Esperando a barcaça dentro do camião (esq.) e 20:20 Cruzando o Estreito de Magalhães (dir.)

Chegou a noite, já depois das 23:00, os camiões descarregaram e como já não seria possível avançarmos mais pedimos para acampar no local. Não só nos deixaram fazê-lo como nos disseram que podíamos ficar mais abrigados dentro de um contentor, não tendo que desfazer mochilas e ainda nos convidaram para comer algo: cordeiro no forno (como criam ovelhas é o que comem quase todos os dias a todas as refeições), café  e pão com doce de Ruibarbo, repetindo o convite para o pequeno almoço do dia seguinte.

09/01/2014

Acordámos bem cedo para aproveitar o movimento de veículos que trabalham nas minas e explorações petroleiras, tomando o pequeno almoço pelas 6:30 e começando a pedir boleia pelas 7:30 à entrada da estância.

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06:37 Nosso apartamento (esq.) e 7:36 Quinta Don Jerónimo (dir.)

Parou uma carrinha dizendo que nos poderia levar por apenas 5km, mas que afinal foram primeiro 20 até ao local de trabalho e depois mais alguns até uma casa onde iam buscar algo... aqui convidaram-nos mais uma vez para tomar pequeno almoço que recusamos umas 3 vezes, terminando depois por aceitar.

Ainda não eram 8:30 e já tínhamos 2 pequenos almoços e 3 cafés mas todas as energias eram necessárias para que o nosso corpo conseguisse resistir ao vento forte e gelado que se fazia sentir na estrada.

Ai tivemos mais de uma hora tendo passado menos de uma mão cheia de carros... depois acabou por passar um camião que nos podia levar apenas até a fronteira... tratamos dos papéis mas não fomos suficientemente rápidos para voltar a pedir boleia ao mesmo camião.

Normalmente entre aduanas não è muito fácil pedir boleia pois muita gente não gosta de cruzar desconhecidos. O problema è que a aduana Argentina ficava a 14km por isso não tivemos outro remédio que esperar.

Pouco mais de uma hora de espera foi suficiente para que uma pequena camioneta de fretes parasse. Desta vez um senhor, pai de 9, levou-nos à aduana, esperou por nós e fizemos mais 60km até Rio Grande, com tour pela cidade, incluindo a casa da sua ex. mulher, deixando-nos à saída da cidade. No final convidou-nos a ficar uns tempos em sua casa, talvez no regresso.

O local onde nos deixou não nos parecia muito bom para pedir boleia mas decidimos tentar uns minutos... resultou. Um carro velho para com dois gunas (mitras para os lisboetas) de pele e osso e uma senhora. Ao principio não nos sentíamos muito a vontade e pior ficamos quando 2 minutos depois a senhora diz se ter esquecido da carteira... voltámos à cidade... de facto tinha deixado a carteira e daí seguimos viajem por mais 100km até Tolhuin. No meio da conversa disse-nos que era artesã, que conhecia permacultura, que tinha feito muitas coisas por El Bolsón e que, um tal de Arquiteto Michael Reynolds estava por Ushuaia construindo uma casa.

Nem podíamos acreditar, sem saber ou planear, estávamos a ir no encontro de um dos exemplos em construção sustentável e reciclagem, protagonista do documentário Garbage Warrior, criador e responsável por difundir o estilo de construção Earthship (nave de terra), pessoa que mencionávamos nas nossas aulas de construção natural... havia que saber onde, presenciar ao vivo a construção, conhecer a pessoa e, se possível, dar uma mão.

Entre calor dos carros e o frio e vento do exterior a nossa garganta começava a queixar-se e piorou com mais uma hora de espera pela última boleia... passou um jipe novo, pedimos boleia, não parou, passados uns segundos arrependeu-se e voltou a trás por nós levando-nos a Ushuaia.

Nova cidade, tarefas do costume, posto de turismo, mapa, que fazer, internet, onde dormir e desta vez localizar os nossos amigos Jairo e Mar para ver se ainda daria para fazer algo juntos nos próximos dias.

Chegados ao posto de turismo não foram muito esclarecedores quanto ao que fazer, nomeadamente sobre o que nos interessava... caminhar.

Pela internet localizamos os espanhóis mas não tivemos grande sorte com o lugar onde dormir... tentámos hostels mas era tudo caríssimo e estava tudo cheio. Por sorte há portugueses por todo o lado, até no fim do mundo, e a Bruna nos informou que não nos poderia receber pois tinha a casa cheia, mas que ia tentar que algum dos seus amigos pudesse.

Tendo sido pão e banana a base da nossa alimentação dos últimos 3 dias fomos a uma churrasqueira para repor energias... foi barato, estava muito bom e ainda trouxemos quase meio frango de volta.

Encontrámo-nos com os espanhóis e estes disseram que em último caso poderíamos ficar no apartamento que estavam alugando... não nos apetecia incomodar, ainda mais que tinham um quarto justo para eles, mas ao menos já tínhamos uma hipótese.

Numa ultima tentativa fomos á reunião de Couchsurfing para conhecer pessoalmente a Bruna e saber se tinha conseguido algo. A resposta foi não mas foi muito bom conversar com alguém em bom Português, não só com ela mas com o seu namorado Victor, francês mas com um português de Miranda do douro mais que perfeito (principalmente sabendo que teve apenas 1 ano em Portugal).

Bastante cansados fomos dormir ao apartamento dos espanhóis, armando uma camita na cozinha dado que eles já se encontravam a dormir.

10/01/2014

Acordámos e tomámos o pequeno almoço juntos, saindo depois para uma pequena caminhada ao Glaciar Martial, a única que no posto de turismo nos diziam poder fazer-se.

Atravessamos a cidade, entramos no trilho mas em menos de 50 metros já estávamos fora do mesmo... ao menos seguíamos na direção certa.

Chegámos ao refúgio de onde sai um caríssimo teleférico de 15 minutos, seguindo a subida a pé até ao fim do percurso onde se via um pequeno pedaço de neve e nos questionávamos onde estava o glaciar... pois essa pequena mancha branca era mesmo o suposto glaciar... não deixando de ser bonito com uma bela vista sobre a cidade e canal Beagle.

Descemos, agora pelo trilho marcado no meio de um bonito bosque e passamos pela pastelaria onde trabalha a Bruna, que tinha boas novas: podíamos ficar com um amigo esta noite e depois mudaríamo-nos para sua casa.

Fomos às compras e depois a derradeira despedida com um jantar com ementa relacionada com tudo o que os espanhóis se tinham de desfazer antes da viagem, mais um leite creme com decoração alusiva ao momento.

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13:09 Glaciar Martial (esq.), 21:03 Jantar de despedida (dir.)

Comemos, conversámos e comemos mais ainda... às 23:15 despedimo-nos da Mar, adiando a despedida do Jairo para o pequeno almoço do dia seguinte (os dois tinham voos em horas distintas), saímos em busca da casa do Carlos... era perto mas quando a numeração das ruas se interrompe, retomando umas quadras mais a frente e quando existem pelo menos 3 casas com o mesmo número, não é fácil guiarmo-nos... resultado andámos mais de uma hora à deriva, chegando ao destino depois de perguntar a muitas pessoas e tocar muitas campainhas.

O Carlos não estava mas tinha alguém à nossa espera, só mesmo para nos entregar as chaves de casa... fomos dormir.

11/01/2014

De manhã o Carlos seguia sem chegar e como tal não o conhecemos. Em todo o caso, como agradecimento deixamos-lhe um pouco de leite creme do dia anterior para provar.

Tomamos o pequeno almoço com o Jairo e despedimo-nos.

Fomos a outro posto de turismos a ver se nos davam mais informações mas as respostas eram que os trilhos estariam fechados, não se podendo fazer... ao menos disseram-nos onde ficava a Earthship que estavam a construir... aí fomos.

Tivemos varias horas apreciando o desenvolvimento da obra, que já parecia ter vários meses, mas nem uma semana levava. Esperávamos por uma oportunidade para nos apresentarmos e oferecermos a nossa ajuda. Fomos falando com varias pessoas mas como a construção esta a ser feita por alunos que pagaram para aprender, não seria fácil participarmos. Já sem muitas esperanças acabamos por ver Mark, que conhecemos na reunião de couchsurf, que esta documentando a obra e que disse para entrarmos no recinto para ver de perto.

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Earthship: 12:32 (esq.), 12:33 (centro) e 12:43 (dir.)

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16:17 Ushuaia (esq.) e 16:26 Torre da igreja (dir.)

Foi um avanço importante pois com isto pudemos conhecer e ganhar confiança dos seguranças, ver mais de perto e conseguir falar com mais pessoas da equipa.

Ao fim chegou-nos ao ouvido que os estudantes teriam dia livre Domingo mas como a obra teria de ser entregue este mês, os responsáveis iriam estar por aí e quem quisesse ajudar seria bem vindo... Mónica e Nuno presentes ao serviço :)... fomos falar com Phil da equipa para avisar que estávamos interessados e terminamos falando com mais membros da equipa e Michael Reynolds em pessoa!

Voltamos a casa do Carlos para levar as nossas coisas para casa da Bruna, ondes nos puseram à frente um livro com 54 trilhos em Ushuaia e Victor estava disponível para ir connosco. Fantástico, teríamos que fazer pela semana e assim poderíamos ajudar mais um pouco no Domingo seguinte.

Agora em vez de não saber que fazer em Ushuaia havia que escolher uma pequena parte do muito que existe para caminhar.

Para o jantar pensamos nós fazer crepes, mas com um francês em casa o mesmo tomou as rédeas da cozinha e cozinhou para todos, no total 7.

12/01/2014

Domingo quer dizer... dia de trabalho.

Saímos cedo e chegámos a obra à hora combinada... só lá estavam os professores. Pudemos conversar um pouco com eles enquanto se esperava por mais alguém e depois... fazer betão. Não chegou mais nenhum voluntário, apenas alguns dos alunos que mesmo de folga quiseram seguir.

Pelo almoço foram-se todos... menos nós que queríamos continuar... esperamos que regressassem mas vieram avisar que não trabalhariam de tarde. Restava-nos seguir observando a obra durante a semana e esperar pelo Domingo seguinte.

Voltamos a casa e preparámos mochilas para sair em direção ao Paso de La Oveja, travessia de 2 dias.

Para o jantar, aproveitando ver pela primeira vez em muitos meses batata palha à venda, fizemos atum (à falta de bacalhau) à Brás, para 9.

13/01/2014

Saímos cedo apanhando um autocarro até ao Valle Andorra e daí caminhamos um pouco até ao inicio do percurso. Chegámos a uma cancela informava de um lado “zona privada não passar” e do outro “percurso fechado não passar”... não foi suficiente para nos deter e seguimos caminhando, sempre subindo por trilhos bem marcados, entre bosques muito bonitos mas com muitíssimo barro, embora algumas zonas em que não era fácil encontrar as marcas... com o GPS lá voltávamos ao caminho certo.

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11:55 Uma,a melhor, das 6 pontes (esq.), 13:58 Cascata (centro) e 14:51 Canadon de la Oveja (dir.)
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A caminho da Laguna del Caminante: 14:55 (esq.), 14:55 (centro) e 15:01 (dir.)

Se as nossas botas em condições normais já não deveriam ter terminado o circuito de Torres del Paine, aqui continuaram o seu processo avançado de desintegração.

Acima do bosque tomamos um desvio até à Laguna del Caminante, onde iriamos acampar. Para lá chegar houve que atravessar duas “pontes” (troncos imersos na água) molhando-nos totalmente os pés. Montámos a tenda e seguimos um pouco mais acima até à Laguna superior que bordeamos quase pela metade.

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15:15 Laguna del Caminante (esq.) e A caminho da Laguna Superior: 17:51 (centro) e 17:57 (dir.)IMG_6858IMG_6861IMG_6863
Laguna Superior:  18:13 (esq.), 18:18 (centro) e 18:20 (dir.)
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18:35 Caiquenes (esq.) e 18:42 Montanhas (dir.)
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19:03 Frutos (esq.), 19:28 Uma das 2 “pontes” que tínhamos de atravessar para chegar ao acampamento (centro) e 19:28 Laguna del Caminante (dir.)
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Laguna del Caminante: 19:31 (esq.), 19:44 (centro) e 19:45 (dir.)

Regressando ao acampamento o Victor encarregou-se do assado... um bom pedaço de carne e algumas cebolas.

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21:58 Preparando o Jantar (esq.) e 23:54 Laguna del Caminante (dir.)

Depois de comer, já bastante tarde escutamos umas vozes... estavam 3 pessoas chamando para saber como cruzar os troncos. O Victor foi ajuda-los convidando-os para se aproximarem do fogo e se secarem um pouco. Ao fim de alguns minutos veio uma rapariga perguntando se podia queimar uns papéis... por nós tudo bem... começou então a sacar pedaços de papel higiénico usado e atira-los para o fogo dizendo que não gostava quando os via no percurso... por sorte já tínhamos comido... apagámos o fogo e fomos dormir.

14/01/2014

Retornámos ao caminho, entrando no canadon de la oveja, subindo em direção ao paso com o mesmo nome, com muito vento e alguma chuva, sobre pedra e neve.

Seguimos por grande parte do vale a cota mais ou menos constante, sempre acima do bosque, sempre com umas vistas muito bonitas. De repente baixámos bastante, entrámos no bosque e o que prevíamos ser fácil, tornou-se bastante moroso. O bosque era um entramado de árvores caídas que havia que contornar, passar por baixo, passar por cima, em todo o caso sempre bem marcado. Perdemos muito tempo e desgastámo-nos bastante, de tal que já só pensávamos em comida... acabámos por decretar que o jantar seriam pizzas. Ao baixarmos mais um pouco passámos por árvores cheias do cogumelo dihuene, que aqui chamam pão de índio ou em inglês cogumelo de Darwin (traduzido), que a Mónica colheu para incluir numa das pizzas a que posteriormente se denominou pizza fueguina (de tierra del fuego).

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Canadon de la Oveja: 10:48 (esq.), 11:06 (centro) e 11:32 (dir.)
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Chegando ao fim do percurso: 13:29 (esq.), 13:31 Árvore fantasma (centro) e 13:41 Victor e o cavalo (dir.)

Descemos até terminar o percurso num mecânico onde uma matilha de cães nos parecia querer comer.

Começámos a pedir boleia para a cidade mas sem sorte terminamos caminhando 6km mais chegando diretos à earthship, onde aproveitamos para ver os avanços dos últimos 2 dias e descansar um pouco.

Foi chegar a casa, tomar banho, lavar roupa, ir de compras e produção de pizzas... massa e forno a cargo do Victor, recheios a cargo do mesmo, Mónica e Bruna.

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15:37 Earthship (esq.), 16:02 Um dos muitos grafitis do nosso amigo Nomada Urbano em Ushuaia (centro) e 22:54 Linha de produção de Pizzas (dir.)

15/01/2014

Dia de descanso, escrita no blog, um pequeno salto à obra e noite de cinema, aproveitando a grande televisão led ganha pela Bruna e que só é instalada e ligada para uma ocasião rara como esta. O filme foi o segundo episódio de Hobbit.

16/01/2014

Tomámos o nosso tempo a levantar, tomar o pequeno almoço e preparar para sair em direção ao cume do Cerro del Medio.

Saímos de casa a pé e em poucos minutos já ingressávamos num percurso marcado, de fácil acesso e de dificuldade baixa, que nos levou a uma das melhores vistas sobre a cidade e o Canal Beagle, passando ainda por uma lagoa... percurso que estranhamente não nos informaram no posto de turismo!

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11:38 Bosque (esq.), 12:53 (centro) e 12:53 Canal Beagle (dir.)
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13:15 Lagoa (esq.), 13:29 Ushuaia (centro) e 13:29 Cruzeiros (dir.)
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13:30 Lagoa (esq.), 13:35 Ushuaia (centro) e 13:41 Ushuaia (dir.)
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13:42 Aeroporto (esq.), 13:44 Playa Larga (centro) e 13:44 Ushuaia (dir.)

De volta à cidade tivemos direito a boleia até à earthship com um rapaz com quem nos cruzamos na subida.

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16:05 Earthship (esq.) e 16:49 Mais uma obra do Nomada Urbano (dir.)

Regressámos a casa e à noite saímos para a reunião semanal de couchsurf, organizada pelos nossos amigos, que incluía pizza.

17/01/2014

Novo dia e nova caminhada... a ideia era ir a partir da estrada até à Laguna Esmeralda, continuar um pouco mais até ao Ojo del Albino (não sabíamos o que era mas o nome prometia), voltando à lagoa, seguindo em direção ao refúgio do Cerro Bonete e regressar à estrada.

Saímos a pé para pedir boleia uma vez que estávamos a 20km do início do percurso. Primeiro um senhor levou-nos à saída da cidade e depois uma família fez um desvio de mais de 35km só para nos levar ao ponto de partida.

Desde o início da caminhada começámos a ver castoreiras (diques construídos por castores vindos do Canadá, introduzidos pelo humano e que se tornaram uma praga) e árvores roídas por castores.

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11:30 Castoreira (esq.) e Árvores roídas por castores: 11:35 (centro) e 12:53 (dir.)
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Castoreiras: 11:38 (esq.), 11:40 (centro) e 11:52 (dir.)
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Caiquenes: 11:41 Em família (esq.) e 11:43 Macho (dir.)

Entre terreno lamacento e esponjo desistimos de tentar não molhar os pés, pois definitivamente não o estávamos conseguindo.

Subimos até à Laguna Esmeralda e depois contornámos a mesma pela esquerda em direção ao Ojo del Albino (olho do albino). Subimos bastante mais até que terminou o caminho, tínhamos inclusivamente andado um pouco mais do que estava marcado no nosso GPS. Estávamos com uma boa vista superior sobre a lagoa mas seguíamos sem saber o que era o Ojo del Albino. Vimos então uma rapariga que vinha a descer, a qual esperamos para questionar... a resposta foi que o Ojo del Albino era um glaciar e uma lagoa que ficavam além do topo das montanhas que víamos à nossa frente, que não havia caminho e que tinha tentado subir um pouco mas havia que escalar, por isso voltou para trás... nós caminhar sim mas mesmo que se chegasse caminhando faltavam subir algumas centenas de metros o que se traduziam em alguns quilómetros mais de percurso... voltamos à Laguna Esmeralda, agora bordeando-a pelo lado contrário.

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Laguna Esmeralda: 12:48 (esq.), 12:51 (centro) e 12:54 (dir.)
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Laguna Esmeralda: 12:55 (esq.), 12:56 (centro) e 13:16 (dir.)
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Laguna Esmeralda: 13:17 (esq.), 14:04 (centro) e 14:19 (dir.)
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13:30 Caiquenes

Contámos os nossos planos à rapariga e ela decidiu acompanhar-nos. Depois de comermos algo retomámos a caminhada em direção ao refúgio bonete... ou nem tanto pois ao fim de algumas centenas de metros estávamos ou demasiado abaixo do que deveríamos estar, ou exatamente em cima do trilho (segundo o GPS) mas este não existia e parecia estarmos completamente emaranhados entre arbustos cheios de espinhos... a decisão foi mais uma vez desistir e voltar pelo mesmo caminho até à estrada.

A aparente vantagem de ir pelo refúgio Bonete tinha a ver com o facto de se passar por várias castoreiras onde quase não passam humanos e por isso ser aparentemente mais fácil ver castores. Tendo descartado essa hipótese a nossa estratégia foi descer o mais rápido possível e literalmente esperar, sentados ao lado de uma das castoreiras que tínhamos visto abaixo, que algum castor saísse da toca.

Quem espera sempre alcança ... depois de uma hora vimos 1, depois outro e ao final 3.

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Castores: 18:11 (esq.), 18:15 (centro) e 18:27 (dir.)

Regressámos à estrada e rapidamente um casal de Argentinos nos levou até Ushuaia.

O jantar ficou por conta da Bruna que fez uma deliciosa Quiche.

18/01/2014

Era dia da Mónica ir a voluntariar na confeitaria onde trabalhava a Bruna, para aprender a fazer coquinhos mas, por falta de um dos padeiros, acabou por não se proporcionar. Em todo o caso passaram-nos a receita.

A Mónica saiu então até à earthship para ver e perguntar como seria para o dia seguinte mas, respondendo-lhe que não haveriam trabalhos mas que podia ficar a ajudar um pouco... assim foi... rebocar uma das câmaras com cimento.

O Nuno e o Mark ficaram em casa, um às voltas com o blog e busca de passagens para Portugal e o outro com a edição do seu documentário.

Todos os restantes tinham saído para um festival de música electrónica jantando desta vez os 3 surfistas sozinhos, verduras estufadas arroz e ovo.

19/01/2014

Saímos em direção a Playa Larga trilho que sai da ponta Este da cidade ao longo de toda a costa... mas que tampouco figurava na informação turística. Não conseguimos boleia até ao início assim que terminamos demorando muito tempo em consegui chegar... o percurso é bastante fácil e se o percorremos por vários dias podemos chegar a uma vila de pescadores.. no nosso caso como já não tínhamos muito tempo terminamos indo apenas até ao rio encajonado... mais concretamente até meio de uma ponte... quer dizer tronco de árvore tombado e amarrado com umas cordas.

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Gaivotas: 11:50 (esq.) e 11:50 (dir.)
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14:52 Árvore dobrada (esq.) e 15:44 Foz Rio Encajonado (dir.)
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15:45 Rio Encajonado (esq.), 15:49 “Ponte” (centro) e 16:59 Costa (dir.)

De regresso e já no fim do percurso tivemos a sorte de conseguir boleia, uma família com o carro cheio de crianças aos quais nem pedimos boleia e que terminaram levando-nos até à porta de casa. Esperámos que a Bruna regressasse do trabalho para definir o jantar e terminámos comendo  um frango de 3kg acompanhado de arroz e batata assada.

20/01/2014

Último dia em Ushuaia ocupado para preparar as malas, um pouco mais de blog, sair a ver a obra e despedir da equipa... e para jantar comida do dia anterior acompanhada de mais uns bifitos e açorda.

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16:57 Última foto da Earthship (esq.) e 22:16 Açorda (dir.)

21/01/2014

Despedida e início de uma viagem de 3000km até à capital Buenos Aires, sem dia previsto de chegada, tentando fazer o máximo possível à boleia.

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