27/10/2013
Voltando a El Manzano depois de Puerto Montt estivemos aproximadamente 4 meses quase totalmente concentrados na terminação de duas obras, à exceção de uma visita de médico à Argentina e uma passagem pelo Parque Nacional Laguna de Laja, mencionada na publicação anterior.
Depois de várias visitas aos Saltos de Laja já referidos em posts anteriores, bastante turísticos e a pouco mais de 15km de onde estávamos, faltava-nos conhecer outra cascada, maior, muito menos conhecida, mas muito mais bonita (assim nos diziam) e apenas a 30km de distancia, desta vez com o percurso feito numa nova modalidade, a bicicleta...
Voltando um pouco atrás no tempo resta dizer que o Nuno não sabia andar de bicicleta e que a custo aceitou a proposta da nossa amiga Carolina o ensinar a andar a troco de 1kg de nutella. Alcançado o equilíbrio necessário, treinando à luz da lua (para que ninguém nos visse), em terreno plano e de areia seca, foi recebida e ingerida toda a nutella, com juros (1,35kg), em vários convívios.
2013/08/23 Pagamento com juros
Como teste final ficou decidido uma visita ao Salto de Itata com os nossos amigos chilenos, Joce e Anibal, também voluntários... mais de 60km de ida e volta maioritariamente de areia solta, gravilha e pedra.
Depois das necessárias verificações e manutenção dos veículos partimos por volta das 9 da manhã.
Aos 7km a primeira paragem, vista para o Rio Laja, até aqui terreno irregular mas não muito complicado... aos 15km vista para a vila de Pangal depois de alguns poços de areia e terreno mais irregular... aos 22km chegámos a Campanário e à estrada, mas não sem antes sofrer mais de 5km de pedra e gravilha solta.
2013/09/14 16:55 Miradouro Rio Laja (esq.), 2013/10/27 10:44 Primeira paragem no Miradouro do Rio Laja (centro) e 11:17 Árvore voadora no acesso a Pangal de Laja (dir.)
11:19 A caminho de campanário (esq.), 13:49 El Saltillo (centro) e 13:54 Ferrites (dir.)
Antes de chegar ao Salto, um pequeno desvio ao Saltillo, uma cascada com pouco mais de um metro mas a toda a largura do rio. O que pensávamos ser um local publico estava fechado com portão, cadeado e arame farpado. Tentámos encontrar alguém para perguntar se podíamos passar mas não foi possível. Uma vez que também não tínhamos cadeado para as bicicletas parámos um pouco para decidir: Passámos por baixo do portão, as bicis por cima do arame farpado e estávamos do outro lado. Note-se que no Chile a lei diz que os cursos de água e 80m de margem para cada lado são públicos e como tal devem ter acesso, pelo menos assim nos convencemos a cruzar o portão.
Dado o calor que fazia sentir e a beleza do local decidimos refrescar-nos alimentar-nos e descansar um pouco antes de seguir. Quando já se preparavam para atirar à água chegou o “dono” de moto4 perguntando como tínhamos ali chegado. Deu-nos a sua interpretação da lei (diferente, senão contrária) mas apenas nos avisou que tinha cães maiores que nós e por sorte estavam amarrados, deixando-nos ficar no local o tempo que quiséssemos.
Seguimos então para os quilómetros finais até o Salto de Itata... depois de mais de 30km de areia e pinhal do nada aparece um grande buraco no solo com uma enorme cascata e um perfeito arco-íris. Quase sem visitantes, sem cimento... natureza bem preservada.
Salto del Itata: 15:48 (esq.), 15:57 (centro) e 18:00 (dir.)
Salto del Itata: 18:02 (esq.) e 18:27 Visto de uma plataforma inferior (Dir.)
Fomos aos vários miradouros, comemos, fomos à “beira do precipício”, baixámos ao rio e por volta das 7 da tarde demos início ao regresso. A última hora já foi feita à luz de lanterna, que não nos ajudava muito com as lombas e poços de areia... enterramo-nos constantemente. Por volta das 22H00, depois de mais de 65km, chegámos à Ecoescuela El Manzano... foi chegar, comer e dormir.
18:28 Arrayanes (esq.) e 19:05 Escaravelho “Madre de La Culebra” fêmea (Acanthinodera cummingi)
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