11/09/2012
Chegámos de uma longa viagem onde tivemos oportunidade de provar uns deliciosos doces locais denominados Alfajores: Sandes de duas bolachas bastante suaves, preenchidas no meio maioritariamente com doce de leite, mas também com qualquer compota, e banhadas em chocolate...
Uma vez que só iríamos passar um dia em Salta e dado o elevado valor das hospedagens decidimos ir para o parque de campismo municipal, conhecido por ter uma enorme piscina. Seguimos já de noite pela cidade com tudo às costas, para apanharmos um autocarro citadino, de acordo com as indicações dadas primeiro seriam só 5 quadras, depois afinal eram mais 3 e mais 2 e mais uma e meia e mais uma ... mas lá encontrámos a paragem e seguimos para o parque.
Montámos a tenda e fomos dormir.
12/09/2012
Acordámos cedo para visitar a cidade, tendo pela manhã a oportunidade de apreciar a grandiosidade da piscina, que estava vazia. É simplesmente gigantesca, tendo inclusivamente postos de vigia a meio, a qual demora cerca de uma semana a encher.
Com base no mapa fornecido no posto de turismo do terminal traçámos um plano e seguimos para o centro onde nos fartámos de andar.
11:34 Parque de campismo de Salta (esq.), 16:14 La Legislatura (centro) e 17:55 Iglesia Nuestra Señora de La Candelaria (dir.)
15:23 Iglesia de San Francisco (esq.) e 16:46 Convento San Bernardo (dir.)
Atendendo ao horário dos autocarros para Cafayate, decidimos ficar mais uma noite seguindo na madrugada seguinte.
13/09/2012
Tivemos de desmontar a tenda e arrumar tudo de noite pois teríamos de estar no terminal pelas 6:50.
Ou de algo comido ou da diferença térmica dentro e fora do saco cama após apenas hora e meia de sono, a digestão do Nuno parou e este não se sentia lá muito bem, aguentando o barco apenas até meio da viagem.
Em Cafayate o Nuno ficou no terminal enquanto a Mónica foi procurar lugar onde ficarmos, tendo sido escolhido o hostal Road Runner onde além de se poder acampar teríamos à nossa disposição cozinha, wifi e tomadas para carregar os equipamentos, mas o melhor de tudo foi o ambiente que encontrámos nos dias seguintes. Tivemos ainda direito a uma explicação detalhada sobre o que ver na cidade e arredores e como o fazer, pelo dono Facundo.
Neste dia apenas planeamos o que fazer nos seguintes, esperando que a situação do Nuno melhorasse.
Enquanto muitos dos hóspedes e responsáveis do hostel se juntaram numa parrillada argentina para o jantar, ficámo-nos por um arroz simples, prometendo juntar-nos num dos dias seguintes.
14/09/2012
Pelas 11h00 saímos em direção ao topo do monte San Isidro para um desnível de mais de 1000m... passando por vinhas, perto das quais se encontravam dezenas de barulhentos papagaios, e por um antigo moinho que, dada a mal sinalização só encontrámos seguindo o canal de água que o abastecia. Este pertence a uma quinta, cujos caseiros, um casal de idosos, simpaticamente nos abriram a porta e explicaram o funcionamento do mecanismo, ainda operacional mas inativo há mais de 30 anos.
Mapa Percurso: 20120914 AS-ARG Cafayate-Cerro San Isidro
Distância Percurso: 19,3km
11:13 Vinhas (esq.), 11:32 Papagaio (centro) e 12:07 Moinho (dir.)
Continuámos até perguntarmos onde estaria o desvio ao monte. Em vez de nos responderem, a primeira coisa que nos disseram foi que já não tínhamos tempo para chegar ao cume pois quem lá ia começava pelas 7 ou 8 da manhã e já passava do meio dia. Em todo o caso dissemos que íamos até onde desse e a meio tempo de caminhada iniciaríamos o regresso onde quer que estivéssemos... e lá obtivemos a resposta que queríamos.
O pior, como sempre, foi encontrar o início do percurso marcado. Seguimos um caminho de pé posto, atravessámos o rio pelas pedras e estivemos mais de meia hora em busca do seguimento do trilho e de como subir a margem oposta. Valeu-nos a presença de um local que estava por ali em busca de um cavalo e nos levou a corta mato até ao caminho. A partir daqui não tivemos qualquer problema pois a marcação existe e em grande número.
Cerro San Isidro: 12:59 Ribeiro e envolvente (esq.), 13:46 Cara do Índio (centro) e 14:37 Vista para Cafayate (dir.)
Cerro San Isidro: 14:38 Zoom a Cafayate (esq.), 15:32 Quebrada (centro) e 15:43 Cruz (dir.)
Numa hora e meia chegámos ao cume, onde existe uma cruz metálica e se tem uma vista privilegiada sobre Cafayate. Aqui almoçámos descendo de seguida, sempre pelo caminho marcado, até passarmos por onde o devíamos ter feito na subida.
Após quase 20km percorridos estávamos de volta ao hostal, onde não havendo companhia para partilhar o jantar, fizemos legumes cozidos com beringela grelhada.
15/09/2012
Saímos em direção ao Rio Colorado, o qual iríamos subir em busca de algumas cascatas. Nos 6km até ao início do percurso fizemos um desvio para visitar umas covas com pinturas rupestres. Apenas encontrámos uma cova onde se via uma caravana de lamas pintada.
Mapa Percurso: 20120915 AS-ARG Cafayate-Cascatas Rio ColoradoDistância Percurso: 19,5km
11:34 Pinturas Rupestres (esq.) e 15:56 Quebrada Rio Colorado (dir.)
Já no local começámos a caminhar sendo desde logo avisados estarmos no caminho errado e que nos deveríamos registar e pagar uma propina de 10 pesos antes de iniciar o percurso, algo perigoso e nada marcado e onde poderíamos também requisitar serviço de guia.
Enquanto nos hostal nos tinham falado de 3 cascatas aqui referiam-nos 4, tendo ficado nós com a ideia que a terceira seria a maior.
Seguimos pelas margens sendo necessário por várias vezes fazer alguma escalada de rochas. Passada a terceira cascata avançámos um pouco mais até a uma pequena piscina onde a Mónica se banhou e almoçámos, descansando quase uma hora antes de voltarmos. Aqui encontrámos ainda uma bonita rela.
Cascatas: 13:14 (esq.), 13:34 (centro esq.), 13:37 (centro dir.) e 13:44 (dir.)
14:08 Rela (esq.), 14:20 Queda de água (centro) e 15:56 Corvos marinhos (dir.)
De volta ao hostal, novamente com 20km feitos, deram-nos a infeliz notícia que não tínhamos ido até à última e maior cascata, e que esta não estava muito longe de onde tínhamos chegado.
Sofremos um bocado para conseguir jantar... como era feriado não conseguimos encontrar nada aberto para comprar algo, nem pão. Juntámos tudo o que nos restava no fundo da nossa mochila e ainda conseguimos fazer uma sopa, pão de alho, e arroz com atum.
16/09/2012
O objectivo do dia era tentar visitar os pontos mais turísticos dos arredores de Cafayate, na reserva da Quebrada de Conchas, sem estarmos inseridos num tour: tendo mais tempo para fotos, possibilidade de caminhar e pagando muito menos.
Assim, fizemos uma lista dos locais que mais nos interessaria visitar (com a ajuda do Facundo) apanhando um autocarro até à mais distante e caminhando, se possível utilizando a boleia, entre as seguintes, sempre na direção de Cafayate.
A primeira surpresa positiva aconteceu à saída do autocarro onde nos ofereceram uma barra de cereais e seguiram distribuindo pelos restantes passageiros. Estávamos a 48km de Cafayate onde se encontra a Garganta del Diablo, uma fantástica obra da erosão. Chegámos antes das multidões, estivemos o tempo que quisemos, tendo oportunidade de subir até ao ponto mais fundo. Enquanto isso chegaram os primeiros tours que não passaram muito da entrada.
Garganta del Diablo: 9:28 (esq.), 9:34 (centro) e 9:36 (dir.)
O ponto seguinte tem o nome de anfiteatro (47km de Cafayate), de formação similar ao anterior, com a particularidade de reunir as condições ideais para alguns tipos de atuações musicais, comuns no local. No meio dos magotes de gente que já não foi possível evitar conhecemos dois Polacos que estão a dar a volta ao mundo em bicicleta. Mais uma vez tivemos tempo para esperar que todos se dispersassem para algumas fotos sem ninguém.
Anfiteatro: 10:26 (esq.) e 10:59 (dir.)
Após um episódio de alguma apreensão, pois pensámos ter perdido o GPS na Garganta del Diablo voltando a esta em passo de corrida, estávamos de volta à estrada. O nosso próximo ponto escolhido ficava a mais de 10 km pelo que daria jeito uma boleia. Não foi muito fácil mas conseguimos... melhor, ao deixarem-nos na Yesera, onde não sabíamos se apenas se tirava fotos ou se fazia algo mais, indicaram-nos um percurso para caminhar vale dentro para apreciar mais de perto as diferentes tonalidades das montanhas. Foi uma grande sugestão... aqui ficámos bastante tempo, num local fantástico, que quase ninguém visita...
11:48 Quebrada das conchas (esq.), 12:20 Boleia (centro) e 12:26 Boleia (dir.)
Mapa Percurso: 20120916 AS-ARG Cafayate-La Yesera
Distância Percurso: 3,8km
Quebrada das conchas - La Yesera: 13:13 (esq.), 13:16 (centro) e 14:09 (dir.)
Quebrada das conchas - La Yesera: 14:07 (esq.), 14:18 (centro) e 15:04 (dir.)
Não tivemos grande sorte com a boleia seguinte, sendo obrigados a caminhar bastante até ao ponto seguinte, passando inclusivamente por outros que tínhamos excluído da lista. Isto gerou algum atraso e ainda nos faltava visitar algo quando passou o autocarro que pensávamos apanhar de regresso a Cafayate (em todo o caso nada preocupante pois podíamos sempre apanhar outro autocarro mais tarde).
Chegámos às ventanas, rocha com buracos formados pela erosão, onde estava um casal de holandeses que amavelmente se ofereceu para nos levar a Cafayate... perfeito.
Quebrada das conchas: 16:39 Ruta 68 (esq.), 16:16 Formações rochosas (centro) e 16:21 El Obelisco (dir.)
Quebrada das conchas: 16:43 Formações rochosas (esq.) e 16:47 La Ventana (dir.)
Chegando cedo tínhamos tempo para ir visitar uma das adegas e provar o vinho local, nada que fosse muito do nosso interesse mas, já que é grátis e poderíamos ter algum termo de comparação com as portuguesas, lá fomos... acompanhados de um casal de franceses que estava hospedado no nosso hostel e tinham feito o mesmo percurso que nós mas de bicicleta.
Bodega Vasija Secreta: 17:59 (esq.) e 18:09 (dir.)
Como era Domingo estava novamente quase tudo fechado, sendo muito difícil conseguir arranjar os ingredientes necessários à ementa que tínhamos prometido aos donos do hostel. Tivemos de correr pelas poucas lojecas abertas comprando uma coisa numa, outra noutra e lá conseguimos umas coisitas, depois inventando um pouco mas lá conseguimos fazer pão de alho, legumes com natas e leite creme.
17/09/2012
Com uma hora de sono, despertámo-nos pelas 3:30 para desfazer a tenda e arrumar as mochilas, saindo pouco depois até à agência de autocarros que nos levaria a Sul... ou às ruínas de Quilmes (ideia que descartámos atendendo às experiências anteriores com ruínas na Argentina e Chile)... ou a Tucuman (opção tomada).
Chegámos de madrugada ao terminal de Tucuman e aqui passámos todo o dia, esperando o autocarro pela noite à cidade de Córdoba. Por curiosidade, depois de passarmos por quase todas as empresas, com preços similares, encontrámos uma agência que nos propôs vender-nos bilhetes a preço de estudante, num autocarro com serviço executivo... mais por menos dinheiro... excelente!
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