quinta-feira, 9 de junho de 2011

Bolívia – Santa Cruz – El Fuerte de Samaipata

Dia 6 _-_09/06/2011

Pelas 6 da manhã chegou o nosso suposto guia num jipe para nos levar a Samaipata. Saímos da cidade subindo por uma estrada ora de terra ora de alcatrão, até que o carro parou de repente. Tinha acabado o gás mas não era problemático pois também funcionava a gasolina e dessa havia no depósito. O carro voltou a ligar mas não durou muito a ir a baixo… “no pasa nada”… dizia o condutor pois seria normal ao início quando se troca de combustível. Depois de vários quilómetros e disto ter acontecido várias vezes já não parecia normal nem a nós, nem a ele. Em todo o caso  o condutor dizia-nos saber o que se passava e que só poderia resolver no regresso. Além do mais, quando o carro reiniciava a marcha disparava sempre o alarme que era mesmo irritante. Fomos assim até ao destino, já chateados e sem saber se lá chegaríamos… conseguimos mas atrasamos bastante.

Chegados ao local qual foi a nossa surpresa quando o condutor nos disse para contratarmos um guia, ou seja, além de termos pago um balúrdio (para a realidade boliviana) por uma viagem que já estava a correr mal, apenas incluía o transporte.

Comprámos os bilhetes e requisitámos os serviços de guia do senhor Celestino.

O Forte de Samaipata corresponde a uma gigante rocha sedimentar toda trabalhada, tornada local de culto e como tal cheia de simbolismo. Os elementos encontram-se orientados segundo os 4 pontos cardeais, há referências ao supra, infra e mundo terrestres com invocação dos deuses de cada um e animais que o simbolizam.

Tem grande importância pois a sua ocupação inicial remonta a 1500AC tendo vindo a ser remodelada pelas culturas seguintes que foram passando e utilizando o espaço como local de culto. Há vestígios de cultura Guarani (Paraguai), Chane (Amazónia), Inca (Andes) e Mojocoia (Vales).

Existem muitos túmulos, locais de adoração, oferenda e sacrifício, acreditando-se terem vivido até 3000 pessoas divididas entre um grupo habitacional administrativo e de vigilância, um grupo pertencente ao mundo sagrado com 400 sacerdotes e 200 virgens e um grupo correspondente ao povo comum que vivia nas redondezas.

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Montanha onde foram encontradas muitas Colcas (depósitos de comida), devido à sua localização geográfica (esq.), Escutando as primeiras explicações do nosso guia Celestino (centro) e Samaipata (dir.)
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El Fuerte de Samaipata (esq. e centro) e Gafanhoto (dir.)
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El Fuerte de Samaipata

O Sr. Celestino também nos explicou a Cruz Andina e como servia de calendário por ter 28 cantos e arestas.

Devido à altura e ao facto de já não comermos nada desde o dia anterior o António não se sentia muito bem, mas nada que um pacote de bolachas não resolvesse.

Terminada a visita comprámos alguns recuerdos e voltámos ao carro na esperança que estivesse melhor mas nem por isso. Era nossa ideia ir visitar o museu, umas cascatas e almoçar mas, sem saber quanto tempo demoraríamos a regressar a Santa Cruz, tivemos de desistir da ideia, pois ainda queríamos viajar pela noite até Cochabamba e o último autocarro saia às 18:00.

A viagem de regresso foi semelhante ou até mais desesperante pois, em média, o carro andava apenas 5 minutos antes de se desligar, havendo inclusivamente muitas vezes que nem 1 minuto (100 metros) durava.

Finalmente quando passámos por uma povoação com posto de combustível com gás enchemos o tanque e tudo voltou à normalidade.

Chegámos às 17:45 e separámo-nos para rentabilizar o tempo: O António ficou a convalescer, descansar e guardar as malas; a Mónica foi falar por telefone com a senhora da agência para contar o que se tinha passado, que o veículo não tinha condições, que não tínhamos realizado o tour previsto por isso mesmo e que como tal não deveríamos pagar o valor previsto. A senhora desculpou-se prometendo compensar da próxima (que não vai existir) e depois de alguma conversação a Mónica conseguiu reduzir 25% do valor; O Pedro foi em busca de comida mas não conseguiu melhor que bananas e água; e o Nuno foi pelos bilhetes… o último autocarro já estava cheio mas o das 17:30 ainda não tinha saído (mas podia fazê-lo a qualquer momento) e tinha lugares… havia só que encontrar os restantes 3 elementos para lhes informar, depois comprar os bilhetes, pagar a taxa do Terminal e entrar no autocarro, se ainda lá estivesse…

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