quinta-feira, 17 de agosto de 2006

Pico - PR4PIC: Subida ao Pico

A subida ao Pico é um dos percursos mais exigentes em termos físicos, se não o mais exigente, dos que se pode fazer nos Açores. O desnível de 1151 metros a vencer (a subida começa à cota 1200m) em apenas 4700 metros de percurso, exige alguma preparação física, não só para a sua realização mas principalmente para evitar um andar estranho nos dias seguintes. Como forma de evitar o sol abrasador e o calor aconselha-se que a subida seja feita: de madrugada, de modo a ver-se o nascer do sol e descendo-se de manhã ou; ao fim da tarde, de modo a ver-se o pôr do sol, passando a noite no cimo e acordando para ver o nascer do sol e começar a descida.
O percurso deve ser efectuado com um guia ou alguém que conheça o percurso, devendo igualmente deixar o nome e contacto no Centro Interpretativo da Casa de Apoio à Montanha do Pico. Em condições atmosféricas ideais consegue-se ver do cimo toda a extensão da ilha do Pico assim como as restantes ilhas do grupo central.

Após termos esperado, sem sucesso, por um dia favorável à subida no ano anterior, decidimos aproveitar o bom tempo que fazia para dar início a mais uma aventura. Quando chegámos ao ponto de partida, ainda indecisos se subiamos ou não, esperámos até que a neblina reduzisse de intensidade. Eram 6:50 quando começámos a subir (sem guia e sem ter deixado o nome), já não sendo necessário o uso de lanterna. O primeiro ponto de descanso foi junto à furna que aproveitámos para visitar. Estes primeiros 900 metros de percurso foram talvez os mais difíceis pela falta de oxigénio sentida derivada da altitude a que nos encontrávamos. Feita a descompressão continuámos e após vários descansos pontuais chegámos à cratera às 9:55. Não tinhamos a certeza se se podia subir ao piquinho mas, ao vermos outros fazê-lo, também o fizemos. A sua subida é bastante ingreme e o terreno é piroclástico pelo que, por cada 3 metros que se sobe escorrega-se 1. A contrastar com a temperatura que se faz sentir lá no cimo, existe uma fumarola que expele ar bastante quente. Às 11:45 encetámos a descida que terminou por volta das 14:35. Aconselhamos a que esta se faça, não pelo trilho de gravilha solta e escorregadia mas pelas escoadas de lava firme.
No cimo da montanha conseguia-se ver parte da ilha do Pico entre as nuvens assim como São Jorge e Faial. Ficámos um pouco decepcionados ao descobrir que o ponto mais alto de Portugal era a ponta de um ferro enferrujado. Outro ponto negativo é a falta de civismo de quem passa por ali arrancando e partido os marcos com reflectores, essenciais a quem sobe de madrugada.

É um percurso a realizar por quem o possa fazer, nem que seja para dizer que já tivemos no ponto mais alto de Portugal.
No ponto mais alto de Portugal 11:18
O Piquinho 12:10

Por cima das nuvens 12:56

Furna 14:11

Vista para o Faial no fim do percurso 14:37

2 comentários:

Pedro Cabrita disse...

Olá,

Será que podem indicar com tenho acesso pelo menos na web ao folheto do percurso PR4PIC e informação mais detalhada.

Agradeço desde já a atenção
Cumprimentos

Nuno Gonçalves disse...

Desculpa a demora na resposta mas não temos tido mt tempo para o blog.
Respondendo à questão, eu tive no posto de turísmo a pedir folhetos mas lá estão todos excepto este. Na internet só se houver algum site com o trilho em gps por alguém que o tenha feito (com sorte neste verão conseguimos ter isso no blog). A falta de informação presumo que seja pelo facto de se aconselhar a subida com acompanhamento de guia de montanha. O mais facil é falar com locais que já lá tenham ido e conheçam. Assim é escusado pagar alguma coisa.
Mais dúvidas é só contactar...
Cumprimentos