2012/03/31
Cerca das 7h00 saímos de casa da Elly, apanhámos o autocarro A linha 5 em direção ao centro da cidade, 500m a oeste do mercado encontrámos vários autocarros e carrinhas com destino a Brownsberg... optámos pela carrinha de um rapaz que nos pareceu simpático, que falava inglês e nos disse o preço regular (no entanto quase havia confusão com outro que nos tinha visto no dia anterior e tinha assumido que iríamos com ele, mas lá se resolveu).
Era suposto sair por volta das 9h00, mas as pessoas que esperava chegaram antes pelo que saímos 30 minutos mais cedo. Às 10h30 já nos encontrávamos na vila de Brownsberg, daqui faltavam cerca de 13km pela Reserva até ao acampamento [link do trilho]... quase sempre a subir... esta parte poderíamos fazer em veículos da stinasu, mas era mais caro do que a viagem anterior de 110km, pelo que optámos por fazer a pé.
Ainda fomos abordados pelo veículo da reserva a tentar negociar uma “boleia”, que não aceitámos... faltavam só 4km quando fomos novamente abordados, desta vez por duas carrinhas de caixa aberta 4x4 de uma agência de turismo, na primeira não aceitamos pois não tínhamos bem a certeza se era oferta ou nem por isso, mas o segundo motorista foi mais convincente... felizmente que aceitámos, pois os 4km seguintes eram reeeeealmente a subir... assim apoitámos na caixa da carrinha, que para além dos solavancos não fechava bem... numa das subidas bem íngremes além da dificuldade em nos agarrarmos também tivemos de agarrar a porta traseira e depois de esta se ter aberto totalmente (funcionando realmente como uma caixa aberta) tivemos de agarrar as coisas que estavam na caixa... lá atingimos entretanto uma zona ligeiramente mais plana e deu para avisar o condutor e dois dos turistas saíram para repor a normalidade. Já no lodge e depois de confirmadas as reservas, o primeiro motorista da agência, a quem tínhamos recusado a boleia, perguntou se éramos 4, pois tinha visto um casal parecido connosco (basicamente nós) mas que não tinha aceite a sua oferta...
Como n123ão havia mais ninguém para dormir em hamacas deixaram-nos ficar numa cabana só para nós, onde montámos logo as nossas as redes preparando-nos para uma pequena caminhada, que acabou por ser mesmo a mais pequena pois já era tarde e um dos senhores do parque (o que nos queria fazer pagar a boleia) não nos aconselhou grandes voltas. Fizemos assim o Mazaroni Top [link do trilho], 15 minutos para cada lado com dois miradouros com vista para o lago Brokopondo.
14:39 Gecko na nossa cabana (esq.), 15:38 Miradouro Mazaronitop (centro.) e 16:28 Lago Brokopondo visto do Miradouro Mazaronitop (dir.)
2012/04/01
Acordámos cedo, mas não tão cedo como o planeado, para tentar fazer 3 ou 4 dos 7 percursos marcados do parque. Tirando um percurso circular que faz a ligação entre o lodge e todos os outros, os percursos são todos lineares implicando portanto a ida e regresso pelo mesmo caminho. Primeiro fizemos o Ireneval (cascata Irene) que tem troço comum com o Leoval (cascata Leo), visitada no regresso do primeiro. De tarde conseguimos apenas fazer o Koemboeval (cascata Koemboe) [link dos trilhos]. Destas gostámos mais da terceira cascata, sendo que o acesso às duas últimas é fácil e um pouco mais difícil para a primeira dado o desnível de 300 metros a vencer.
10:28 Somos tão pequenos... (esq.), 11:15 Ireneval (centro) e 12:28 Leoval (dir.)
12:39 Leoval (esq.), 13:21 Miradouro com vista para a vila de Brownsberg (centro) e 15:59 Koemboeval (dir.)
Quanto à fauna do parque podemos salientar as muitas espécies de batráquios e ainda o avistamento de uma espécie de macaco (Saki de face branca ou Saki das Guianas - pithecia pithecia), no regresso do Ireneval.
Rãs: 2012-03-31 17:02 (esq.), 2012-04-01 09:35 (centro) e 10:18 (dir.)
E mais rãs: 14:52 (esq.), 16:40 (centro) e 17:07 (dir.)
13:03 Caranguejo
As idas à casa de banho de manhã ou à noite no lodge eram de cada vez uma surpresa agradável, tal a quantidade de insectos e anfíbios que podíamos encontrar nas paredes brancas...
Animais da casa de banho 8:22 Gafanhoto folha (esq.), 8:34 Rã (centro) e 8:36 Osga (dir.)
Animais da casa de banho parte 2: 08:40 Borboletas
Ao jantar fizemos salsichas com um arroz de legumes que deu para algumas refeições seguintes.
2012/04/02
Faltavam-nos apenas fazer 2 percursos, no entanto os maiores por isso foi necessário pôr-nos a pé bastante cedo. Chovia mas nada que nos impedisse de ir de manhã ao Witticreek [link do trilho] e de tarde ao Mazaronival [link do trilho]. A cara dos cuidadores do parque, a quem tínhamos de avisar das nossas incursões pela floresta, era de espanto aquando das nossas saídas para uma e outra visita debaixo de chuva, num mesmo dia. Parece não ser costume as pessoas passarem tanto tempo no parque, fazerem caminhadas à chuva (que até nos sabia bem dada a temperatura), ou fazerem mais do que um trilho por dia (apesar do maior nem ter 10km contando os dois sentidos). O Witticreek é um trilho simples e muito bonito acabando numa grande piscina natural onde se pode nadar. O Mazaronival é um percurso com um quilómetro final penoso, muito íngreme, escorregadio e cheio de obstáculos, chegando-se a uma cascata, na nossa opinião, bem menos interessante que qualquer das visitadas no dia anterior.
10:55 Piscina Witti Creek (esq.) e 15:34 Mazaronival (dir.)
Uma vez mais os animais mais vistos foram as rãs que saltavam por todos os lados à frente dos nossos pés.
Para juntar às anteriores... mais rãs 09:57 (esq.) e 10:06 (dir.)...
às quais se seguem mais dois exemplares... 16:08 (esq.) e 2012-04-03 08:58 (dir.)
2012/04/03
No nosso último dia no parque não tínhamos nada planeado pois sabíamos dos 13km de regresso a Brownsberg. Levantámo-nos bem mais tarde que nos dias anteriores, arrumámos as coisas e fizemo-nos à estrada... mais uma vez sob o olhar de espanto do pessoal do parque... desta vez sem boleia mas sempre a descer.
Em Brownsberg arranjámos facilmente transporte para Paramaribo e já nesta cidade comprámos os ingredientes para fazer crepes e fizemos um pouco de sala com a nossa anfitriã enquanto víamos o Barcelona x Milão e falávamos de alguns jogadores do Suriname, nomeadamente Clarence Seedoorf, ídolo local, cuja escola de desporto passámos ao lado no regresso do parque.
Acabámos por nem dormir pois às 4H00 já estava o minibus à porta para nos levar em direcção à Guiana.
Deixámos assim o Suriname, país de extremos, onde talvez falte um pouco a campanha que tivemos em Portugal há alguns anos: “Todos diferentes, todos iguais”, uma vez que em alguns casos se recusaram a nos atender em lojas, ou até nos responder a questões ou ainda, mais comum, depois de estarmos num táxi colectivo, era difícil o motorista conseguir encher o carro pois ninguém queria viajar connosco...ah!! aqui também se passeia o pássaro...
4 comentários:
Expliquem lá isso de não vos querem atender nas lojas? Não gostam de estrangeiros??
Um Abraço e boa sorte!!!
Não sei muito bem o que queriam que fizesse mas entrei numa loja numa aldeia e perguntei os preços de uns sumos umas 3 ou 4 vezes, em pelo menos 3 línguas diferentes, e a 3 pessoas e todas me viraram as costas ou se recusaram a responder (inclusivamente a pessoa que estava na caixa)...
Bem, este parque parece fantástico, em especial pela vida selvagem! Bem dizeis no primeiro post que iam meter inveja aqui a malta! :P Pois estais a conseguir... hehehe O gafanhoto ta top! :D
Rui Dias
Olá!
Acho que irias gostar de passar lá uns dias... nós gostámos.
Beijos e Abraços dos 2
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