quinta-feira, 3 de maio de 2012

América do Sul - Take 4/13 - Venezuela - Parte IV - Mochima e viagem até Colombia

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2012/04/21

Depois de quase 3 horas de autocarro (um grande jipe) chegámos a Cumaná, de onde partimos logo em outro (uma carrinha de caixa “semi-aberta” com um banco corrido em quase todo o seu perímetro) em direção a Mochima. Além das 2 inglesas seguiam 4 Venezuelanos que fizeram brindes a quase tudo para ver se acabavam a garrafa de rum antes de chegarmos.

Tínhamos lido que Mochima era uma vila pacata, quase sem turistas de onde se podia alugar um barco que nos levasse e trouxesse a umas praias nas proximidades. De facto não se viam turistas mas como estávamos em fim de semana prolongado “todos” os venezuelanos decidiram tomar o mesmo destino que nós, tendo apenas encontrado um lugar onde havia um quarto para passarmos a noite. Ainda tínhamos ponderado a ida para uma ilha e/ou praia acampando na mesma mas, a possibilidade de dormirmos num quarto com ar condicionado, a possibilidade de tomarmos um banho e ainda o facto de evitarmos que um grupo de “piratas” nos fizesse uma “surpresa” durante a noite, fez pesar na nossa decisão.

Assim sendo, primeiro o desejado banho, depois almoço, algumas compras para o jantar e próximo dia e por fim procurar barco para uma praia onde passar a tarde. Não foi preciso procurar pois quase nos impingiram um barco, no entanto, como o aluguer é feito com preço fixo (150Bfs), qualquer que seja o número de passageiros dissemos que queríamos esperar por mais alguns para pagarmos menos. O piloto  “Forastero” disse já ter mais duas pessoas (daria 150/6Bfs por pessoa) e que teríamos apenas de esperar mais 15  para que estes acabassem de comer... passaram bem mais que 15 minutos e nada... até que do restaurante encostado à doca onde esperávamos, saiu um comandante de um Iate de luxo “Independiente” que nos perguntou se queríamos boleia para alguma praia. Primeiro recusámos pois já tínhamos aceite a viagem, mas depois acabámos por aceitar, não sem antes reservar o regresso para as 17:00, infelizmente pelo mesmo preço de ida e volta. Resumindo ganhámos nós que fomos num barco catita com bebidas e aperitivos à descrição e ganhou o piloto que ganhou o mesmo fazendo apenas metade do trabalho. No barco seguia um grupo de polícias venezuelanos de férias.

O iate parou a uns metros da playa blanca, enquanto o Nuno foi levado no pequeno bote de borracha até á areia as meninas aproveitaram para dar o primeiro mergulho em águas cristalinas e a temperatura impecável.

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14:09 Cervejas por conta da casa... (esq.) e 15:24 Independiente (dir.)

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14:25 Em plena boleia (esq.) e 14:59 As 3 “Gringas” (dir.)

Depois de algumas horas na praia as inglesas já tinham recebido a oferta (mesmo sem terem percebido o conteúdo da mesma e como tal não a tendo aceite) de uma viagem a ver os golfinhos de graça e um jantar, peixe pescado no dia... (ao qual também acabámos por não ir). Após as 17h receávamos que o skiper do “forastero” nos fosse deixar ficar pela areia da praia, pelo que começámos a tentar negociar a saída sem grande sucesso... por fim avistámos o barco e seguimos novamente para Mochima.

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13:40 Forastero (esq.) e 15:55 Barco Típico (dir.)

No que diz respeito a fauna pudemos observar uma iguana, fragatas e pelicanos que, enquanto no mar, se lançavam como mísseis em busca de peixe.

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13:36 Iguana (esq.), 14:00 Pelicano (centro) e 14:36 Fragata (dir.)

Regressados da praia fomos fazer o jantar: nós ficámos encarregues da sobremesa (mais uma vez leite creme) e as inglesas (vegetarianas) do prato principal, massa com bolonhesa de legumes. Na cozinha estava também uma família de venezuelanos a preparar a sua carne grelhada com arepas, mas com os olhos postos na nossa sobremesa. Fizemos um prato separado para provarem e à custa disso tivemos direito a uma febra, duas salsichas e 2 arepas.

 2012/04/22

Como pequeno almoço 4 ovos (que a Mónica tinha batido na noite anterior, enquanto falava com a família venezuelana, esquecendo-se de separar as gemas para o leite creme) mais 4 claras, alguns legumes e queijo... umas omeletes muito boas. O leite creme tinha feito sucesso junto dos locais e tivemos direito a mais algumas arepas, assim como mais de meio pacote de farinha de milho e óleo.

Com estes novos ingredientes pensámos em inventar as nossas próprias arepas, recheadas com queijo e alho que experimentámos ao almoço, acompanhando o resto da massa e como sobremesa o resto do leite creme e das mangas que as inglesas tinham trazido de Canaima.

Tínhamos uma longa viagem pela frente por isso teríamos de sair o mais cedo possível. Enquanto esperávamos pelo “autocarro” que nos levaria ao cruzamento, onde apanharíamos outro autocarro até Santa Fé (separando-nos das inglesas), onde por sua vez teríamos de apanhar outro autocarro até Puerto La Cruz onde ainda apanharíamos mais um autocarro até Maracaibo, daqui até Maicao por porpuesto e finalmente mais um autocarro até Santa Marta na Colômbia (confuso??)... enquanto esperávamos, um grupo de pescadores perguntou para onde íamos e “ofereceu” boleia até Puerto La Cruz com paragem em Santa Fé para deixar as inglesas... a oferta incluía o pagamento da nossa parte de uma garrafa de rum, que quando a Mónica acompanhou um deles á loja já incluía mais um saco de gelo e uma coca-cola... o que foi recusado... não queríamos pagar mais do que os 50Bfs pois todos os autocarros nos custariam 60Bfs... assim acabaram por deixara coca-cola e repor o resto do dinheiro do seu bolso, apesar da sua insistência.

Terá sido bem mais perigoso (estávamos à boleia no alegado país mais perigoso da América do Sul), menos confortável (mais de 60km na caixa de uma carrinha e debaixo de chuva nos últimos 15km), mas bastante mais rápido e consequentemente mais barato pois se tivéssemos chegado 10 minutos mais tarde a Puerto La Cruz não teríamos mais autocarros nesse dia para Maracaibo.

2012/04/23

Depois de uma longa viagem de 18 horas de autocarro, sem comer quase nada, entrámos no porpuesto para mais quase 3 horas até Maicao (já na Colômbia e com paragens para carimbo de passaportes e cambio de dinheiro... sim ainda nos restou algum dinheiro venezuelano) e daqui nova correria para apanhar o último autocarro de 4 horas de viagem até Santa Marta. O pouco dinheiro que tínhamos era o valor certo para pagar o autocarro na companhia mais barata. No entanto e como lhes perguntámos quanto teríamos de pagar de táxi até ao hostel ainda nos fizeram um desconto de 20% pois precisaríamos desse valor para sair do terminal... já de noite.

Chegados ao terminal por acaso reparámos existir um ATM mas infelizmente temporariamente fora de serviço. Só depois de chegarmos ao hostel, no centro de Santa Marta pudemos levantar algum, pelo menos para comer, algo que não fazíamos decentemente há mais de 30 horas.

Em todo o caso já tínhamos saído da Venezuela, país com pior reputação no meio dos viajantes, do qual só temos boas recordações, com especial relevo para o Monte Roraima. Aconselhamos a quem queira fazer um pouco de tudo pois há tours bem organizados para, montanha (andes e tepuys), savana, selva, cascatas, praias, ilhas, foz do rio Orinoco, cursos de mergulho a preço muito económico...  ficou ainda muito para ver...

2 comentários:

Anónimo disse...

Ola jovens!

Folgo em saber que apesar da má reputação, ficaram agradados com a Venezuela! De facto aparenta ter paisagens de cortar a respiração... Estou a ver que o tempo é que vos tem pregado algumas partidas...

30 horas sem comer decentemente? Mas sois malucos??? Eu já tinha virado canibal! hehehe

Aguardo pacientemente novas noticias! :D

Abraço/beijo do Rui

Nuno Gonçalves disse...

Olá moço, demorámos a responder pois embora tivéssemos recebido o email com o comentário, quando o íamos publicar este não existia... não sei porquê mas descobri agora que estava no spam do bloguer.
Sim gostámos bastante da Venezuela mas a Colômbia está a superar as expectativas...
Quanto ao tempo, apesar de tudo não tem estado mau e às vezes uma chuvinha sabe bem no meio de tanto calor.
Sem comer decentemente não quer dizer que não tenhamos comido nada...
Obrigado por aguardares pois acabámos de publicar 3 coisas da Colômbia.
Beijos e Abraços
Nuno e Mónica