terça-feira, 24 de abril de 2012

América do Sul - Take 4/13 - Venezuela - Parte I - Monte Roraima

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2012/04/07

Acordámos pelas 8h30, lavámos alguma roupa, saímos para cambiar dinheiro e procurar alguns tours para o monte Roraima, que acabámos por agendar com o Frank Roraima (guia freelancer) que nos propôs um preço mais em conta, caso levássemos e carregássemos toda a nossa comida e equipamento além de uma saída logo no dia seguinte para 7 dias (sendo o normal  6 dias), com saída as 7:30.

Voltámos mais uma vez de táxi à fronteira para carimbar a entrada na Venezuela (cujo posto estava fechado na noite anterior) e levantar dinheiro em Pacaraima, no Brasil.

Antes das compras para os 7 dias de caminhada, fizemos uma pequena paragem para almoçar um prato típico da zona e da época, num “restaurante” local: Pastel de Cação... mais uma vez uma dose deu para os 2.

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14:34 Almoço: Pastel de Cação (parecido com pudim de peixe dos Açores)

Feitas as malas fomos procurar um lugar onde jantar e que tivesse internet para pôr os assuntos em dia. Não foi possível conjugar as duas coisas numa só mas encontrámos jantar barato e que servisse como primeira refeição do dia seguinte num restaurante que serve pizza ao metro. Para aceder à internet mudámo-nos para a esplanada de um café onde se encontravam o nosso guia e ajudantes com uma taxa de alcoolemia muito acima do normal... para não utilizar apenas a internet acabámos por pedir uns sumos naturais (maracujá e goiaba)... deliciosos. Ficámos por lá mesmo depois de fechar...

2012/04/08

7:30 Começámos o tour... não.. como esperávamos, pelo estado dos organizadores na noite anterior, apenas pelas 9:00 se conseguiram reunir as condições para que saíssemos de Santa Helena. Do nosso grupo faziam também parte um casal de alemães (de férias por 5 semanas na Venezuela), um japonês (de férias por todo o mundo por talvez 3 anos... Pedro e Antonio! Lembram-se de se falar numa japonesa que morreu na estrada da morte 3 semanas antes de lá estarmos? Era amiga deste...) e um casal de venezuelanos. Algo que nos fez tranquilizar foi o facto do nosso guia nos informar de este ser o seu 334 tour.

No caminho [link do percurso de jipe] parámos primeiro para solicitar autorização do parque de Canaima, depois para tomar café e ver um pouco do artesanato local, maioritariamente em jaspe e calcite, seguindo por fim em direcção a Paraitepui. Neste último troço fizemos nova paragem para observar os locais a apanhar formigas voadoras do formigueiro para comer. Isto custou-nos algumas dolorosas picadas pois todas as obreiras e soldados (com cabeças do tamanho de uma ervilha) estavam completamente enraivecidas com o ataque ao formigueiro e mordiam tudo o que não fosse formiga... mordiam de tal forma que se as puxássemos com força, as cabeças ficavam-nos presas.

O efeito do álcool ainda não tinha passado e já estavam eles a beber novamente... em Paraitepui ficámos largos minutos à espera que algo se passasse mas ninguém parecia ter pressa. Depois de todos os outros grupos, de outras agências partirem ainda esperávamos por algo... talvez dando conta da nossa impaciência o guia disse para começarmos sem ele pois ainda iam almoçar... apesar de não gostarmos muito da ideia sempre seria melhor que estarmos parados...[link do percurso]

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13:05 Caminhada pela savana (esq.) e 13:26 Primeira visão dos tepuys Kukenan, à esquerda, e Roraima, à direita (dir.).

Lá fomos fazendo os 12km previstos até ao acampamento Rio Tek. Logo no início algumas dificuldades e duas quedas dos nossos companheiros alemães. Depois víamos pessoas a fazer o caminho de regresso todas lesionadas...

O peso das mochilas, o calor, a chuva e a irregularidade do terreno não ajudavam mas ao fim de 4 horas chegámos ao acampamento Rio Tek onde já estavam as tendas dos outros grupos. Pelo meio conseguimos ver por breves minutos os imponentes montes Roraima e Kukenan. Tínhamos informações contraditórias se iriamos acampar ali ou um pouco mais à frente por isso esperámos meia hora que o guia chegasse para nos confirmar. Mal este chegou montámos a nossa tenda. Quanto a condições o acampamento não era muito mais que acampar na natureza... não há casa de banho (monte), nem balneários (rio), nem luz (sol). Assim sendo, depois de jantarmos sardinhas, logo após o por do sol, 18:30, fomos dormir.

2012/04/09

Acordámos pouco depois do sol nascer, 5:30 mas até que os nossos companheiros se despachassem demorou algumas horas ... do mesmo modo os organizadores ainda demonstravam sinais do álcool no sangue pois a noite anterior também tinha sido bem regada.

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06:33 Amanhecer no Acampamento Rio Tek

Dia 2 - Acampamento Rio Tek - Amanhecer

Mais uma vez partimos por último relativamente aos outros e mais uma vez sem guia... neste dia tínhamos 9 km até ao acampamento base para fazer com 3 atravessamentos de rios (não eram riachos mas sim rios... sem qualquer ponte) [link do percurso]. Depois de cruzarmos o terceiro a primeira boa acção do guia: um chocolatinho como recompensa por termos conseguido passar todos.

Os últimos quilómetros foram bastante íngremes e a chuva forte não ajudou... o acampamento base é ainda pior que o anterior... basicamente um lamaçal. Como chegámos primeiro que os nossos companheiros e tínhamos a nossa tenda connosco tentámos encontrar um lugar menos mau para montá-la. Foi isso que fizemos nos 20 minutos em que a chuva nos deu descanso antes de voltar ainda mais forte... mas como se costuma dizer: “depois da tempestade vem a bonança”, o céu limpou e verificámos estar no sopé do imponente Roraima... uma das melhores vistas que já tivemos.

Dia 2 - Acampamento Base no Sopé do Monte Roraima

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16:12 Para não se queixarem de não aparecermos aqui estamos nós com o Roraima ao fundo (esq.) e 17:09 Acampamento Base com tepuys ao fundo: Kukenan, à esquerda, e Roraima, à direita (dir.).

Ao fim de dois dias e já sem álcool para consumir o guia e carregadores passaram a ser mais interventivos, falar mais connosco, explicar alguma coisa e inclusivamente oferecer-nos alguma comida e bebida. Por um lado agradecíamos e ficávamos contentes com esta última acção mas por outro, como a comida incluía vegetais crus ou bebidas feitas com água retirada directamente do rio não nos sentíamos muito à vontade, nem se havíamos de ingerir... acabámos por fazê-lo mas em quantidades muito menores que todos os outros (toda a nossa comida era enlatada e a água que nós tirávamos do rio era tratada com um comprimido purificador). Pela noite a nossa primeira razão para duvidar da qualidade da água... um dos carregadores estava doente... fomos nós que fornecemos os comprimidos ficando sem nenhum para nós logo no segundo dia...

Fomos dormir sob um céu totalmente estrelado.

2012/04/10

As más notícias da noite anterior mantinham-se, tendo-se alastrado a outras pessoas.

Para não fugir à regra, últimos a sair... e sem guia. Seriam poucos quilómetros mas era necessário vencer um desnível de quase 1000 metros até à plataforma superior do Monte Roraima a 2723m [link do percurso]. É um caminho penoso, muito irregular, mas não estava muito calor por isso até se fez relativamente bem... algumas das zonas são bastante perigosas pois passamos debaixo de cascatas mas tivemos sorte pois quase não choveu.

Chegados ao topo, por entre o nevoeiro avistámos a primeira formação rochosa conhecida... a tartaruga voadora e logo de seguida o primeiro espécime de oreophrynella quelchii, uma rã endémica do Roraima (estas apresentam como adultas cor negra à excepção do ventre que é amarelo ou laranja com pintas pretas - quando jovens são todas negras; no Tepuy Kukenan também existe uma espécie endémica, esta totalmente negra)... ficámos fascinados pois achámos ser algo muito difícil de encontrar... afinal há-as por todo o lado mas não deixávamos de demonstrar o entusiasmo com cada uma. No cimo dos Tepuy (nome dado a estas plataformas muito elevadas relativamente ao terreno circundante) a paisagem é diferente de qualquer outra que tínhamos visto... muitos dos animais e plantas são endémicos devido ao isolamento, existindo inclusivamente muitos endemismos de cada um dos Tepuy. Quanto aos animais nota-se que, devido à exposição solar, muitos apresentam cor negra. Nas plantas salienta-se a quantidade de espécies carnívoras assim como de uma espécie abundante que é comestível (sabe a maçã com consistência de alho francês..).

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11:38 Tartaruga voadora

Fomos então atrás do nosso carregador Pedro, que muito bem nos tratou por também saber falar Português, para procurar o nosso Hotel... aqui hotel não é mais que uma formação rochosa que oferece algum abrigo contra a chuva e nos permite montar a tenda. No nosso caso foi mesmo ao milímetro.

Notava-se a felicidade dos organizadores em termos chegado sãos (depende do ponto de vista) e salvos ao topo, e talvez por isso ofereceram-nos almoço: Salada com legumes crus, queijo  e pão. Ainda conferenciámos uns 15 minutos se comíamos ou escondíamos a comida, mas a fome ganhou...

Infelizmente o tempo não permitiu fazer nada e não saímos do Hotel, denominado Hotel principal, onde terão ficado os primeiros turistas no Roraima (existem muitos outros espalhados pela plataforma).

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12:39 Pardal de Colar - Zonotrichia capensis macconelli (esq.), 14:58 Hotel Principal, nossos aposentos (centro) e 15:35 Lavar a loiça do almoço (dir.)

Ao jantar pedimos que nos aquecessem um pouco de água para que pudéssemos fazer uma sopa e comer algo quente que fizesse esquecer o facto de estarmos todos molhados. Em todo o caso, antes, já nos tinham oferecido um chocolate quente.

2012/04/11

Ao pequeno almoço novo chocolate quente.

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08:28 Lavar a loiça do pequeno almoço

O tempo continuou a não ser de feição, mas como não gostamos de estar quietos fomos procurar nas redondezas do Hotel as espécies animais e vegetais características do local:

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Rã oreophrynella quelchii: 2012/04/11 10:25 (esq.), 11:44 (centro) e 2012/04/12 07:18 (dir.)

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Stegolepsis guianensis - Endémica dos Tepuy - Comestível: 2012/04/11 10:22 A planta (esq.) e 2012/04/12 09:21 A prova... (dir.)

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Bonnetia roraimae - Endémica do Roraima 12:06 (esq.) e 12:08 (dir.)

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Brochinnia Tatei: 10:48 (esq.) e 10:54 (centro) e Brochinnia Reducta: 13:10 (dir.) - Plantas Carnívoras endémicas da Guayana

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08:40 Drosera roraimae - Endémica do Roraima (esq.) e 09:10 Utricularia quelchii- Endémica dos Tepuy (dir.) - Plantas Carnívoras
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Heliamphora nutans - Endémica dos Tepuy - Planta Carnívora 2012/04/11 15:09 (esq.) e 2012/04/12 16:00 (dir.)

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10:08 Epidentium secundum - Família da Orquídeas - no Roraima há 30 espécies endémicas de orquídeas e nos Tepuy 900 (esq.) e 11:29 Orectanthe sceptrum - Endémica das terras altas da Guayana (dir.)

Depois do almoço o nosso guia propôs uma saída para uma pequena caminhada de 3 horas mesmo debaixo de chuva [link do percurso]... embora tivesse havido algumas desistências pouco depois do início, nós  e o japonês não o fizemos e foi fantástico... passámos pelo Jardin del Éden, Jacuzzis, rios de cristais...  bem que estaríamos cá em cima uma semana inteira e tínhamos sempre que fazer e ver: os animais, as plantas, as formações rochosas, os cursos de água. A área total da plataforma ronda os 31km quadrados em planta, que corresponde a sensivelmente ao dobro da área da ilha do Corvo, ou metade da Graciosa)...

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10:52 El Carro - Ponto mais alto do Roraima (esq.) e 15:15 Jardin del Éden (dir.)
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Paisagens de Roraima 13:07 (esq.), 15:04 (centro) e 15:48 (dir.)

No fim do dia a temperatura desceu significativamente, de tal modo que acabámos por emprestar uns sacos plásticos como corta vento e dar uma sopa instantânea aos organizadores para acrescentarem ao seu jantar, tentando melhorar um pouco as suas condições para poderem passar a noite ao relento. Depois disto, tendo também cobiçado a nossa tenda, o nosso singular estendal e a nossa roupa impermeável, sempre que foi necessário algo pediam-nos directamente.

Embora nos faltasse fazer muito já deu para ter uma boa noção da plataforma no seu compto geral. Queríamos apenas ver mais algumas das espécies de seres vivos e ter uma visão clara para a zona envolvente e para o monte Kukenan, algo até aqui impossível devido ao nevoeiro.

2012/04/12

O dia começou com céu limpo e um pedido: Era necessário um alicate para consertar o fogão que tinha deixado de funcionar durante a preparação do jantar... mais uma vez fomos os fornecedores de material. Como compensação tivemos direito a café.

Desde o amanhecer (5:30), até por volta das 8:30 desesperámos para que todos se aprontassem enquanto o nevoeiro não chegava. O ponto mais alto, mesmo em frente ao nosso acampamento estava descoberto e só pensávamos em lá ir, mas tínhamos de esperar pelos outros para irmos com o guia... tanto esperámos que o nevoeiro chegou e tivemos de mudar os planos.
 
Dia 6 - Pequena Rã Oreophrynella quelchii que encontrámos enquanto esperávamos a saída.

O nosso guia sugeriu então aproveitar o bom tempo, pelo menos melhor que nos dias anteriores para visitarmos o Canon del Guacharo [link do percurso], desfiladeiro onde vivem os Guacharos, pássaros noctívagos com sistema de navegação similar ao dos morcegos. Como era de dia não os pudemos ver mas pelo menos pudemos escutar os seus grunhidos.

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10:20 Canon del Guacharo

Voltámos ao hotel para almoçar e saímos novamente [link do percurso] com destino aos Jacuzzis mas, aproveitando o momentâneo bom tempo seguimos em direcção ao El Abismo, onde se pode ter a percepção das grandes escarpas verticais e, depois, mas com menos sorte, La Ventana, onde, se o nevoeiro não nos incomodasse novamente, teríamos uma bela vista para o Kukenan e a área de savana envolvente aos vários tepuys.

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15:24 El Abismo (esq.), 15:43 La Ventana (centro) e 16:45 Rios de Quartzo (dir.)
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Los Jacuzzis: 14:59 Piscina (esq.), 16:22 Larva de Libélula (centro) e 16:25 Flutuar (dir.)

Quando chegámos ao nosso hotel, faltava pouco para o pôr do sol e o tempo melhorava significativamente... já não teríamos muitas mais oportunidades para ir até ao ponto mais alto por isso, depois de solicitada autorização ao guia, seguimos na companhia do japonês em passo largo até ao topo. A vista é fantástica... daqui consegue-se ter uma percepção da dimensão da plataforma, sendo também favorável  para o Kukenan.

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16:56 Roraima (esq.) e 17:07 Vista do topo de El Carro sobre toda a plataforma (dir.)IMG_2227IMG_2232IMG_2233
Vistas do topo de El Carro sobre toda a plataforma: 17:16 (esq.), 17:20 (centro) e 17:22 (dir.)

Dia 6 - Panorâmica do ponto mais alto do Monte Roraima ao por do Sol (“El Carro” ou “El Maverick” - O monte mais claro que se vê a meio é o nosso acampamento Hotel Principal

Quando voltámos, combinámos com os restantes companheiros de grupo uma subida matinal para ver o amanhecer lá do topo...

2012/04/13

... o tempo não permitiu. Neste dia esperava-nos uma longa caminhada que englobava os troços do segundo e terceiro dia. Choveu enquanto tomávamos o pequeno almoço (café e uma espécie de massa de panqueca frita com queijo), enquanto arrumávamos as coisas, durante toda a descida, durante o almoço... também durante o segundo troço.

Desta vez fizemos cannyoning em grande parte do percurso... passámos debaixo de várias cascatas e foi-nos quase impossível tirar qualquer fotografia.

Chuva significa aumento dos caudais dos rios que teríamos de atravessar, e esta foi de tal modo forte que não nos foi possível atravessar o Rio Kukenan, ficando num novo acampamento, por sinal, mais limpo, arranjado e mais acolhedor.

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2012/04/14 06:44 Acampamento Rio Kukenan

2012/04/14

Parou de chover durante a noite e a manhã antevia um dia de sorte para quem fosse no sentido contrário ao nosso. Não terá sido bem assim pois com o tempo as nuvens foram-se formando e era possível ver-se a chuva.

Do nosso pequeno almoço constou uma iguaria local que tínhamos ficado de olho nela no primeiro dia:

Dia 7 - Pequeno almoço... crocante...

No que se refere ao nosso interesse pessoal, o caudal dos rios tinha baixado permitindo a sua travessia.

Dia 7 - Travessia do Rio Kukenan

Durante quase todo o percurso fez sol e muito calor mas, como se não vivêssemos sem uma última molha, começou a chover torrencialmente durante os últimos dois quilómetros. De tal modo que alguns ribeiros que no primeiro dia não passavam disso mesmo, agora tinham-se tornado rios de fortes correntes, para não falar do terreno muitíssimo escorregadio.

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08:02 Metamorfose quase completa (esq.) e 08:20 Gafanhoto (dir.)
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8:15 Kukenan à equerda e Roraima à direita (esq.), 08:16 Igreja (centro) e 10:35 Pedro, o nosso carregador e os seus amigos 40kg (dir.)

Dia 7 - Uma das pontes improvisadas já perto de Paraitepui

Lá conseguimos passar e no fim, Paraitepui, estava à nossa espera uma mesa com meloa, melancia e bananas.

Chegados a Santa Helena, aproveitando a ida de autocarro do nosso guia para Ciudad Bolivar (nosso próximo destino), fizemos-lhe companhia, tentando beneficiar da sua protecção contra possíveis casos de corrupção de militares contra turistas (por vezes rapto, roubo ou extorsão de bens ou dinheiro) em diversos postos de controlo.

Antes de sair fomos comprar meio metro de Pizza para a viagem e bebemos uns sumos naturais de goiaba e limão (já não havia maracujá).

Terminou assim a nossa grande aventura por um dos lugares mais bonitos onde já passámos: 7 dias na natureza, sem água, luz, gás, rede de telemóvel, internet, wc, chuveiro, mudar de roupa e pontes, mas com moscas a nos morderem constantemente, muita chuva, terra, lama... não será para todos mas foi uma das melhores experiências que já tivemos... até hoje...

5 comentários:

Anónimo disse...

Olá,
Tudo bem? espero que tudo continue muito bem. Estive a ver e ler os vossos posts sobre Roraíma. Uma coisa que salta à vista é que parece que o Nuno está muito magro! Ou é efeito do vídeo? E outra coisa, que é aquilo de andar a comer formigas? Fogo!Afinal é bom? Pela imagem da cara do Nuno não me pareceu lá muito saboroso. Que se segue em seguida? Sopa de olhos de macaco? Há quanto tempo estão na viagem? Um, dois meses? Vão fazer um resumo apenas das melhores partes e o Ranking do TOP BEST. Façam isso, pelo menos como presente para um dos vossos mais assíduos leitores e seguidor. eh eh Cumprimentos, António Sousa.
PS obrigado pela excelente descrição dos aspectos físicos dos habitantes locais que o Nuno fez ao meu último comentário.

Nuno Gonçalves disse...

Magro mas nunca chegarei aos teus calcanhares :).
Melhores partes são as que escrevemos que por aqui passa-se tanta coisa que não nos lembramos de escrever tudo. Quanto a ranking talvez mas só no fim.
Abraço e Beijos da Mónica
PS:Obrigado

Daniel Pinto disse...

Ola viajantes!!

Adorei esta publicação, foi bastante explicita e convincente. Sem duvida que será um próximo destino....

Fiquei com uma duvida, caso os rios que cruzaram estivessem muito caudalosos qual era o vosso plano B? Digo isto para regresso? Outra coisa, vocês já sabiam que iam cruzar rios? E como cruzaram? Com as botas?

Para terminar, quando custou o tour? Caso não seja uma indiscrição...

Um grande abraço para os dois!
Já me estão a fazer pensar juntar.me uns dias à vossa viagem..

Anónimo disse...

Olá meninos! :D

Já tinha visto este post, mas ainda n tinha tido grande disponibilidade para comentar... :)

Bem, que esperiencia! Esse "montinho" deve ser qualquer coisa de fantástico mesmo... Pena é o tempo não ajudar! :S Isso com um tempo a maneira, devia ser de perder ainda mais o folego! :)

Adoro o vosso moreno à trolha! ahahah Na america do Sul e não têm tempo para por o cabedal todo ao sol? heehhe

O Nuno tu parecias o Bear Grylls do Sobrevivência a comer aquela formiga! hahahah De boca aberta e a fazer uma cara, com uns certos esgares de "nojo" lolol

De resto Espero que continue tudo bem, e continuo a aguardar impacientemente por mais notícias!

Beijoooooo/Abraço do Rui.

P.S. - Nuno não sei se é noticia em 1ª mão mas... O PORTO É CAMPEÃO! :D

Nuno Gonçalves disse...

Olá a todos!!
Daniel:
O plano B nunca nos foi contado mas acho que passaria por: em condições extremas, esperar até que baixasse o rio; tentar passar com auxilio de cordas amarradas à que lá existe... não sabemos...
Se sabiamos... sim mas presumimos haver pontes... não tínhamos a mínima ideia do que nos esperava nem da dificuldade. Mas mesmo que soubéssemos teriamos feito o tour.
Quando tivemos tempo e paciência trocámos as botas por sapatos de água (temo-los pois também os usamos como chinelos), se não descalços ou com meias que ajuda a aderir, mas no último dia a Mónica chegou a atravessar de botas... dado não fazer qualquer diferença dentro ou fora do rio, tanta era a chuva.
Quanto a custos o normal é 3500Bfs para 6 dias mas nós pagámos 4/7 disso por 7 dias pois carregámos tudo e levámos a nossa comida e tenda. É só fazer as contas à taxa que quiseres.
Rui: Tinha visto no zerozero uns segundos antes YUPI