Descrição do percurso retirada do panfleto oficial do mesmo:
Local: Vila Pouca de Aguiar – Tresminas; Dificuldade: Moderada; Extensão: 13 Km; Tempo: 5h 00m; Tipo: Circular
“(…) Este percurso localiza-se no extremo Sudeste do concelho de Vila Pouca de Aguiar e percorre grande parte do território da freguesia de Tresminas. Esta comunidade, de características mineiras, aparece referenciada pela primeira vez nas Inquirições de 1220, sob o nome de São Miguel de Trasmires pertencente à terra medieval de Panoias, que veio, mais tarde, integrar o julgado e concelho de Jales. Somente em 1855, a freguesia de Tresminas integrou o concelho transmontano de Vila Pouca de Aguiar.
O percurso inicia-se junto ao cruzeiro, em frente ao edifício da seda da Junta de Freguesia de Tresminas.
Começamos o passeio com uma visita à Igreja paroquial, a qual, apesar das várias intervenções e alterações posteriores, apresenta importantes e marcantes elementos da sua origem medieval, na Alta Idade Média. No exterior do edifício destacam-se as cachorradas, com esculturas profanas, mescladas com referenciais sagrados, manifestando-se na rudeza do granito.
O percurso pedestre inicia-se ao longo do caminho de terra que se encontra à nossa frente, para de seguida, virarmos à direita e subirmos, gradualmente, até à estrada alcatroada, que cruzamos. Podemos constatar a amplitude do árduo trabalho da indústria mineira do Império Romano. Estas seculares explorações mineiras são conhecidas por Cortas, a mais pequena é denominada Corta das Covas e a maior Corta da Ribeirinha. Existe uma terceira corta, de Lagoinhos, muitíssimo menor e mais perigosa, com pouco interesse para o turista.
Segundo o historiador romano Floro, depois de consolidada a pacificação do noroeste peninsular, o imperador Augusto terá mandado proceder à exploração mineira do rico subsolo destas terras. Durante cerca de dois séculos, do I ao II século d.C., das cortas foram extraídas importantes quantidades de minério com elevados teores de ouro e prata, tendo-se removido mais de cinco milhões e oitocentos mil metros cúbicos de terra.
Esta exploração, sob o domínio directo da administração imperial, terá mobilizado uma grande quantidade de indivíduos.
Retomando o percurso, seguimos um caminho que, por entre lameiros e campos de cultivo, nos conduz ao povoado de Ribeirinha. A pequena ermida do lugar ostenta um relógio de Sol que nos permitia indicar as horas e determinar os períodos de duração de rega. Deixando o lugar, seguimos um caminho descendente, à sombra dos castanheiros, para mais à frente alcançarmos o lugar de Cevivas. Percorremos o seu interior, para tomarmos um caminho em terra que nos conduzirá a um caminho florestal que desemboca na estrada alcatroada. Viramos à esquerda e seguimo-la, durante cerca de 300 metros, para continuarmos por um caminho florestal que se abre à nossa esquerda e que nos levará a descer até Tresminas, precisamente ao lugar onde teve início este passeio.”
Deste percurso salientamos alguns pormenores:
- No interior da Corta da Ribeirinha é fácil de encontrar evidências da sua exploração não só pela existência de um grande e profundo corte no monte e galerias escavadas no seu interior mas também, se olharmos com atenção para as paredes da corta verificamos o modo como era escavado e extraído o minério… com a força da água que “lavava” a rocha erodindo primeiro as rochas e minerais menos resistentes e soltos.
- Numa das galerias da Corta da Ribeirinha estava um belo exemplar de um morcego que teve a sorte de ser encontrado e não espalmado contra a parede pois, enquanto conversávamos no interior desta, reparámos com os nossos frontais que havia uma pequena bola de pelo entre o polegar e o indicador de um dos nossos companheiros que se apoiava nesta.
Corta da Ribeirinha: 12:20 (esquerda), 12:30 (centro) e 12:42 Morcego na Galeria (direita)
- Ao chegarmos a Ribeirinha fomos recebidos com um cartaz com o seguinte texto: “Cuidado com as Galinhas”… medo… será que são perigosas??? será que têm gripe das aves??? Provavelmente é apenas um aviso aos condutores.
13:09 Entrada em Ribeirinha (esquerda), 15:40 Serra (centro) e 11:01 Igreja Paroquial de Tresminas (direita)
- O relógio de Sol na torre da ermida de Ribeirinha é algo singular.
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